CONFUSÃO

Briga na Escola Dom Barreto acaba com professora ferida

Envolvidos foram suspensos e levados para a Delegacia da Infância e Juventude

Alenita Ramirez/[email protected]
01/05/2025 às 15:45.
Atualizado em 01/05/2025 às 15:45
Briga teria começado na quadra da escola entre dois alunos adolescentes do período matutino (Alessandro Torres)

Briga teria começado na quadra da escola entre dois alunos adolescentes do período matutino (Alessandro Torres)

Uma briga entre um grupo de alunos da Escola Estadual Dom Barreto, em Campinas, terminou com uma professora idosa ferida na cabeça e socorrida ao Hospital Samaritano e nove alunos detidos e levados para a Delegacia da Infância e Juventude (Diju) no começo da tarde de anteontem. A confusão teria começado perto do fim das aulas do período matutino, na quadra, após um aluno pegar o "pente garfo" de cabelo de um adolescente de 17 anos. Os dois brigaram e foram levados para a diretoria, onde houve um segundo conflito, que culminou na queda da docente. Em nota, a Diretoria de Ensino Campinas Oeste lamentou o caso e disse que todas as medidas já foram tomadas. Os alunos envolvidos foram suspensos temporariamente. 

Seis dos nove alunos deverão responder por ato infracional de lesão corporal e rixa. Durante a confusão, segundo relatos de alunos à reportagem, um grupo de adolescentes que estava do lado de fora da escola estava armado de paus e soco-inglês. As testemunhas não sabem se o grupo era de estudantes do período da tarde ou da noite ou de outra unidade escolar, mas os que estavam armados não conseguiram entrar na Escola Dom Barreto e deixaram o local. 

Tudo teria começado por volta das 11h40, quando uma turma que estava com aula vaga foi para a quadra da unidade estudantil brincar de vôlei de "roda". O aluno que teria provocado a briga com um colega teria jogado pratos de plásticos e outros objetos nos estudantes que brincavam, e na seqüência foi até a arquibancada da quadra e revirado a mochila do adolescente de 17 anos, que estava no local. Este aluno então pegou o pente de cabelo em forma de garfo do adolescente e passou a exibir o acessório pessoal. 

"Fui até ele pedir satisfação e ele não quis devolver. Então começou um empurra-empurra. Levei um soco no braço. O menino que estava com ele chamou uns colegas deles e vieram uns 15 para cima de mim. Eu estava sozinho e um colega entrou na frente e interveio, separando todo mundo", contou o adolescente, que afirma nunca ser sofrido preconceito racial na escola por ter cabelo afro. O adolescente estuda na unidade há quatro anos e está no 3º ano do Ensino Médio. 

A segunda briga aconteceu na troca de turnos, entre 12h05 e 12h15, quando um grupo de alunos do segundo período, que estava do lado de fora da escola, invadiu a unidade estudantil para atacar o adolescente de 17 anos que estava na diretoria, juntamente com outros envolvidos na primeira briga. Os estudantes aguardavam a chegada dos responsáveis. O grupo de invasores seria formado por amigos do aluno que teria provocado a briga na quadra e teria sido chamado por telefone por um colega do agressor. 

Na invasão, deu-se uma nova briga e uma professora de 68 anos, que tentava ajudar na contenção dos alunos foi empurrada, caiu e feriu a cabeça. Um professor precisou trancar a porta de entrada e ficar com o corpo contra a porta para evitar que ela fosse arrombada. 

Os pais dos alunos que chegaram ao local acabaram também sendo envolvidos na briga, que só foi controlada com a chegada da Polícia Militar (PM). "Eu não sei quantos alunos estavam do lado de fora da escola, mas eram muitos que queriam entrar", disse um aluno. 

OUTRO LADO 

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação informou que lamenta o ocorrido com a docente, que foi imediatamente socorrida e acompanhada ao hospital, onde passou por exames e foi liberada. Segundo a pasta, a unidade estudantil está prestando todo suporte à professora, que foi afastada das atividades. 

Em relação aos estudantes envolvidos no conflito, a Secretaria informou que foram aplicadas medidas disciplinares, como a suspensão e notificação ao Conselho Tutelar. "Os alunos farão acompanhamento remoto das aulas na próxima semana. A Polícia Militar também foi acionada e um boletim de ocorrência foi registrado", informou a pasta. 

Segundo Diretoria via Seduc-SP, a escola dará continuidade nas ações direcionadas ao "fortalecimento de um ambiente escolar positivo, solidário, integrado e acolhedor com apoio da equipe regional do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva) e de um profissional do Programa Psicólogos nas Escolas" e que a gestão escolar está à disposição da comunidade escolar para mais esclarecimentos.

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