Comandante do CPI-2 aposta na inteligência e integração

A união dos órgãos de segurança pública e o trabalho de inteligência, aliados ao uso da tecnologia, representam o caminho para combater efetivamente a criminalidade. Essa afirmação é feita pelo coronel da Polícia Militar (PM), Adriano Augusto Leão, ao ser questionado pela imprensa sobre a crescente sensação de aumento da criminalidade em Campinas. No último final de semana, a cidade registrou dois casos de latrocínio. Na quinta-feira (22), o coronel Augusto assumiu oficialmente o Comando de Policiamento do Interior-2 (CPI-2), substituindo o coronel Rodrigo Eval Arena, que passou a ocupar o cargo no CPI-9. A cerimônia de troca de comando ocorreu na sede do CPI-2, contando com a presença de diversas autoridades locais e regionais.

Embora a cerimônia tenha ocorrido na quinta-feira (22), o coronel Augusto já está à frente do CPI-2 desde março. Na ocasião em que assumiu o comando, ele concedeu uma entrevista exclusiva ao Correio Popular, adiantando algumas das inovações que pretende implementar ainda este ano. Entre elas, destaca-se a terceirização do serviço de atendimento de emergência realizado na Central de Operações da Polícia Militar (Copom), bem como o fortalecimento do trabalho conjunto com os conselhos de segurança e as comunidades.

"Para lidar com a criminalidade, é essencial um tratamento minucioso, e estamos empenhados em trabalhar a questão da inteligência, por meio da integração com outros órgãos, de modo que a atuação da Polícia Militar possa ser complementada pelas polícias Civil, Federal e pelos órgãos municipais", afirmou o coronel Augusto.

Uma das estratégias de segurança adotadas pelas forças policiais é a implementação da "Muralha Paulista", um sistema que integra municípios por meio de câmeras de segurança de alta resolução, capazes de fornecer imagens em tempo real e realizar a identificação de pessoas e veículos. "A utilização dessa tecnologia, que em breve estará disponível em nossa região, contribuirá para fortalecer as atividades de segurança e a prevenção do crime", ressaltou o coronel.

De acordo com o secretário de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública, Christiano Biggi, Campinas já adota sistemas de inteligência, e quando for estendido em âmbito estadual, irá facilitar a integração entre mais cidades, contribuindo para a redução dos índices criminais.

O CPI-2 é responsável pelo policiamento em 38 municípios, abrangendo aproximadamente quatro milhões de habitantes. Sob o comando do coronel Augusto, cerca de 3,8 mil policiais atuam na região. O coronel ressaltou que cada município apresenta suas peculiaridades, e em Campinas, uma cidade de grande porte, a distribuição do efetivo policial é ajustada de acordo com a dinâmica do crime em diferentes bairros. Semanalmente, análises são realizadas para direcionar o policiamento de forma eficaz. O coronel Augusto enfatizou que a união entre as forças policiais já existe e é forte na região, mas está sendo intensificada com a troca de informações, inclusive com o Ministério Público, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

O coronel Arena permaneceu um ano no CPI-2 e assumiu Piracicaba, que abrange cerca de 50 cidades. Ele destacou os desafios enfrentados em Campinas e ressaltou que a parceria entre as instituições, o poder público municipal, a Polícia Civil, a Guarda Municipal, o Gaeco, a Polícia Federal e o Exército Brasileiro é altamente perceptível na região. Essa colaboração tem resultado em índices mais positivos, conforme observado pelo coronel Arena.