INSEGURANÇA GERAL

Bandidos em motos tocam o terror em pontos de ônibus

Moradores dos distritos do Campo Grande e Ouro Verde estão cansados de serem assaltados

Alenita Ramirez/ [email protected]
26/09/2023 às 08:46.
Atualizado em 26/09/2023 às 08:46
Ponto de ônibus no Parque Novo Mundo, onde um grupo de oito pessoas foi atacado na semana passada (Kamá Ribeiro)

Ponto de ônibus no Parque Novo Mundo, onde um grupo de oito pessoas foi atacado na semana passada (Kamá Ribeiro)

Duplas em motocicletas estão apavorando os moradores dos bairros localizados nas regiões dos distritos do Campo Grande e Ouro Verde, em Campinas. Diversos relatos têm emergido tanto em grupos de WhatsApp quanto no Facebook, com a maioria das vítimas compartilhando suas angústias enquanto aguardam em pontos de ônibus. Na área do Campo Grande, por exemplo, os assaltos são frequentemente cometidos por bandidos que utilizam uma CG Titan vermelha, levantando suspeitas de que possam ser os mesmos indivíduos em diferentes incidentes.

Na semana passada, um grupo de oito pessoas foi atacado enquanto aguardava em um ponto de ônibus no Parque Novo Mundo. Minutos antes, no mesmo dia, um jovem foi assaltado por uma dupla que coincidia com a descrição do veículo, enquanto passava por uma estrada que conecta o Nova Esperança à Avenida John Boyd Dunlop. Os assaltantes roubaram os celulares das vítimas.

Dois dias depois, no Jardim Satélite Iris, um jovem foi baleado na perna enquanto se dirigia a um ponto de ônibus para seu trabalho matinal. A vítima havia acabado de sair de sua residência e foi abordada por um criminoso em uma moto. O assalto ocorreu por volta das 7h, quando o bandido exigiu que a vítima entregasse seu celular. Após a obediência da vítima, o criminoso disparou contra sua perna. O jovem foi socorrido por um vizinho que o conduziu ao Hospital da PUC Campinas. O criminoso fugiu levando apenas o celular da vítima.

Uma operadora de uma loja, de 28 anos, residente no Parque Novo Mundo, que preferiu não ter seu nome divulgado, compartilhou um episódio preocupante ocorrido na semana passada. Ela relatou que seu marido estava em um ponto de ônibus do bairro, juntamente com outras sete pessoas, quando uma dupla em uma moto Titan se aproximou. Os assaltantes realizaram um retorno, trafegando na calçada com a motocicleta, e o passageiro desceu para anunciar o assalto. Todas as pessoas no local foram obrigadas a entregar seus celulares

Ela mencionou um incidente particularmente angustiante, em que uma cuidadora de idosos implorou ao criminoso para não levar seu celular, pois continha informações cruciais, como horários, medicações e contatos dos filhos do idoso sob seus cuidados. No entanto, os ladrões não se sensibilizaram com o pedido e levaram o aparelho. Segundo a operadora, o bandido que estava coletando os celulares demonstrou desrespeito e respondeu de forma agressiva: "Que se f..., to fazendo o meu corre."

Os assaltantes usavam capacetes e cobriam seus rostos com tocas ninjas, mas as vítimas conseguiram observar que o garupa tinha olhos castanhos escuros, enquanto o piloto era musculoso e vestia uma jaqueta de motoqueiro.

O assalto ocorreu por volta das 5h40. Apenas dez minutos antes, um jovem que se dirigia a um ponto de ônibus na Avenida John Boyd Dunlop também foi vítima de um ataque por criminosos armados. "Dá muito medo. Tem base da Polícia Militar perto da Praça da Concórdia, mas é raro o policiamento nos bairros. Tinha parado os assaltos desta forma, mas há uns meses voltaram novamente. Meu esposo não conseguiu registrar boletim de ocorrência porque só levou o celular dele e como o aparelho é antigo e não temos mais a caixa, não conseguimos fazer a denúncia", falou a operadora.

Na área dos DICs, no distrito do Ouro Verde, os residentes também têm manifestado preocupações sobre "arrastões" ocorrendo nos pontos de ônibus entre 5h e 6h da manhã. Os assaltos estão ocorrendo principalmente ao longo da Avenida Carmem de Angelis Nicoletti e em vias próximas. De acordo com os moradores, os ataques acontecem nos próprios pontos de ônibus e também nas proximidades, quando as vítimas estão a caminho deles.

"Muitas pessoas reclamam de assaltos, mas não registram boletim de ocorrência e orientamos para que a polícia possa fazer patrulhamento", disse a cozinheira Denise Aparecida da Silva, que por pouco foi alvo dos criminosos. Ao ver uma dupla de moto que passou ao seu lado olhando, ela correu e entrou em sua casa, mas viu a dupla retornando a via em sua procura.

A reportagem buscou informações junto à Polícia Militar (PM) sobre as operações de patrulhamento e ações realizadas nos dois distritos desde a semana passada, mas, até as 15h de segunda-feira (25), ainda não havia recebido um retorno oficial.

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