VIDA SEM VALOR

Caminhoneiro mata colega com enxadadas na cabeça

Réu confesso, assassino trabalhava na mesma transportadora que a vítima na cidade de Sumaré

Alenita Ramirez/ [email protected]
05/10/2023 às 11:17.
Atualizado em 05/10/2023 às 11:17
Policiais encontraram o corpo de Edézio Tomé dos Santos enterrado nas proximidades da Rodovia MG-050 (Divulgação)

Policiais encontraram o corpo de Edézio Tomé dos Santos enterrado nas proximidades da Rodovia MG-050 (Divulgação)

A Polícia Civil localizou na manhã de quarta-feira (4) o corpo de Edézio Tomé dos Santos, um auxiliar de serviços gerais de 76 anos, na cidade mineira de Passos, a 290 km de Campinas. Santos estava desaparecido desde o último dia 27 e foi vítima de homicídio, sofrendo golpes de enxada na cabeça, conforme registrado por câmeras de segurança da transportadora onde trabalhava, situada no Jardim Viel, em Sumaré. O corpo estava enterrado nas proximidades da Rodovia MG-050, próximo a um hotel. Os policiais civis encontraram uma picareta nas imediações, que foi apreendida. Essa rodovia é uma das mais movimentadas do estado de Minas Gerais, ligando a capital mineira a São Sebastião do Paraíso.

O corpo da vítima, já em estado avançado de decomposição, foi localizado após a prisão temporária do caminhoneiro Joel Gonçalves do Nascimento, na noite anterior, em Curvelo (MG), a 170 km de Belo Horizonte (BH). Nascimento trabalhava na mesma empresa que Santos.

Santos residia sozinho em uma casa no pátio da transportadora desde o início do ano. Desapareceu após ser atacado enquanto dormia em um colchão no quintal da casa. Além de realizar serviços de jardinagem e limpeza, ele atuava como vigia do local.

O desaparecimento do idoso era inicialmente um mistério, até que um dos filhos, Reginaldo Tomé dos Santos, de 42 anos, confrontou o dono da empresa, inconformado com a falta de notícias do pai. "Na tarde da quarta-feira (dia 27), fui à casa do meu pai. A casa estava aberta, e suas coisas, como carteira e chave do carro, estavam todas lá. Procurei ao redor da casa e não encontrei. Estranhei e até fui à casa da minha mãe, mas nada", relatou o filho.

Reginaldo pressionou o dono da empresa, solicitando acesso às imagens do sistema de monitoramento da empresa. Foi então que ele descobriu que, na noite do dia 26 para 27, Santos havia colocado seu colchão no quintal para deitar e se refrescar, revelando as circunstâncias do ataque.

Por volta de 1h40 da madrugada do dia 27, um homem armado com uma enxada surgiu no local e desferiu vários golpes na cabeça da vítima. Mesmo tentando se levantar, a vítima foi agredida repetidamente até cair, sem se recuperar. Adrian Piranga, advogado da família, relata que o criminoso aplicou cerca de 20 golpes, sendo que o cabo da primeira enxada utilizada quebrou devido à intensidade da agressão. O agressor deixou a cena e retornou posteriormente com outra enxada. "A gravação para por aí. Não foi possível ver o que aconteceu com o corpo. A polícia realizou buscas nas proximidades da empresa, contando com a ajuda do Corpo de Bombeiros, já que há um riacho nas proximidades, mas nada foi encontrado", informou o advogado.

Com base nas imagens fornecidas à Polícia Civil do 3º Distrito de Sumaré, foi possível identificar o caminhoneiro. Segundo depoimentos do proprietário da transportadora, o suspeito partiu para fazer uma entrega na Bahia por volta das 2h30 daquele dia e ainda estava trabalhando naquela região.

Os policiais, então, solicitaram a prisão preventiva tanto do dono da empresa quanto do caminhoneiro, autorizada pela Justiça de Sumaré. Na noite anterior, os policiais de Sumaré prenderam o empresário na cidade. Utilizando o sistema de rastreamento do caminhão, a polícia localizou o caminhoneiro em Curvelo e solicitou assistência aos policiais civis mineiros para efetuar a prisão.

Em depoimento, o caminhoneiro confessou o crime e indicou o local onde havia ocultado o corpo. Os agentes de Curvelo então pediram apoio aos colegas de Passos, que localizaram o cadáver. O corpo foi recolhido e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exames. Devido ao estado avançado de decomposição e à gravidade das lesões na cabeça, será realizado teste de DNA e análise da arcada dentária. Familiares da vítima viajaram para Minas Gerais para o reconhecimento.

Inicialmente, o caminhoneiro alegou que cometeu o crime porque a vítima lhe devia R$ 2 mil. No entanto, os filhos da vítima negam essa versão, argumentando que o pai não costumava pegar emprestado.

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