VIOLÊNCIA NA ESCOLA

Aluna da Glicério ataca colega com um murro de soco inglês

Confusão criada em torno do sumiço do material escolar e óculos da vítima foi o estopim da briga

Alenita Ramirez/[email protected]
26/06/2024 às 16:03.
Atualizado em 26/06/2024 às 16:03
Aluna sofreu vários cortes e teve um dente quebrado após ser atingida por golpes com um soco inglês (Divulgação)

Aluna sofreu vários cortes e teve um dente quebrado após ser atingida por golpes com um soco inglês (Divulgação)

Uma cena de violência chocou a comunidade escolar de Campinas anteontem à tarde. Uma aluna de 15 anos atacou uma adolescente de 17 anos com um soco inglês na saída das aulas, em frente à Escola Estadual Francisco Glicério, localizada na região central da cidade. Além do soco inglês, a agressora também portava uma faca, intensificando a gravidade do ataque. A vítima sofreu um corte na cabeça e teve pelo menos um dente quebrado. A agressão não foi um ato isolado; outra garota, também de 15 anos, participou da briga, aumentando a tensão e a preocupação entre os presentes. 

O ataque ocorreu após a mãe da vítima ter ido à escola para denunciar ao diretor o furto do material escolar da filha e solicitar ajuda para localizar seus óculos. A atitude da mãe teria despertado a ira das estudantes, escalando para um nível alarmante de violência. O caso está sendo investigado pela Delegacia da Infância e Juventude (Diju). Até o momento, nenhuma das agressoras foi apreendida. Reservadamente, pais, professores e alunos reconhecem a gravidade do episódio e ressaltam a necessidade urgente de medidas mais eficazes para garantir a segurança dos estudantes dentro e fora do ambiente escolar. 

A agressão foi filmada por estudantes da escola. De acordo com a mãe da vítima, cujo nome foi preservado, na última quinta-feira, o material escolar e os óculos da sua filha foram furtados enquanto ela e um grupo de amigos conversavam no Largo São Benedito após a aula. Na ocasião, diversos estudantes estavam no local, e o sumiço dos objetos ocorreu quando a vítima foi ao banheiro. "Minha filha pediu para os colegas olharem, mas ninguém viu quem pegou. Eu fui à escola, avisei do furto e pedi para o diretor ajudar a recuperar, pelo menos, os óculos, pois ela precisa usá-los para estudar. Não acusamos ninguém e nem citamos nomes, pois não sabíamos quem foi", relatou a mãe. 

O pedido da mãe à direção da escola ocorreu na sexta-feira. Segundo ela, no mesmo dia, espalhou-se na escola a notícia sobre sua ida ao colégio e a suposta acusação contra as agressoras. "Não acusei ninguém, pois não temos testemunhas. Achei que a direção da escola fosse resolver o problema, sem precisar acionar a polícia", comentou a mãe. 

A mãe disse que ficou sabendo da confusão ainda na sexta-feira à tarde e, na manhã de anteontem, horas antes da agressão, foi à escola pedir ao diretor que deixasse a história de lado, temendo represálias contra a filha. "A direção só me ligou. Não chamou a polícia para deter as agressoras e nem apartar a briga. Tenho como provar que não acusei ninguém. Todo mundo sabia sobre a agressão contra minha filha. A menina premeditou e levou as armas para a escola. O diretor não fez nada para impedir", afirmou a mãe, que promete levar o caso ao Ministério Público (MP). "Eu quero que a agressora pague pelo que fez com minha filha e que o diretor seja responsabilizado. Minha filha sofre bullying na escola só porque se veste melhor. Eu trabalho para vestir minha filha e dar a ela uma condição melhor", acrescentou. 

Em nota oficial, a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (Secud-SP) informou que o Conselho Tutelar foi acionado e os responsáveis pelas alunas envolvidas foram convocados. As estudantes deveriam realizar suas atividades escolares remotamente no dia de ontem. "A Secretaria repudia qualquer tipo de violência, seja dentro ou fora do ambiente escolar. Ao tomar conhecimento do desentendimento ocorrido fora da escola, a equipe de gestão prontamente se dirigiu ao local para apartar as estudantes", declarou a Pasta. 

A nota acrescenta que a equipe regional do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva) está acompanhando o caso e irá desenvolver estratégias de ação para conscientizar toda a comunidade escolar. Além disso, um profissional do programa Psicólogos nas Escolas está atuando na unidade para oferecer suporte. No entanto, a escola não conta com o programa de vigilância, pois não está localizada em uma região considerada de vulnerabilidade. "A Diretoria de Ensino Campinas Leste e a equipe gestora da unidade estão à disposição da comunidade escolar para fornecer mais esclarecimentos", concluiu a Secretaria.

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