Nos últimos 20 dias, foram 473 quilos de cocaína pura
(Divulgação Dise)
A tecnologia avançada aliada à monitoração das estradas e o empenho das polícias para identificar o transporte de drogas têm contribuído para a apreensão de grandes quantidades de entorpecentes provenientes do exterior, segundo o diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior 9 (Deinter 9) da região de Piracicaba, Kleber Altale, e do delegado titular da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) de Campinas, Glauco Ferreira. Somente nos últimos 20 dias, 473 quilos de cocaína pura foram apreendidas em rodovias que cruzam a região. Em outra ocorrência da Polícia Militar Rodoviária (PMR) foram apreendidos 600 quilos de maconha, que tinham Campinas como destino.
O aumento no volume de apreensões, segundo Ferreira, está relacionado primeiramente ao consumo, já que tanto a polícia como a saúde pública vem constatando um grande número de dependentes químicos que atinge diversas faixas etárias, indo desde crianças a pessoas adultas. A constatação do delegado é baseada nas prisões e investigações. Paralelo a esse fato, no ano passado a DIG Campinas descobriu em uma das apreensões o sistema de consórcio entre traficantes para ratear os gastos e transportar drogas da fronteira como forma de também não terem grandes perdas.
Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) mostram que, somente em Campinas, entre janeiro e abril deste ano, 488 pessoas foram presas por tráfico de drogas, um aumento de 9,42% em comparação com igual período do ano passado, quando foram 446. Já os números de flagrantes tiveram um acréscimo de 23,58%, saltando de 123 no ano passado para 152 neste ano.
Os números se referem às ocorrências registradas nas duas seccionais de Campinas, as quais englobam os 12 distritos da cidade, as unidades especializadas e também as delegacias de Paulínia, Valinhos e Indaiatuba. A quantidade de drogas apreendidas no período não foi possível incluir nesta reportagem porque depende de levantamento minucioso da SSP, mediante a pedido com base na Lei de Acesso à Informação (LAI) que leva até 20 dias para dar retorno. "Temos uma polícia bastante atuante e que tem informações, corre atrás para verificar a veracidade", destacou o diretor do Deinter 9. "Também não vamos esquecer que a nossa região, uma região extremamente cortada por rodovias, e grande parte de cargas passa por nossa região", emendou Altale.
A carga de 232 kg de cocaína apreendida pela Dise de Limeira no último final de semana tinha como destino o estado da Bahia. A droga estava em barras, envolta a balão de bexiga colorida e escondida em um armário falso de madeira, aos fundos da carroceria de um caminhão com carga lícita. O caminhoneiro, de 38 anos, é natural de Arapongas/PR e foi detido em uma rodovia que liga a cidade a Piracicaba. Os policiais civis já monitoravam o transporte da droga e tinham informações de que a carga ilícita passaria pelas estradas da região.
Entre os dias 19 e 20 do mês passado, duas ações distintas da Polícia Civil apreenderam 431,8 quilos de drogas entre a manhã de anteontem e madrugada de ontem, na região de Campinas. Em um dos casos, policiais da Dise de Campinas apreenderam em Mogi Mirim, 241 quilos de cocaína, supostamente pura, e avaliada em R$ 3,6 milhões. A quantidade de droga poderia ser maior, já que outro carro que estava com o veículo alcançado pelos agentes conseguiu fugir da abordagem. A ação foi conjunta com o Departamento Estadual de Narcotráfico (Denarc).
Para os delegados, as rodovias que cruzam a região a tornam "um centro estratégico" para trajeto para qualquer lugar do país. "Essas apreensões volumosas fazem parte da rota do tráfico. Infelizmente, a droga não para de ser consumida e quanto mais pessoas usando, mais exige a venda. Então, o trabalho da polícia nessa questão também tem que se evoluir, se aperfeiçoar. E esse incremento das investigações, atrás de informação, aliada a tecnologia que existe à disposição da polícia, formam um contexto de ferramentas que a polícia usa para aprender as drogas", enfatizou Ferreira.
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