ASSISTÊNCIA REMOTA

Uso da IA reduz demanda presencial no SUS Municipal

De acordo com a Prefeitura de Campinas, 30,2 mil pacientes com dengue foram monitorados à distância e não precisaram retornar a um serviço de saúde

Da Redação
29/08/2024 às 17:02.
Atualizado em 29/08/2024 às 17:02
Levantamento também mostrou que cerca de 15,2 mil pacientes precisaram ser reencaminhados aos serviços de saúde presenciais, uma vez que apresentavam pelo menos uma situação de risco; uso da tecnologia ajuda a diminuir demanda nos serviços públicos de saúde (Alessandro Torres)

Levantamento também mostrou que cerca de 15,2 mil pacientes precisaram ser reencaminhados aos serviços de saúde presenciais, uma vez que apresentavam pelo menos uma situação de risco; uso da tecnologia ajuda a diminuir demanda nos serviços públicos de saúde (Alessandro Torres)

O uso de inteligência artificial (IA) para ampliar a assistência em saúde em Campinas diante do contexto de maior epidemia de dengue na história do Brasil evitou uma demanda de pelo menos 30,2 mil pacientes em serviços presenciais de saúde, o que inclui os centros de saúde (CSs), as unidades de pronto atendimento (UPAs) e hospitais que integram a Rede Mário Gatti. O cálculo foi feito e divulgado pela Prefeitura.

Até 20 de agosto, 45,5 mil pacientes foram acompanhados por meio da IA e receberam duas questões no período do segundo ao oitavo dia com sintomas de dengue: uma sobre a capacidade de realizar hidratação conforme orientação em unidade de saúde e outra que abordou a possível presença de algum sinal de alerta, como tontura, dor abdominal intensa e contínua, vômito persistente, sangramentos ou fraqueza. 

Deste total de pessoas, 30,2 mil não indicaram nenhum desses problemas e, com isso, não precisaram ir até algum serviço de saúde presencial. A avaliação da Saúde é de que isso evitou uma demanda extra e permitiu agilizar os demais atendimentos necessários.

Por outro lado, o levantamento mostrou que cerca de 15,2 mil pacientes precisaram ser reencaminhados aos serviços de saúde presenciais, uma vez que apresentavam pelo menos uma situação de risco. A Prefeitura considera que, na prática, isso também resultou na prevenção de casos graves da doença e possíveis mortes. 

Na cidade, a epidemia de dengue causou 60 mortes e infectou o total de 118.306 pessoas. Os dados se referem ao período de primeiro de janeiro até ontem e constam do Painel de Monitoramento de Arboviroses. 

A Secretaria de Saúde usa o recurso de forma complementar para qualificar o SUS Municipal desde 12 de março. A pessoa diagnosticada com dengue ou com suspeita da doença recebe uma mensagem via WhatsApp, após atendimento presencial, disparada pelo chatbot que auxilia a Pasta a monitorar as condições do paciente. Se necessário, o paciente é orientado a buscar novamente por assistência na unidade básica de referência. 

“A Saúde Digital foi e será cada vez mais importante para ampliar e qualificar a assistência do SUS. A dengue é um problema de saúde pública em nosso país e buscar alternativas para ampliar o monitoramento de pacientes diagnosticados com a doença é um trabalho fundamental para evitar sobrecarga nas unidades de saúde e, ao mesmo tempo, permitir que os casos mais complexos sejam atendidos de forma cada vez mais ágil”, ponderou o secretário de Saúde, Lair Zambon. O número usado pelo chatbot é (19) 99604-3012. A Secretaria de Saúde destaca que a identificação se dá pela assistente virtual "Ana – Acesso Fácil – Saúde Campinas". 

VACINA 

A Secretaria de Saúde de Campinas já aplicou 19,9 mil doses de vacina contra a dengue em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. A campanha teve início em 11 de abril. O balanço foi atualizado até o dia 19 de agosto, e considera o público-alvo que também já recebeu a 2ª dose. Os imunizantes continuam disponíveis em todos os 68 centros de saúde (CSs). Campinas recebeu 9,2 mil vacinas do Estado na segunda semana de julho. Foi a segunda remessa de imunizantes desde o início da campanha. A primeira tinha 18 mil doses. O esquema vacinal recomendado corresponde à administração de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. 

“A vacina é segura e importante para evitar complicações da doença”, explicou a coordenadora do Programa de Imunização, Chaúla Vizelli. Não é preciso realizar agendamento para receber a dose contra a dengue. Basta levar documento de identidade com foto e a carteira de vacinação (se tiver). 

As salas de vacinação funcionam conforme horário de funcionamento de cada CS. Detalhes sobre cada unidade básica, incluindo endereços e contatos, estão na página https://vacina.campinas.sp.gov.br

CUIDADOS E SINTOMAS 

A melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d'água e manter fechados vasos sanitários inutilizados. 

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. A Secretaria de Saúde recomenda que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.

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