SEGURANÇA E PREVENÇÃO

Delegada de Campinas assume unidade de proteção a crianças e mulheres em SP

Maria Helena Taranto Joia desenvolverá ações voltadas às vítimas de violência doméstica

Alenita Ramirez/ alenita.ramirez@rac.com.br
18/06/2023 às 11:22.
Atualizado em 18/06/2023 às 11:30

Maria Helena era coordenadora das delegacias de Defesa da Mulher (DDM) do Departamento de Polícia Judiciária do Estado de São Paulo 2 (Rodrigo Zanotto)

A delegada de Campinas Maria Helena Taranto Joia assumirá o cargo de assistente policial da Secretaria de Segurança Pública (SSP). A nomeação foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) no último dia 12 e ela ficará no Centro Integrado de Controle e Comando (CICC) SP Mulher. Maria Helena, que ocupava desde abril de 2021 o cargo de coordenadora das delegacias de Defesa da Mulher (DDM) do Departamento de Polícia Judiciária do Estado de São Paulo 2 (Deinter-2), assume o novo desafio nesta segunda-feira e sua função será desenvolver ações voltadas à proteção de mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica. O cargo foi criado recentemente pela Pasta.

"Estou bem esperançosa de que esse trabalho venha trazer muitos benefícios. Vou de peito aberto para poder ajudar no que eu puder e fazer um bom trabalho”, disse Maria Helena.

O CICC-SP Mulher representa os 645 municípios do estado e será responsável por desenvolver políticas públicas voltadas ao combate à violência doméstica, através do mapeamento das ocorrências registradas em todas as delegacias do estado. Com base nas estatísticas, o setor deverá criar campanhas de conscientização padronizadas para reduzir os índices criminais e melhorar o atendimento nas unidades.

Em 2022, o estado registrou 3.930 homicídios contra mulheres, independente da discriminação sobre a condição de mulher. Do montante, 62 foram feminicídios. Somente em Campinas foram registrados no período nove casos. Já em relação a crianças e adolescentes, dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania relevam que nos quatro meses de 2022, foram registradas no estado, 11 mil denúncias sobre violência sexual e 9.735 ocorrências.

“É necessário equipar cada vez mais os órgãos de atendimento à mulher e isso se consegue com um trabalho de multidisciplinaridade, que tire da invisibilidade essa questão da violência contra as mulheres e também de outras vulnerabilidades que estiverem pela frente”, frisou a delegada. “A gente sabe que o problema da violência doméstica vem do machismo estrutural, que está arraigado, cultivado na sociedade”, acrescentou.

Um dos desafios no combate à violência contra mulheres e também da questão da vulnerabilidade, segundo Maria Helena, é reduzir ainda mais as subnotificações dos casos, com um amplo trabalho de campanhas preventivas. Segundo a delegada, apesar de as vítimas estarem mais conscientes nos últimos tempos por conta da disseminação de informações, seja através de noticiários e redes sociais, ainda há muitas mulheres que têm medo de denunciar o agressor.

“A Segurança Pública vem cada vez mais se preocupando com a questão da vulnerabilidade e por isso é necessário organizar campanhas de conscientização da população. Cada um tem o seu papel para melhorar os índices de violência e é preciso se mobilizar com a integração de todos. Já existem pessoas trabalhando neste sentido e estou indo para o CICC para somar e é com muita satisfação que vou para a SSP para realizar esse trabalho, para ser útil. É um desafio e tenho muita esperança de que a situação vai sempre estar melhorando”, frisou.

Maria Helena começou sua carreira há 25 anos como delegada, cobrindo plantões na capital e após oito anos foi transferida para plantões em Campinas. Em 2011 passou a trabalhar na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) onde ficou até 2021.

Na coordenação, a delegada foi incumbida de elaborar e desenvolver projetos voltados para as DDM´s, tanto para vítimas e famílias como também para os funcionários, de 38 cidades que integram o Deinter 2. No total, são 13 especializadas distribuídas na área de abrangência, além das delegacias comuns das cidades que não contam com este tipo de unidade.

“Vou dar assistência a Polícia Civil na Secretaria de Segurança Pública para dar continuidade a essa luta que fazemos aqui na região. O importante é que lá teremos mais ferramentas para ajudar a combater a violência e vou apostando na parceria com os órgãos, pois há muita gente boa querendo trabalhar nisso”, frisou.

Como coordenadora das DDM´s, Maria Helena desenvolveu projetos voltados para brinquedoteca, melhora no atendimento das unidades, saúde policial, além de promover encontro da mulher e palestras em escolas, com projeto-piloto em Itatiba.

Entre janeiro a maio deste ano, Campinas registrou cinco casos de feminicídio. Dois dos casos, os companheiros cometeram suicídio e outros dois foram presos em flagrante. Somente um caso em que o assassino conseguiu fugir.

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