A FACADAS

Acusado do primeiro feminicídio do ano é detido

Homem havia fugido após o crime e foi localizado pela Polícia em um posto de combustível na Rodovia Anhanguera

Alenita Ramirez/[email protected]
09/01/2025 às 15:47.
Atualizado em 09/01/2025 às 15:47
 (Divulgação)

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Uma ação conjunta da Polícia Civil de Campinas e das forças de segurança de Araras prendeu o vigilante Carlos Henrique Schaeffer Neves Rosa, de 30 anos, suspeito de matar a companheira, Sandra Regina Mercadante, de 49 anos, com dez facadas na casa do casal, no Jardim Lourdes, na região do Jardim São José. Ele foi localizado na noite de anteontem, 30 horas depois de as autoridades serem informadas do crime e estava perto de um posto de combustível às margens da Rodovia Anhanguera. Sua prisão aconteceu após os policiais da 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) conseguir informações de que o suspeito estava em Araras. De acordo com um dos delegados que conduziu a investigação, Vinicius Pires dos Santos, o vigilante pretendia fugir para "longe" e alegou apenas que tinha passado o domingo brigando com a vítima. 

Sandra foi a primeira vítima que entrou para a estatística de feminicídio em Campinas em 2025. Rosa não deu detalhes do crime, mas entregou aos policiais a faca usada no crime. Ele não falou sobre a motivação do crime, mas confessou que tinha passado o domingo discutindo com a companheira porque ela tinha o hábito de sair de casa sem dar satisfação. "Ele a monitorava. A faca que foi apreendida com ele tinha resquício de sangue e vai ser periciada", disse Santos. 

O assassinato teria acontecido entre às 18h e 24h do domingo. Após matá-la com dez golpes de faca, ele pegou suas coisas, colocou em uma mochila e disse que caminhou a pé até o posto de combustível Sucão, no bairro Matão, em Sumaré, onde pegou carona. Rosa foi detido por policiais militares, que o encontraram debaixo de uma árvore, nas proximidades de um posto de combustível, na rodovia. "Ele disse que ficou na casa, com a vítima, até às 6h da manhã de segunda-feira e depois foi embora. Disse que pegou carona, caminhou, enfim chegou em Araras e decidiu ficar por lá esperando que o pagamento dele caísse na conta para seguir fugindo", contou o delegado. 

O casal vivia junto há cinco anos, entre idas e vindas, e tinham uma relação conturbada. Tanto a vítima como o agressor eram consumidores de maconha e trabalhavam como vigilantes na mesma empresa. Eles faziam turnos opostos e na segunda-feira seria o plantão dela. O crime foi descoberto porque a irmã da vítima foi avisada de que ela não tinha comparecido ao trabalho. A irmã foi ao endereço e encontrou o portão trancado. Depois de arrombar o portão, ela e um colega encontraram o corpo no quarto da casa, já sem vida. 

Na fuga, Rosa deixou para trás a folha de ponto da empresa. Ele faria o plantão na noite da segunda-feira. A vítima tinha medida protetiva contra o agressor. Segundo Santos, o vigilante tem passagem por violência doméstica contra a vítima e uma pessoa da família dele, mas não tinha sido preso em nenhuma das ocorrências. "Logo que a perícia encontrou a folha de ponto dele e conversamos com vizinhos e a família dela, vimos que era um caso de feminicídio e não paramos as buscas pelo autor até descobrirmos que ele estava em Araras. Pedimos apoio para as polícias de lá e ele foi localizado", disse o delegado.

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