Cliente de balada no Cambuí acusa segurança de agressão

Um empresário de 35 anos registrou um boletim de ocorrência no 13º Distrito Policial (DP) para denunciar uma agressão ocorrida na casa noturna Pink Elephant, situada no bairro Cambuí, área nobre de Campinas. O caso aconteceu na madrugada do último domingo. Segundo o relato de Danilo Martino Camara Garcia, a agressão foi perpetrada por um dos seguranças do estabelecimento, sem justificativa aparente. Garcia foi expulso do local e brutalmente espancado logo após pagar a comanda de consumo no caixa do estabelecimento, resultando em um dente quebrado, cortes nos lábios e lesões internas que causam dores na região abdominal.

Garcia contou que é um frequentador assíduo da Pink Elephant há anos, mas não frequentava o local há algum tempo. Na madrugada do último domingo, por volta da 1h, ele compareceu à casa noturna para encontrar-se com um casal de amigos. Por volta das 3h, após ingerir um medicamento, começou a sentir-se mal e dirigiu-se ao banheiro. Ao retornar para junto de seus amigos, foi abordado por um segurança trajando preto, alto, moreno e robusto, que o agarrou pelo braço e ordenou que deixasse a boate. O empresário afirma que o segurança não forneceu qualquer explicação para a ação, limitando-se a sorrir.

"Em momento nenhum o segurança me explicou. Obrigou-me a pagar minha despesa e quando eu tirava o cartão da maquininha, um segurança que estava sem uniforme chegou do meu lado e me deu um soco que cai. Então ele me chutou muito, no rosto, no pescoço, no estômago. Sem motivos", contou.

O empresário reconhece que, antes de ser agredido e de quitar a conta, expressou seu descontentamento diante da falta de explicação. Segundo a vítima, ele havia adquirido uma garrafa de bebida bastante cara e sequer a havia consumido. A despesa totalizou aproximadamente R$ 600. "Não me deixaram pegar nada, nem mesmo o meu cartão. Falei que eles estavam de brincadeira comigo. Maltrataram-me. Só pode ser por maldade porque não consigo entender o que aconteceu", disse.

Os amigos tomaram conhecimento da remoção da vítima apenas 20 minutos depois e a encontraram do lado de fora com ferimentos no rosto, inclusive havia vomitado sangue. "Meu cliente teve medo de sofrer represálias e não buscou atendimento médico e nem acionou a polícia, pois ele soube que o agressor é um policial militar e um dos donos da casa noturna é filho de policial. Mas devido ao estado que está, decidimos acionar a Polícia Civil para que identifique o agressor e responsabilize a casa noturna", disse o advogado Guilherme de Almeida Gay.

O boletim de ocorrência foi registrado como lesão corporal. O advogado informou que solicitou à Polícia Civil a obtenção das imagens das câmeras de segurança que registram a agressão, uma vez que o fato ocorreu na entrada do estabelecimento, em frente ao caixa, onde há equipamentos. "Tememos que as imagens sejam apagadas. Precisamos entender o que aconteceu. Meu cliente não tem passagem criminal e não se envolveu em brigas no local, pelo contrário, é uma pessoa conhecida e querida", destacou Gay.

A equipe de reportagem buscou entrar em contato com representantes da casa noturna por meio do Instagram, mas até as 14h de terça-feira (17), não obteve retorno. Contudo, em resposta à emissora VTV/SBT, um representante afirmou que a informação fornecida pela vítima "não procede e está eivada de inverdades". Segundo ele, a verdade e a realidade serão demonstradas nos autos do inquérito policial. "Prezamos sempre pela transparência. Reservamos o direito em manifestarmos apenas em juízo, em detrimento a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados)".

OUTROS CASOS

No transcorrer deste ano, foram registrados, pelo menos, três casos de agressão em diferentes locais da região do Cambuí, conforme consta nos registros da Polícia Civil. O caso mais recente envolve um jovem que alegou ter sido agredido dentro de um bar enquanto celebrava o aniversário de um amigo, ocorrido no mês passado. O jovem relatou também ter sido atacado por um homem que se identificou como policial militar de folga.

A agressão foi registrada por testemunhas presentes no local, e as imagens revelaram que o rapaz foi imobilizado por um indivíduo, enquanto outras duas pessoas iniciaram as agressões com socos e chutes. O vídeo ainda mostrou que as vestimentas dele chegaram a cair durante o episódio de violência.

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