Cocaína embalada com grife da Barbie gera curiosidade

Policiais da Força Tática do 8º Batalhão de Policiamento do Interior 2 (BPM/I) realizaram anteontem à noite uma apreensão de drogas inusitada em uma "casa bomba" na Vila Guararapes, entre os bairros Taquaral e Flamboyant, em Campinas. Entre os entorpecentes encontrados, havia 65 porções de cocaína embaladas em plástico transparente com etiquetas da boneca Barbie, indicando, segundo o sargento Alexsander Tércio de Amorim, que os traficantes estão investindo em "estudos de mercado" para atrair clientes.

A descoberta do depósito ocorreu no final da tarde, durante um patrulhamento de rotina em uma região conhecida pelo tráfico de drogas e comércio de produtos roubados. Na Rua Natividade da Serra, os policiais receberam informações sobre uma residência com grande quantidade de drogas e seguiram até o local. O imóvel estava vazio e, em seu interior, foi encontrada uma mala grande contendo diversos tipos de drogas, incluindo cocaína, maconha, crack, Dry Ace e substâncias sintéticas. Além das drogas, havia grande quantidade de materiais para preparo e acondicionamento, como eppendorfs, microtubos, sacos zip e etiquetas.

"Encontramos oito tipos de drogas. Só a maconha tinha três variedades. Do Dry Ace, dois tipos, e de cocaína e crack também havia outras variantes. Parece que as drogas estão sendo comercializadas como cervejas, com várias opções para atender públicos específicos", comentou o sargento Amorim.

O destaque da apreensão foram as embalagens com etiquetas da Barbie, a boneca mais conhecida e desejada no mundo pelas meninas. "Até a droga na embalagem tinha uma aparência diferenciada. Acreditamos que seja destinada ao público feminino ou LGBTQIA+", explicou o policial.

Com 32 anos de serviço na polícia, o sargento Amorim observou que, nos últimos dois anos, aumentaram as apreensões de novos tipos de drogas. Há três décadas, a polícia apreendia apenas cocaína e maconha comum. Hoje, esses entorpecentes aparecem em versões diversificadas, desde as mais fracas até as mais potentes. A maconha, por exemplo, possui diversas versões, desde as cultivadas ao ar livre até em laboratórios. A flor da erva, a versão mais cara, já é encontrada em pontos de tráfico em comunidades simples. "Os traficantes estão vendendo não só as drogas mais baratas, mas também drogas sintéticas, que não têm cheiro, permitindo que o usuário as consuma sem levantar suspeitas", comentou Amorim.

Os policiais também relataram que os traficantes estão misturando crack, que vicia mais rapidamente, a outros tipos de drogas.

No total, foram apreendidas 2.000 porções de Dry Ace (360 g), 1.025 porções de crack (670 g), 1.016 porções de cocaína (1.240 kg), 399 porções de maconha (250 g) e 203 porções de Dry (150 g), além de diversas embalagens como eppendorfs, microtubos, sacos zip e adesivos.

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