Apreensão de drogas cresceu 59% este ano nas rodovias da região de Campinas

O volume de drogas apreendidas nos sete meses deste ano nas principais rodovias que cortam Campinas aumentou 58,95% na comparação com igual período de 2021, segundo balanço feito pela Polícia Militar Rodoviária (PMR) a pedido do Correio Popular. 

Entre janeiro e julho deste ano, a corporação apreendeu 790 quilos de drogas contra 497 quilos no ano passado. A maior parte dos entorpecentes retirada de circulação é de maconha. O balanço se refere às apreensões realizadas nas rodovias Anhanguera (SP-330), Bandeirantes (348) e Santos Dumont (SP-075), que integram a área administrativa do 4º Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv). 

“Não houve um trabalho específico, voltado apenas para o ilícito de drogas. São patrulhamentos e operações de rotina, ações aleatórias, com foco em qualquer tipo de crime - de infrações de trânsito a roubo de cargas”, afirmou o tenente Vinícius Becker Santos.

A maior apreensão neste ano, até o momento, aconteceu na Rodovia Anhanguera, na altura do km 152, em Americana, e somou 509 quilos de erva, no começo de agosto. Porém, essa apreensão não foi contabilizada no levantamento realizado pela PMR, visto que o mês terminou apenas ontem. 

Nessa apreensão, um homem, de 21 anos, foi preso em flagrante. Os policiais encontraram no carro que o rapaz dirigia 530 tijolos de maconha, avaliados em R$ 250 mil. Ele foi flagrado ainda em Limeira, pela PMR, e abordado em Americana, depois que o veículo capotou ao ser perseguido pela polícia. 

O suspeito estava em um Toyota Corolla, no sentido capital, em alta velocidade e realizando manobras perigosas. Por conta disso, houve acompanhamento por 23 quilômetros. Foi quando o motorista perdeu o controle da direção e capotou. A droga estava espalhada no porta-malas e no banco traseiro. O motorista confessou que transportava os entorpecentes vindo do Paraguai, mas não informou qual seria o destino deles.

Em maio, o Tático Ostensivo Rodoviário (TOR) da PMR apreendeu 11 tijolos de maconha com uma passageira de um ônibus, na Rodovia Anhanguera, em Americana. A mulher havia saído de São Bernardo do Campo, com destino a uma cidade do Estado do Ceará. A droga estava em uma bagagem de mão. 

Segundo Becker, o maior número de apreensões ocorre no sentido capital das pistas. A polícia acredita que as drogas são oriundas de outros países, com entrada, em especial, pelos estados do Paraná e Mato Grosso. “Temos que encarar esse aumento de apreensão de drogas como positivo, pois revela a alta produtividade das polícias. A região de Campinas é conhecida como “Rota Caipira”, porque oferece uma rede viária de qualidade no País. Por aqui cruzam inúmeras rodovias, que se conectam com outras grandes vias. A Rodovia D. Pedro, por exemplo, cruza com a Fernão Dias. A Anhanguera, com a Washington Luís, e a Bandeirantes, com os anéis viários que, por sua vez, cruzam com a Régis Bitencourt”, comentou o especialista em Segurança Pública, Adalberto Santos. 

“Infelizmente o Brasil enfrenta um problema seríssimo de falta de policiamento nas suas fronteiras e o tráfico de drogas tem origem nos países vizinhos. Quando as remessas chegam nessas redes viárias, é realizado um trabalho de inteligência das polícias, que acabam apreendendo tudo. Essas apreensões significam muito prejuízo para o crime organizado e isso enfraquece eles, pois o tráfico financia outros crimes”, acrescentou. 

Perímetro urbano

Na área urbana, apesar de registrar queda de cerca de 70% na quantidade apreendida de drogas - 471kg em 2021 e 141 este ano -, no começo deste mês a PM e GM fizeram três grandes apreensões, que também não foram somadas nesta estatística. Entre elas, a de 239 tijolos em um carro que foi abandonado no DIC 3, após perseguição, e de 28kg em uma chácara, ambas feitas pela PM. E 50kg de drogas em um imóvel no Pq. Floresta, efetuada pela GM. “No perímetro urbano e na malha viária, no período de janeiro a julho, foi apreendido o quantitativo de drogas ilícitas de 968kg em 2021 e 931kg em 2022, como resultado do policiamento ostensivo e outras medidas conjuntas desenvolvidas, no desencadeamento de Operações Policiais-Militares, com base nos registros de ocorrências e outros fatores que podem potencializar a prática delituosa, empregando de forma pontual os recursos disponíveis, com foco na segurança da população, identificação e prisão de criminosos”, frisou em nota o Centro de Operações da Polícia Militar 2 (CPI-2).