Comerciante foi preso por receptação e outros 27 receberam notificações por irregularidades
A Polícia Civil constatou que a maioria dos celulares roubados e furtados tem como destino as lojas do ramo na região central de Campinas (Kamá Ribeiro)
As lojas que comercializam e oferecem serviços de reparo de celulares usados na região central de Campinas estão na mira da Polícia Civil. Após a constatação de que grande parte dos aparelhos roubados e furtados no município e região tem como destino esses estabelecimentos, a Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) deflagrou na terça-feira (4) a operação Ckeck Imei (número de identificação do celular) que visa reprimir o crime de receptação de smartphones. O objetivo é combater os crimes de furto e roubo de celulares na cidade, que no ano passado registraram alta de 5,72% e 3,63%, respectivamente. A ação abrangeu um shopping popular localizado na Rua Ferreira Penteado, onde um lojista foi preso em flagrante por receptação e 27 foram notificados para regularizar os pontos. De acordo com o delegado divisionário, José Carlos Fernandes, esse tipo de ação será periódica.
"Seguindo as diretrizes da Secretaria de Segurança Pública, as forças policiais têm se empenhado para reduzir os índices de furto e roubo de telefones celulares, inclusive neste ano houve uma queda dos crimes na cidade. A ação mira as lojas de venda de celulares usados e oficinas de conserto de telefones, pois muitas vezes, os maiores fomentadores dos furtos e roubos de celulares são comerciantes que trabalham na ilegalidade, adquirindo telefones de origem ilícita. Não queremos prejudicar quem trabalha na legalidade", disse o delegado divisionário.
A ação contou com equipes da 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG), agentes da Guarda Municipal (GM) e Secretaria de Planejamento e Urbanismo (Seplurb), e vistoriou 35 lojas da galeria. Três celulares foram apreendidos por não ter Imei e foram encaminhados para perícia. O comerciante preso chegou a alegar que havia pegado o celular com queixa de roubo de um cliente como parte de entrada na troca por outro aparelho, mas não apresentou dados do cliente. O aparelho estava em exposição para venda.
"Vamos continuar com as operações com o objetivo de reduzir ainda mais os crimes, pois o celular é um equipamento muito visado, não só para venda, mas também para uso dos dados que estão inseridos nele, como senhas bancárias, aplicativos de compras. Então os criminosos não usam apenas para retirar peças para vender, mas muitos dos furtos e roubos de celulares são para pegar os dados bancários", explicou Fernandes.
De acordo com Fernandes, os furtos e roubos, muitas vezes são praticados por criminosos, usuários de drogas, que veem no celular a possibilidade de conseguir um ganho para comprar entorpecentes e que por ser uma ação rápida, na qual os ladrões já repassam o aparelho, nem sempre é possível a prisão do criminoso. "Apuramos que muitos celulares roubados e furtados vão parar em lojas da região central. Por isso a necessidade de fazer ações no comércio local", justificou.
Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) mostram que em 2022 foram registrados 65.704 queixas de roubo, com um aumento de 34,81%, em relação a 2021. Já com relação aos furtos, foram 51.115 ocorrências, com um crescimento de 54,6% em comparação ao ano de 2021. "Evite manipular celular em locais de movimento sem cuidados. Quando fizer compras, não se descuide do aparelho e coloca senha de acesso. Evite também anotar senhas nas conversas", aconselhou o delegado.