Álcool, briga de casal e muito sangue em dois assassinatos

Duas festas de confraternização regadas a bebida alcoólica, em cidades distintas, terminaram em tragédia neste final de semana. Nos dois casos, a versão relatada em boletim de ocorrência é a de que os crimes seriam consequência de briga de casal e com defesa de mulheres, vítimas de violência doméstica. Porém, em um dos casos, em Campinas, há contradição nos relatos apontando que a motivação seria "brincadeira" de mau gosto. Seja lá como for, a vítima foi quase degolada. Em ambas as ocorrências, os assassinatos aconteceram na frente das casas das mulheres e os filhos pequenos assistiram a tudo. Nos dois casos, a arma usada foi faca.

Em Limeira, um jovem de 24 anos foi esfaqueado ao tentar apartar uma briga entre marido e mulher. O crime aconteceu no domingo (7) à noite. Luan Henrique de Melo dos Santos seria vizinho deles e foi chamado por um dos filhos do casal, uma menina de 7 anos, para socorrer a mãe dela, que estava sendo agredida pelo companheiro, de 43 anos.

Segundo relatos de testemunhas, o casal e os filhos - a menina e o menino de 5 anos - participavam de uma festa de confraternização em uma chácara no mesmo bairro onde moram, no Jardim do Jequitibá, quando uma discussão começou e seguiu no trajeto para a residência deles. No percurso, o homem bateu na mulher e nas crianças, momento que a menininha correu e pediu ajuda de Santos, que estava na casa dele, com a mãe, a irmã e uma vizinha.

Ao ver o apelo da garotinha, os quatro correram até a casa do casal e na tentativa de conversar com o homem, o mesmo se armou de uma faca e golpeou o jovem, que estava no portão da casa. Segundo relatos da polícia, a vítima tentou correr, mas caiu sem vida na rua. O autor do golpe conseguiu fugir. O crime foi registrado como homicídio e com os agravantes de violência doméstica e contra mulher.

Facão

Em Campinas, no Jardim Columbia, região do Cambo Belo, um rapaz de 28 anos matou um motorista de 34 anos, também durante um churrasco na casa da vítima. O crime aconteceu na noite do sábado. O autor do crime fugiu do local, mas pediu ajuda em uma base da Guarda Municipal (GM) de Vinhedo, onde mora, e se entregou.

Ele relatou para a polícia que participava de uma festa de confraternização quando teria presenciado uma briga de casal e foi defender a mulher, momento que o agressor, no caso o marido, teria se voltado contra ele, armado de um facão, e, para se defender, entrou em luta corporal e acabou tomando o facão e golpeando o agressor.

O crime teria acontecido na frente de algumas pessoas. Após golpear o motorista, identificado como Cícero Lima da Silva, o rapaz fugiu com a mulher, o filho do casal e um bebê, que seria filho de um casal que estava na festa e havia saído para dar uma volta de moto.

Outro lado

A mulher de Silva nega que houve discussão entre ela e a vítima e garante que a tragédia foi consequência de uma brincadeira de mau gosto que o autor do crime e o motorista sempre faziam quando se encontravam. De acordo com a mulher, os dois eram amigos e o motorista havia organizado a festa para comemorar um mês de trabalho em uma empresa. "Meu marido convidou os amigos para o churrasco e eles misturaram e ingeriram muito bebida.

Eles tinham a mania de ficar passando a mão um no outro e falando besteiras, mas em dado momento da festa se estranharam e começaram a brigar. Meu marido o mandou embora e ele saiu. Mas quando estava no portão, meu marido se arrependeu e pediu desculpas e pediu para que ele voltasse.

Ele (jovem) voltou e como estava na churrasqueira, continuou assando carne. Eu estava dentro de casa quando ouvi nossa filha de quase três anos gritar pelo pai. Corri para fora e vi meu marido com um facão e ele com a faca de carne e correndo em volta do carro. Tirei minha filha de lá e quando voltei para fora vi cinco homens agredindo meu marido", contou a mulher.

O motorista é do Ceará, mas o corpo foi enterrado no domingo no Cemitério dos Amarais. O autor do golpe foi levado ao plantão da 2ª Delegacia Seccional, em Campinas, e como se entregou vai responder em liberdade. A reportagem tentou contato com ele, mas não conseguiu.