UPA Carlos Lourenço esteve fechada ontem, após dois meses de atendimento exclusivo para casos de covid; reabertura será no dia 1 de fevereiro (Kamá Ribeiro)
Depois de dois meses em funcionamento como hospital de campanha para o atendimento dos casos de covid-19 em Campinas, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Carlos Lourenço, na região Sul do município, deixará de ser exclusivo para pacientes vítimas da pandemia e retomará o atendimento de urgência e emergência em clínica médica a partir das 7h de 1º de fevereiro.
O anunciou foi feito na sexta-feira (27) pela Secretaria Municipal de Saúde, que justificou a desmobilização do hospital de campanha e a retomada dos atendimentos de urgência e emergência em clínica médica na UPA em função da queda na necessidade de internações em leitos de enfermaria para infectados pelo coronavírus.
De acordo com informações da Prefeitura, na sexta-feira, dos 23 leitos existentes no hospital de campanha, 15 estavam vagos na UPA. Conforme dados do monitoramento da pandemia, Campinas tinha na sexta-feira dez adultos com covid em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 35 em enfermarias. Os números incluem os leitos da Rede Mário Gatti.
O hospital de campanha para internação de pacientes com covid começou a funcionar no dia 25 de novembro de 2022, momento em que a cidade enfrentou aumento nos casos e nas internações pela doença. Atualmente, os números de atendimento de casos da doença por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) caiu de 1.910 na primeira semana de janeiro para 926 nesta última semana, segundo acompanhamento realizado pela Prefeitura.
De acordo com o presidente da Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar, Sérgio Bisogni, a unidade Carlos Lourenço teve importante papel durante a pandemia. A UPA foi convertida em hospital de campanha por três vezes desde o início da pandemia. "Com o hospital de campanha na unidade pudemos ampliar leitos de enfermaria e garantir o suporte hospitalar para os doentes que precisaram de internação", disse.
Conforme a informação da Prefeitura, a partir da próxima terça-feira, dia 31 de janeiro, os leitos da unidade já serão bloqueados para internação de novos pacientes suspeitos ou confirmados com covid. A cidade conta atualmente com uma taxa de positividade de casos de 18,2%, conforme apontamento do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas, atualizado nesta semana e referente aos serviços públicos e privados do município. Essa taxa estava em 34,7% no início do mês.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma taxa de positividade inferior a 5% é um indicador que aponta situação de controle. No Brasil, nenhum estado, desde o início da pandemia, apresentou valores tão baixos. Nas últimas semanas, essa taxa de positividade variou de 25% a 50%.
O presidente da rede Mário Gatti explica que com a desativação do hospital de campanha da UPA os pacientes que estão internados na unidade com covid-19 serão transferidos para leitos de isolamento nos hospitais da Rede Mário Gatti de Urgência e Emergência e os casos suspeitos vão permanecer em isolamento na UPA até o resultado dos exames.
A desativação do funcionamento como hospital de campanha permite ainda que a unidade reabra os 23 leitos, sendo 18 de observação, dois de isolamento e três de emergência. Antes de ser convertida em hospital de campanha em novembro, a UPA Carlos Lourenço atendia a média de 210 pacientes clínicos por dia.
A expectativa da Prefeitura é a de que a UPA Carlos Lourenço volte a receber livre demanda da população a partir da próxima quarta-feira, dia 1 de fevereiro. A unidade acolhe também pacientes levados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Ela retoma o atendimento 24 horas a pacientes com quadros agudos de natureza clínica e a prestar o primeiro atendimento aos de natureza cirúrgica e de trauma, situação em que há a estabilização do paciente e investigação diagnóstica inicial para definir a conduta necessária para cada caso.
Segundo a Prefeitura, desde o início da pandemia, em março de 2020, a unidade passou por três períodos de mudança no perfil de atendimento, quando foi transformada em hospital de campanha para o enfrentamento da covid-19: entre junho e agosto de 2020, entre 17 de dezembro de 2020 e 3 de novembro de 2021 e entre 25 de novembro de 2022 a 31 de janeiro de 2023. Desde o início da pandemia, Campinas registrou 275.061 casos confirmados da doença e 5.371 mortes, conforme dados da Secretaria de Saúde. Levando em consideração o início da pandemia em março de 2020, a cidade teve uma média de cinco óbitos por dia provocados pela doença.