FIM DAS QUEIMADAS

Secretário diz que mecanização da colheita da cana se completa em 2014

Ele fez a afirmação com base em avaliações anuais do protocolo assinado em 2007 com os empresários do setor; 72,6% do corte já é mecanizado

Guto Silveira
03/05/2013 às 12:40.
Atualizado em 25/04/2022 às 17:58

O secretário de Estado do Meio Ambiente, Bruno Covas, disse nesta quinta-feira (2) que a mecanização do corte da cana-de-açúcar em áreas planas deve se completar no próximo ano, como previsto em protocolo assinado com os produtores em 2007. Para as áreas não planas o prazo do protocolo é de 2017. Uma lei estadual aprovada em 2002, no entanto, prevê prazos de 2021 e 2031, respectivamente para áreas planas e não planas.

“É possível completar sim porque o protocolo tem metas anuais que estão sendo cumpridas”, explicou. Segundo ele, a cada ano a secretaria verifica as metas, que incluem outros itens, como a redução do consumo de água, e concede um selo de boas práticas aos produtores. Apesar de não obrigatório, o selo é bem visto pelos compradores de produtos.

Bruno Covas divulgou nesta quinta-feira, juntamente com a secretária de Estado da Agricultura e Abastecimento, Monika Bergamaschi, o atual estágio da mecanização da colheita de cana. No Estado de São Paulo, 72,6% da colheita é feita com máquinas. Monika ressaltou que o plantio também está sendo mecanizado.

“A mecanização traz ganhos ambientais e sociais. O mito de que a mecanização traria desemprego no setor não existe mais, porque em 2006 o setor empregava 103 mil pessoas, enquanto em 2012 empregou 108 mil. Os salários tiveram aumento médio de 28%, com a capacitação dos trabalhadores”, afirmou o secretário.

Ele apontou que o desemprego não se configurou porque para cada máquina trabalhar no corte de cana são necessários 35 trabalhadores, entre operação e manutenção. “Também houve qualificação destes trabalhadores, que não estão mais expostos aos problemas ambientais”.

USINAS E FORNECEDORES

O alto investimento –cada colheitadora custa cerca de R$ 1 milhão- e o custo operacional têm levado à maior mecanização das usinas, em comparação com os fornecedores de cana. Nas usinas chega-se a 85% de colheita mecanizada, contra 50% dos fornecedores. Isso porque alguns têm pequenas áreas de produção e menor capacidade de investimento.

“Por isso estamos fazendo um esforço para que ocorram aquisições de forma consorciada entre os fornecedores. Mas é importante lembrar que muitos grupos já mecanizaram 100% de suas colheitas”, disse Mário Covas. Já Monika disse que se todos quiserem comprar máquinas ao mesmo tempo nem haverá disponibilidade no mercado.

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