NA VALA

Comerciante admite ter matado e enterrado motorista de app

O corpo foi encontrado no meio de sacos lixos em uma vala comum na praça em frente à loja do acusado

Alenita Ramirez/ alenita.ramirez@rac.com.br
29/04/2023 às 10:34.
Atualizado em 29/04/2023 às 10:34

Vala na qual o motorista de aplicativo foi enterrado; buraco foi cavado por um funcionário do comerciante, que alegou que sepultaria seu “cachorro” (Rodrigo Zanotto)

A Polícia Civil de Campinas encontrou na noite de quinta-feira (27), o corpo do motorista de transporte por aplicativo Jean Carlos Santos Novais, de 26 anos, que estava desaparecido desde o dia 18 de abril, após fazer uma corrida até Barão Geraldo. O corpo foi achado enterrado na praça pública em frente ao comércio Rei do Queijo, no bairro Vila Nova, na região do bairro Taquaral. A descoberta aconteceu após o dono do estabelecimento, P. J. P. de 54 anos, confessar o crime. Segundo o delegado titular da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), Rui Pegolo, o suspeito alegou que matou a vítima asfixiada e o crime foi motivado por uma suposta extorsão. Ele prestou depoimentos e foi liberado enquanto os policiais seguem investigando o crime. 

O corpo estava em uma vala em meios a lixos na praça e foi levado para o Instituto Médico Legal (IML), no Cemitério dos Amarais, onde a família foi fazer o reconhecimento, também será realizado análise de DNA para que a polícia possa se confirmar se realmente é Novais. O desaparecimento do motorista de aplicativo era investigado pela DHPP desde o dia 18, quando a família registrou boletim de ocorrência e também espalhou avisos em redes sociais. 

Os policiais chegaram ao comerciante rastreando o celular da vítima e através de câmeras de segurança da rua. De acordo com Pegolo, por intermédio do localizador de GPS do aparelho de celular os agentes descobriram que após a corrida até a Unicamp, a vítima se deslocou até o comércio onde permaneceu por 40 minutos, em seguida o carro da vítima foi conduzido até a região do balão do bairro Castelo, local no qual foi abandonado, sendo localizado quatro dias depois. 

“Estávamos investigando o comerciante e já tínhamos ouvido ele em outra oportunidade. Ele deu três versões e estávamos desconfiado dele. Coletamos imagens do abandono do carro e foi constatado realmente que era o próprio comerciante do estabelecimento que abandonou o carro. Ele deu uma versão fantasiosa para a gente e ontem (quinta-feira) após intimação dos funcionários do estabelecimento e do irmão dele, fomos procurados pelo advogado dele que declinou que o cliente estava querendo confessar o crime e entregar onde o corpo estava ocultado. Para nossa surpresa o corpo foi ocultado em frente ao estabelecimento dele, na noite, após ele ter matado a vítima”, disse Pegolo. 

Segundo o delegado o comerciante alega que perdeu a cabeça após a vítima chantagea-lo e exigir R$ 4 mil mostrando fotos da neta dele, realizando ameaças, que a policia não divulgou. Os dois teriam entrado em luta corporal e o comerciante acabou matando a vítima. A discussão supostamente aconteceu em um apartamento vazio que se encontra na parte superior do comércio. O corpo foi ocultado no local até que um funcionário do comerciante abrisse a vala na praça a pedido do comerciante para que ele pudesse, supostamente, enterrar um cachorro, que passaria por eutanásia.

De acordo com Pegolo, durante as investigações, o comerciante chegou a acusar outras pessoas, mas os policiais ouviram os acusados, que negaram participação no crime. O comerciante alegou que o motorista de aplicativo trabalhou por algum tempo como entregador, há cerca de ano atrás e imaginando sua condição financeira estaria exigindo o dinheiro. Segundo Pegolo, o comerciante afirma que agiu sozinho e na noite seguinte embalou o corpo levando-o até a praça e o enterrou. “Ele vai responder por homicídio e ocultação de cadáver e como colaborou não ficou preso, mas ao do inquérito vamos ver a necessidade ou não da prisão”, explicou o delegado. Ainda conforme o delegado, a vítima tinha passagem criminal por roubo, tendo sido inclusive presa três anos atrás.

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