Pessoal será alocado em Campinas e em outros 37 municípios sob a jurisdição do departamento
Delegado Bardi ressaltou que a chegada dos novos policiais melhorará a capacidade de investigação (Rodrigo Zanotto)
O Departamento de Polícia Judiciária do Interior 2 (Deinter-2) de Campinas recebeu 376 novos policiais, incluindo 237 escrivães e 139 investigadores, para reforçar seu quadro funcional. Esses profissionais serão distribuídos entre as cinco seccionais que compõem o departamento, responsável por 38 municípios, após a conclusão do curso de formação profissional que será realizado em Campinas nos próximos três meses. Campinas, que possui duas seccionais, enfrenta um déficit de pelo menos 200 servidores. Atualmente, essas seccionais contam com 264 agentes policiais. A mais prejudicada é a 2ª Seccional, com um déficit de pessoal de 42%, faltando 119 servidores. A 1ª Seccional apresenta uma defasagem de 17%, com 71 cargos vagos.
As outras três seccionais do Deinter-2 estão localizadas nos municípios de Bragança Paulista, Jundiaí e Mogi Guaçu. Em todo o Estado de São Paulo, de acordo com o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), há um déficit de 4.325 vagas para investigadores e 4.063 para escrivães. "Ainda não é o número ideal, mas essa contratação é um alento, pois vem na hora certa para suprir a demanda existente. Os novos profissionais não vão só aliviar a sobrecarga dos que já estão em atividade, mas também melhorar a qualidade dos nossos inquéritos", destacou o delegadodiretor do Deinter-2, Fernando Manoel Bardi.
O Curso de Formação Técnico Profissional (CFTP), com duração de três meses e duas semanas, inclui aulas de investigação, inquérito, tiro, condicionamento físico, defesa pessoal, direitos humanos, gestão de atendimento ao público, sistema de justiça criminal sob a ótica de gênero e orientação sexual, feminicídio e investigação policial sob a perspectiva de gênero, atendimento a vítimas de violência doméstica e crimes contra a diversidade sexual, inteligência policial, entre outras disciplinas.
"Campinas, por ter duas delegacias seccionais e a maior defasagem, receberá um número maior de funcionários. Durante a formação, faremos uma análise detalhada de todos os alunos para identificar necessidades específicas e acomodar os novos policiais em locais onde se sintam atraídos a permanecer na carreira, evitando assim a evasão", explicou Bardi.
Em janeiro deste ano, a Polícia Civil registrou uma baixa de 37 investigadores e 14 escrivães em todo o Estado. Segundo Bardi, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), já anunciou a realização de um novo concurso que deve iniciar a primeira fase de provas no próximo mês, com a previsão de contratação de mais 3,5 mil policiais. "Nosso objetivo é ultrapassar a quantidade de 600 novos policiais", afirmou o delegado.
Bardi ressaltou que a chegada dos novos policiais melhorará a capacidade de investigação e de condução dos inquéritos. "O objetivo é suprir as vagas existentes devido à aposentadoria de muitos policiais, melhorar as condições de trabalho dos que estão sobrecarregados e elevar a qualidade das investigações, fornecendo elementos ao Ministério Público para oferecer denúncias válidas e permitindo ao judiciário julgar os processos adequadamente", enfatizou Bardi, destacando a importância das investigações para reduzir os índices criminais.
Para a presidente do Conselho de Polícia em Campinas, Michelli Rezende Lallo, a chegada dos novos policiais é uma grande conquista para a corporação local, que há anos não recebia reforços no quadro. "Faltava mão de obra e a Polícia Civil estava sofrendo com a defasagem. A vinda deste 'sangue novo' é muito importante, pois contribuirá para a agilidade, conclusão e encaminhamento dos inquéritos ao judiciário", afirmou Michelli.
De janeiro a março deste ano, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), foram instaurados 1.825 inquéritos policiais em Campinas. No ano passado, foram 7.489, somados aos inquéritos não concluídos.
No total, o governo estadual empossou, no último dia 10, 4.017 policiais civis, sendo 353 novos delegados, 2.208 escrivães, 1.260 investigadores e 196 médicos-legistas nomeados em concursos iniciados em 2022. "Com o ingresso dos novos policiais civis, haverá uma expressiva redução da sobrecarga de trabalho dos profissionais da ativa e, sem dúvida, um grande benefício para a população, que contará com mais profissionais dedicados à investigação de crimes e ao atendimento ao público", afirmou a presidente do Sindpesp, Jacqueline Valadares.
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