SAÚDE EM ALERTA

Valinhos investiga varíola dos macacos em uma moradora

Os exames da paciente foram encaminhados ao Instituto Adolfo Lutz, na Capital

Thiago Rovêdo/ [email protected]
08/07/2022 às 09:06.
Atualizado em 08/07/2022 às 09:06
A varíola dos macacos já foi identificada pela ciência em 1958, mas agora médicos e pesquisadores tentam entender as causas da velocidade do novo surt (Adriana Toffetti/Estadão Conteúdo)

A varíola dos macacos já foi identificada pela ciência em 1958, mas agora médicos e pesquisadores tentam entender as causas da velocidade do novo surt (Adriana Toffetti/Estadão Conteúdo)

A Prefeitura de Valinhos confirmou, na tarde de quinta-feira (7), que acompanha uma mulher com suspeita de ter contraído a varíola dos macacos (Monkeypox). A Secretaria de Saúde da cidade informou que encaminhou ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, exames da moradora e agora aguarda os resultados - não há um prazo para quando o retorno vai ocorrer.

De acordo com a Administração, a paciente, que passa bem, foi imediatamente colocada em isolamento, sendo monitorada pela Vigilância Epidemiológica da cidade, inclusive os familiares e pessoas com as quais teve contato. Não foram registrados no município outros casos suspeitos que tenham passado pelos serviços de Saúde.

Além desta investigação de Valinhos, Vinhedo já havia registrado o primeiro caso do Estado e o segundo do Brasil no dia 11 de junho. Ele esteve na Europa, foi liberado do isolamento que cumpria em casa. Seus pais, que são os únicos que tiveram contato com ele, continuaram sendo acompanhados pelos agentes de saúde até o dia 29. Eles estavam assintomáticos e não precisaram ficar em isolamento, de acordo com a prefeitura.

O segundo caso de varíola dos macacos na região ocorreu em Indaiatuba e foi confirmado no dia 16 passado. Foi um homem de 28 anos que também esteve na Europa. O paciente foi atendido no Hospital Santa Ignês e atualmente está na fase de cicatrização. No dia 22, a cidade registrou outro caso, que também passa bem e está no período de cicatrização.

Em Americana, um motorista de aplicativo, de 39 anos, também chegou a ficar três dias internado no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, mas os exames deram negativo para varíola dos macacos.

No mundo

Segundo o Ministério da Saúde, no total já foram registrados 142 casos da doença viral causada pelo vírus hMPXV (sigla para Human Monkeypox Vírus). A maioria (98) dos casos foi confirmada no estado de São Paulo. Em seguida vem o Rio de Janeiro, com 28 ocorrências da doença, Minas Gerais (8), Ceará (2), Paraná (2), Rio Grande do Sul (2), Distrito Federal (1) e Rio Grande do Norte (1).

Em nota divulgada à imprensa na manhã de ontem, a pasta reafirma que está em contato direto com as secretarias de saúde estaduais, monitorando os casos e rastreando as pessoas com quem os pacientes tiveram contato.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou ontem que já foram relatados mais de seis mil casos de varíola dos macacos em 58 países do mundo desde o início do surto, em maio.

Segundo a Organização Pan-americana da Saúde (Opas), a varíola dos macacos é transmitida principalmente por contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais, lesões na pele ou mucosas de animais infectados. A transmissão secundária ou de pessoa a pessoa pode acontecer por contato próximo com secreções infectadas das vias respiratórias ou lesões na pele de uma pessoa infectada, ou com objetos contaminados recentemente com fluidos do paciente ou materiais da lesão. A transmissão ocorre principalmente por gotículas respiratórias. Não há evidência de que o vírus seja transmitido por via sexual.

Na atualização de diretrizes da doença, a OMS também apontou como o surto atual está subnotificado e indica que a transmissão da varíola tem ocorrido já há algum tempo, inclusive de forma vertical, passando de mãe para filho. "Uma grande parte da população está vulnerável ao vírus da varíola, uma vez que a vacinação foi descontinuada na década de 1980", alerta a organização.

Um comitê da OMS decidiu que o surto atual de varíola ainda não pode ser classificado como uma "emergência sanitária pública". O órgão frisou, entretanto, que controlar a transmissão da doença requer "esforços intensos de resposta" e que o evento já teria uma "natureza emergencial".

Não há tratamento específico, mas os quadros clínicos costumam ser leves, sendo necessários o cuidado e a observação das lesões, de acordo com a Opas. O maior risco de agravamento ocorre, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/AIDS, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de oito anos.

Os primeiros sintomas podem ser febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De um a três dias após o início dos sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele, geralmente na boca, pés, peito, rosto e ou regiões genitais. Para a prevenção, deve-se evitar o contato próximo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado, assim como com qualquer material que tenha sido usado pelo infectado.

(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

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