EM HORTOLÂNDIA

Briga de adolescentes resulta em tio morto e mãe esfaqueada

Familiares foram brutalmente atacados por garota delinquente e o irmão com antecedente criminal Os passageiros que utilizavam a

Alenita Ramirez/ [email protected]
20/10/2023 às 19:06.
Atualizado em 20/10/2023 às 19:06
Mãe e tio da adolescente, que foi vítima de agressão, acabaram se envolvendo em uma briga generalizada na rua com a agressora e o irmão desta (Divulgação)

Mãe e tio da adolescente, que foi vítima de agressão, acabaram se envolvendo em uma briga generalizada na rua com a agressora e o irmão desta (Divulgação)

Uma desavença antiga entre duas adolescentes, de 13 e 14 anos, culminou em tragédia na tarde de quarta-feira (19), no Jardim Amanda 2, em Hortolândia. O incidente teve início quando a mais jovem agrediu a mais velha na entrada da escola. Posteriormente, a vítima dirigiu-se a sua casa para informar a mãe, de 32 anos, que prontamente chamou o irmão, um barbeiro de 30 anos, para conversar com a agressora. Enquanto se deslocavam de carro, o tio, a mãe e a vítima se depararam com a garota agressora e o irmão, de 19 anos, caminhando pela Rua Casemiro de Abreu. Nesse trágico encontro, a agressora empunhava uma faca, enquanto o irmão portava uma arma de fogo, utilizando-a para matar o barbeiro. A mãe da adolescente de 14 anos foi esfaqueada nas costas, sendo socorrida e encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Amanda, onde recebeu atendimento médico e foi liberada. Os irmãos fugiram do local.

O trágico episódio ocorreu por volta das 16h. Ambas as jovens frequentavam a mesma instituição educacional, a Escola Estadual Professor Euzébio Antônio de Queiroz, mas a vítima foi transferida para outra unidade por razões não esclarecidas. Apesar da mudança de escola, a adolescente mais jovem manteve sua intenção de vingança. No início da tarde de quarta-feira, ela dirigiu-se à nova unidade e agrediu a rival.

Ao retornar para sua residência, a vítima compartilhou o ocorrido com a mãe, de 32 anos. A mulher, então, entrou em contato com o irmão, Eduardo Barbosa Rodrigues, que opera uma barbearia na mesma avenida onde o crime ocorreu, solicitando-lhe que as levasse à casa da agressora para uma possível reconciliação. No percurso em direção à residência da adolescente mais jovem, a família cruzou o caminho da agressora e de seu irmão, que caminhavam na via. O barbeiro estacionou o carro e todos saíram. Rodrigues, o barbeiro, iniciou uma conversa com a adolescente, quando, em determinado momento, ela teria sacado uma faca e investido contra ele.

Parte da briga foi filmada por moradores de um sobrado do lado oposto ao local da tragédia. A gravação mostra as duas adolescentes, os dois rapazes e a mulher envolvidos no confronto. Em uma das cenas, a adolescente segura uma faca em uma das mãos, erguendo-a em gesto de ataque.

O barbeiro já se encontrava no chão, dominado pelo agressor identificado como João Vitor Leite. Um disparo é ouvido. A irmã do barbeiro tenta interromper a briga e é atingida nas costas pela adolescente de 13 anos. Leite foge na direção da via por onde a família se deslocava, enquanto Rodrigues consegue se levantar e, com dificuldade, corre para o lado oposto. No entanto, Leite retorna com a arma em punho e efetua dois disparos.

Conforme relatos de testemunhas que optaram por não se identificar, o barbeiro foi inicialmente atingido em um dos braços e, posteriormente, enquanto corria, nas costas. Após cair no chão, foi fatalmente atingido por um disparo na cabeça. Moradores do bairro também afirmam que Leite possui antecedentes criminais por homicídio.

A reportagem apurou que a arma utilizada no crime possivelmente pertencia a Rodrigues, recebida como parte do pagamento por serviços de corte de cabelo cerca de uma semana antes. Entretanto, no boletim de ocorrência, mencionase que Leite chegou ao local já portando uma arma. No entanto, durante a revista no carro da vítima, a polícia encontrou 14 cartuchos, cujo pai do rapaz assegurou não pertencerem ao filho, sugerindo que Leite os teria colocado no veículo para incriminá-lo. O caso está sob investigação pela Polícia Civil.

A família das vítimas optou por não comentar sobre a tragédia, indicando que, segundo um irmão das vítimas, o grupo ainda não compreendeu totalmente o que ocorreu. Mãe e filha encontravam-se em estado de choque.

O barbeiro é descrito como um profissional exemplar no bairro, sem histórico de envolvimento em atividades criminosas, sendo muito querido pela comunidade local.

O crime ocorreu a aproximadamente 1,5 quilômetro da escola. Em comunicado, a Secretaria Estadual de Educação expressou pesar pelo incidente, ressaltando que este se desenrolou fora das dependências da instituição. A secretaria reiterou seu repúdio a qualquer forma de violência, seja dentro ou fora do ambiente escolar. Foi mencionado que uma equipe do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva-SP) estava fornecendo todo o suporte necessário aos estudantes e à comunidade escolar. Além disso, a Diretoria de Ensino de Sumaré colocou-se à disposição dos responsáveis pelos alunos para prestar esclarecimentos.

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