escola municipal

Caso de estupro de menina de 3 anos na escola é investigado em Hortolândia

Vítima passou por atendimento e três médicos acreditam em um possível rompimento do hímen

Alenita Ramirez/ [email protected]
19/11/2022 às 10:19.
Atualizado em 19/11/2022 às 10:25
De acordo com a avó, cujo nome foi preservado, a menina frequenta a escola desde o ano passado e passou a se queixar de dores nas partes íntimas este ano, há poucos meses (Divulgação)

De acordo com a avó, cujo nome foi preservado, a menina frequenta a escola desde o ano passado e passou a se queixar de dores nas partes íntimas este ano, há poucos meses (Divulgação)

A Polícia Civil de Hortolândia investiga a denúncia de caso de um suposto estupro de uma criança de três anos que teria ocorrido em uma escola municipal, na última quarta-feira. O crime foi denunciado pela família da vítima, depois de a menina se queixar de dores nas partes íntimas, passar por atendimento e três médicos terem concluído um possível rompimento do hímen. Em nota, a prefeitura informou que “a família está recebendo toda a assistência do poder público e a escola está à disposição das autoridades para o esclarecimento do caso até que sejam concluídas as investigações”.

De acordo com a avó, cujo nome foi preservado, a menina frequenta a escola desde o ano passado e passou a se queixar de dores nas partes íntimas este ano, há poucos meses. Até então, a família cuidava da vermelhidão como assadura e a tratava com pomada.

Na última quarta-feira, após ficar quatro dias em casa por conta do feriado prolongado da Proclamação da República, a menina foi à creche de perua escolar, como habitualmente faz, passando o dia, visto que ela estuda em período integral. “Como ela brinca na escola, dou banho nela na volta. Quando falei para ela ir até o banho, ela se recusou, mas, depois de muita insistência, rumou para o banheiro. Mas não deixava eu colocar a mão nas partes íntimas dela, dizendo que doía no local. Perguntei se ela estava com assadura e ela disse que sim. Acabou me deixando lavar, mas dizia que doía”, relatou a avó, que cuida da menina e da irmãzinha dela, de 5 anos.

Segundo a avó, na sequência do banho deu a mamadeira para a criança, que ficou deitada no sofá. Ela se alimentou e se queixou de dores novamente, tendo diarréia. A avó a levou ao banheiro por duas vezes e, ao examinar as partes íntimas da criança, percebeu a vermelhidão e mudança nos orifícios. “Vi que estava maior. Perguntei se ela tinha ido ao banheiro e quem a teria levado. Ela disse que tinha sido o tio da escola. Perguntei se ele a tinha limpado e se havia mexido nela. Ela disse que sim e mostrou como ele fez. Ela colocou os dois dedinhos e disse que ele tinha apertado bem forte. Na hora fiquei desesperada e a levei na UPA (Unidade de Pronto Atendimento Jardim Rosolém). O pediatra, após examiná-la, disse: ‘pode chamar o Conselho Tutelar e a polícia e levá-la ao hospital”, contou a mulher.

Segundo a família, o “tio” mencionado pela vítima seria o monitor da escola, que trabalha na unidade há seis meses. A Guarda Municipal foi acionada. De acordo com a avó, tanto o pediatra da UPA quanto as duas ginecologistas do Hospital Mário Covas teriam confirmado o possível rompimento do hímen da menina.

O atendimento no hospital foi acompanhado por um conselheiro do Conselho Tutelar. “Meu mundo caiu. A gente coloca uma criança na creche por necessidade, para que os pais trabalhem, e por achar que é um local seguro. O pior é escutar da escola e da polícia (GM) que isso poderia ter acontecido em casa. Minha neta fica o tempo todo comigo. Meu marido trabalha o dia inteiro. É um absurdo. Hoje (sexta-feira), minha filha foi à escolinha para pedir a transferência das crianças e foi hostilizada”, relatou a avó. “Não estamos acusando ninguém, apenas queremos que seja investigado o caso e que haja justiça”, disse o avô.

Em nota, a Prefeitura de Hortolândia informou que acompanha o caso e que a escolinha colabora com a polícia. “A vítima foi acolhida e recebeu os primeiros atendimentos em uma unidade de saúde do município. Sendo acolhida por toda a rede de proteção à criança, que também contempla a Lei da Escuta Protegida (Lei Federal 13.431/2017) e que integra uma série de ações do sistema de garantias e direitos, que visam salvaguardar as crianças em situação de abuso ou violência.

A Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia esclarece que possui protocolo de conduta que visa a minimizar os riscos à integridade das crianças e dos profissionais de educação atuantes nas escolas.”

Até sexta-feira, a família aguardava orientação da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) para que a criança passasse por exames no Instituto Médico Legal (IML).

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