Departamento de Polícia Judiciária 2 recebeu 106 armas com alto poder de fogo; são 16 fuzis israelenses, 30 submetralhadoras suíças e 60 carabinas italianas (Divulgação)
O Departamento de Polícia Judiciária 2 (Deinter-2) recebeu, na última semana, 106 armas passíveis de compor um arsenal de guerra, uma vez que são usadas pelas principais forças policiais e de defesa do mundo. Foram, ao todo, 16 fuzis israelenses calibre 5.56, 30 submetralhadoras suíças calibre 9 milímetros e 60 carabinas calibre 12, fabricadas na Itália. Na avaliação do diretor do departamento, Fernando Manoel Bardi, o armamento eleva o poderio das forças de Polícia Civil da região e proporciona maior efetividade nas operações.
Promessa de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o armamento chega para substituir o equipamento utilizado atualmente pelas delegacias de 38 municípios que integram a área do Deinter-2, cujo tempo de uso já extrapolou os dez anos. Adicionalmente, 17 novas viaturas foram entregues pelo Estado ao comando da Polícia Civil na Região Administrativa (RA) de Campinas.
Com o incremento do material de alto padrão, o departamento espera melhorar o repertório das delegacias da RA, sobretudo nos pequenos municípios, que sofreram, nos últimos anos, com a falta de materiais para a manutenção dos serviços de investigação.
“Com a chegada desse armamento novo, que será usado principalmente pelo nosso corpo especializado, como o Grupo de Operações Especiais (GOE), nós conseguiremos enviar os antigos para seccionais e distritos menores que carecem de um melhor poderio de ação. Este é um desafio enfrentado hoje pelo Deinter-2 e por outros departamentos da região: manter o padrão de atendimento, fazer com que a delegacia que atende à área rural da cidade de 30 mil habitantes tenha a mesma qualidade de atendimento da que atende o público do Cambuí, por exemplo”, explica Bardi.
Os fuzis que agora compõem o arsenal do departamento são usados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês). O armamento compõe, junto a outros modelos usados pelas tropas israelenses, o conjunto de armas de fogo empregado na guerra que as forças israelenses travam contra o grupo terrorista Hamas.
Já as submetralhadoras suíças são usadas pelos exércitos de Portugal, Suíça e Coreia do Sul, pela SWAT, dos EUA, e pela Guarda Republicana do Líbano.
Finalmente, as carabinas, calibre 12, são usadas por diversas forças policiais mundo afora. No ano passado, a Polícia Militar (PM) de São Paulo também recebeu o armamento.
“O armamento que tínhamos era como um computador com dez anos de uso: não é ruim, mas não entrega o que a necessidade atual exige. Os equipamentos, agora, serão empregados pelas equipes especializadas no manejo deles, caso do GOE. Não é qualquer policial que tem o treinamento para usar um fuzil que se for mal utilizado em uma área urbana, por exemplo, pode atravessar casas e atingir um inocente. O treinamento, alinhado à qualidade do equipamento, é um ganho para a região de Campinas”, pontua Bardi.
Também no ano passado, todos os policiais civis de São Paulo receberam pistolas Glock 9 mm. A ação uniformizou o armamento da tropa, que era diverso e exigia uma logística densa de manutenção. Atualmente, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), todos os agentes possuem colete balístico individual, algo que era impensável há cerca de uma década.
AÇÕES FUTURAS
Até o fim de março, o Deinter-2 deve receber novas viaturas de um pregão recém-finalizado pelo estado. A frota inclui SUV’s zero km.
O incremento deve acontecer também na mão de obra, em razão de dois concursos públicos realizados no ano passado. Somente no Deinter-2, quase 700 novos agentes devem compor o quadro, entre escrivães e investigadores.
Bandeira do atual secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, por fim, há uma integração maior das polícias no interior de São Paulo. O chefe da Pasta defende um trabalho conjunto das forças nos municípios paulistas como forma de reduzir o distanciamento entre Guardas Municipais, Polícia Militar e Polícia Civil.
“Em Campinas isso tem dado certo em razão do entrosamento do Comando de Polícia do Interior 2 (CPI 2), comandado pelo coronel PM Adriano Augusto Leão, com a Secretaria Municipal de Segurança Pública, sob tutela do secretário Christiano Biggi, e do Deinter-2. No último ano, ressalta-se, essa união de esforços resultou em diversas operações e ações conjuntas”, finaliza Fernando Bardi.
Um novo concurso deve ser lançado ainda em 2024 para incrementar o número de agentes na Polícia Civil.
Atualmente, o déficit de policiais civis em Campinas é de 27% no quadro total.
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