Colaboração mais efetiva com a Rota é prioridade do novo comandante do CPI-2

Uma das prioridades do novo comandante do Comando de Policiamento do Interior 2 (CPI-2), com sede em Campinas, coronel Leonardo Akira Takahashi, será intensificar o apoio da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) nas operações policiais de maior risco, em especial envolvendo integrantes de organizações criminosas, realizadas em Campinas. A informação foi dada com exclusividade ao Correio Popular na manhã de ontem, durante a cerimônia de troca de comando no Royal Palm Hall. O CPI-2 tem cobertura em 38 cidades, incluindo Campinas. “Pela situação estratégica da nossa região, temos alguns pontos críticos do crime organizado e constantemente vamos pedir o apoio das unidades de choque, como a Rota. Temos alguns faccionados de liderança do PCC que foram detidos em nossa região. Então acho que a gente espera que os batalhões de choque venham para a nossa região justamente para combater esse lado da criminalidade”, disse o comandante. Na tarde da última sexta-feira, uma equipe da Rota prendeu um homem de 33 anos apontado como uma das lideranças de uma facção criminosa que tem ligação com organizações criminosas do Rio de Janeiro, o “Bando do Magrelo“. Isac Rafael de Lima estava em um veículo Mercedes e foi preso na Rodovia dos Bandeirantes, na região do Jardim Nova América, em Campinas. Segundo a polícia, ele mantinha “estreita aliança criminosa” com o Comando Vermelho (CV), que é rival do Primeiro Comando da Capital (PCC). 

Durante a busca no carro foi encontrada uma sacola com porções de crack e maconha. De acordo com a Polícia Militar, Lima também atuava em um esquema de compra e venda de armamentos e entorpecentes. No dia 25 de abril, policiais da Rota também prenderam um homem, suspeito de comandar um dos maiores pontos de distribuição de drogas em Campinas. Ricardo Martins de Oliveira, de 43 anos, foi detido no Jardim Monte Cristo e na casa dele foram encontrados R$ 16 mil em dinheiro, 13 tijolos de maconha, haxixe, crack, cocaína e produtos para dissolver os entorpecentes. “Levando em conta a legislação frágil da reincidência criminal, eu acho que o policiamento que temos faz um ótimo trabalho. Estamos trabalhando também para o aumento de efetivo para nossa região, porque o ‘turnover’ aqui em nossa região é muito grande, então a gente está tentando correr atrás de uma parceria com as prefeituras justamente para colaborar com a implantação da operação delegada, de alguma gratificação dos policiais militares para que eles permaneçam na nossa região”, comentou o coronel. Takahashi enfatizou em seu discurso o emprego das forças táticas do Batalhão de Ações Especiais da Polícia (Baep) e dos modos de patrulhas para dar mais dinamismo e agilidade nas ações repressivas. “Não permitiremos que criminosos tentem se apoderar de ruas e bairros, desrespeitem nossos policiais que estão na ponta da linha e os cidadãos de bem”, destacou em discurso. “Focaremos em trabalho com os municípios, com os guardas municipais e os órgãos de fiscalização quanto aos pancadões, comércios irregulares de bebidas, que geram impactos na perturbação do sossego”, frisou. Takahashi trabalhou por 15 anos na Rota e há 52 dias assumiu o posto que até então era ocupado pelo coronel Adriano Augusto Leão, que estava no Comando desde março de 2023 e assumiu a Escola Superior de Sargentos. Takahashi também confirmou que o CPI 2 receberá, ainda nos próximos meses, 21 novas viaturas para compor a frota na área de cobertura do comando, além de 80 novos policiais militares que se formaram na semana passada. Quando assumiu o CPI-2, em meados de abril, Takahashi estabeleceu o plano de 100 dias para avaliar os trabalhos da corporação e neste período, segundo o coronel, foram presas mais de mil pessoas em toda a região do Comando, apreendidas mais de 80 armas e mais de 370 procurados da justiça recapturados. “Depois desses 100 dias vamos desenvolver uma operação e também homenagear alguns policiais militares, alguns batalhões e companhias que tiveram maior número de produtividade. O intuito é darmos mais dinâmica às nossas operações. As forças táticas ficarão mobilizadas em diversos locais da nossa região, não só apenas nos batalhões, mas realmente combatendo os delitos que realmente necessitam e que a sociedade nos cobra”, frisou. “As contribuições críticas ao trabalho da Polícia Militar são sempre bem-vindas, mas também a gente também quer que a sociedade valorize os policiais militares, porque sem os policiais aqui na nossa região, a gente não tem como combater a criminalidade”, emendou. Segundo Takahashi, desde que assumiu também estão sendo feitas mobilizações nas redes sociais para valorizar o trabalho dos policiais militares, que atendem diariamente mais de mil ocorrências, arriscando sua própria vida em defesa de uma pessoa que eles não conhecem. O secretário de Segurança Pública (SSP), Guilherme Derrite, também participou da cerimônia da troca de comando, além de outras autoridades, como os delegados Fernando Manoel Bardi, diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior 2 (Deinter-2), José Carlos Fernandes, da Divisão Especial de Investigações Criminais (Deic) e o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos).

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