JOGO RÁPIDO

Se não foi assim, é só explicar

Coluna publicada na edição de 25/4/19 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
25/04/2019 às 02:00.
Atualizado em 04/04/2022 às 08:49

O Guarani espera que o nome de Vinícius Eutrópio seja publicado hoje no BID e que assim ele possa comandar o time no banco contra o Figueirense. Muitos dos 40 clubes das séries A e B trocaram de técnico nos estaduais e não sei de nenhum que esteja ameaçado de estrear sem seu novo treinador. Não faz sentido que só o Guarani, por esse motivo, não tenha seu comandante à beira do gramado. O regulamento é muito vago sobre essa questão. O São Paulo só publicou a rescisão de Rogério Ceni meses depois de sua demissão. Nem por isso o Tricolor ficou durante todo esse tempo sem técnico no banco. Acredito que Eutrópio estará no banco sábado, mas nem por isso o contrato que o clube assinou com Osmar Loss deve ser ignorado. Nos últimos dias, por diversas vezes o presidente bugrino Palmeron Mendes Filho afirmou que estava próximo de um acordo com Osmar Loss. Ontem, porém, o treinador disse ao repórter Carlos Rodrigues que manteve alguns contatos com a diretoria, mas que não recebeu nenhuma proposta. Fica difícil entender o que Palmeron quis dizer com “próximo de um acordo”. Segundo Loss, nenhum passo foi dado nesse sentido. O clube não divulgou até o momento o valor da multa, mas Carlos apurou que o Guarani tem a obrigação de pagar todos os salários até o final do contrato, em dezembro. Umberto Louzer foi demitido meses antes do final de seu contrato. O Guarani teve que assumir o pagamento do período restante? Se Vinícius Eutrópio vier a ser demitido, o clube também terá que pagar salário até o final? Não acredito que o Guarani assuma esse compromisso com todos seus treinadores. Seria uma enorme irresponsabilidade, ainda mais para quem troca de técnico com tanta frequência. E não compreendo como o Guarani assinou nesses termos com um treinador que ficou pouco tempo nos outros três times que já dirigiu. Em 2010, Loss ficou 22 jogos no Juventude. Em 2015, foram 12 partidas no Bragantino. E em 2106 mais 25 no Corinthians. No Brinco de Ouro, durou apenas 12 partidas, mas teria assinado um contrato que lhe garante, em qualquer hipótese, 12 meses de salário. Por que o Guarani, há décadas em crise financeira, assumiria esse compromisso com um treinador de retrospecto tão ruim? A diretoria deveria ser mais clara sobre o assunto. O silêncio sobre a multa e as declarações divergentes de Palmeron e Loss indicam que o clube fez um péssimo e irresponsável negócio ao contratar o ex-auxiliar-técnico do Corinthians. Se não foi assim, é só explicar.

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