Ação mais recente ocorreu sábado, 18 de maio, e percorreu imóveis em seis bairros. Desde janeiro deste ano foram 16 mobilizações que passaram por 68,5 mil espaços em 109 áreas
O prefeito de Campinas, Dário Saadi, participou do 16º mutirão contra a dengue em Campinas (Carlos Bassan)
A Secretaria de Saúde de Campinas visitou 4,9 mil imóveis no 16º mutirão contra a dengue realizado neste ano. A ação ocorreu sábado, 18 de de maio, e reuniu cerca de 150 pessoas, incluindo trabalhadores da empresa terceirizada Impacto Controle de Pragas e voluntários. Foram visitados espaços residenciais e comerciais no Jardim Florence 1 e 2, Parque da Amizade, Núcleo Residencial Três Estrelas, Residencial Cosmos e Jardim Nova Esperança.
Desde janeiro, este tipo de mobilização já percorreu 68,5 mil locais em 109 bairros para remover criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, e orientar os moradores.
Como foi o mutirão?
Ao todo, 45% dos imóveis estavam inacessíveis por estarem fechados, desocupados ou em virtude do impedimento de moradores. Funcionários da Secretaria de Serviços Públicos removeram ao longo da semana 650 toneladas de lixo e entulho na região trabalhada.
A Administração repetiu a estratégia de usar drones para localizar grandes criadouros como piscinas e caixas d’água em imóveis desocupados ou em situação de abandono.
A melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.
Estatísticas das secretarias municipal e estadual de Saúde mostram que 80% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti estão nas residências. Portanto, o enfrentamento à epidemia exige esforço compartilhado entre Poder Público e população para eliminar qualquer espaço com água que possa ser usado pelo inseto para proliferação.
O mutirão foi multisetorial e contou com apoio de profissionais das secretarias de Habitação, Educação, Assistência Social e Trabalho e Renda, além da Guarda, Defesa Civil, Sanasa e Emdec. A cidade está em epidemia, declarou situação de emergência em 7 de março, e o alerta sobre risco de transmissão da doença vale para todas as regiões.
O que já foi feito
Em 2023, um estudo da Secretaria de Saúde mostrou que a cidade viveria uma nova epidemia de dengue. Por isso, foram desencadeadas diversas medidas para o enfrentamento da doença. Muitas delas consideradas adicionais ao planejamento regular de prevenção e combate à dengue. O plano inclui Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e novo site para divulgar informações.
Em dezembro do ano passado foram reforçados os estoques dos principais insumos usados no tratamento da dengue para garantir o atendimento dos pacientes da rede municipal de saúde. A administração divulgou uma projeção de pelo menos 100 mil casos da doença em 2024.
Outra novidade é o uso de inteligência artificial para ampliar o monitoramento e assistência em saúde aos pacientes com dengue. Toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença, após atendimento no SUS Municipal, recebe, via WhatsApp, mensagem disparada pelo chatbot que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente. Caso necessário, é feita nova orientação sobre busca por atendimento. Até 10 de maio, 27.875 pacientes foram acompanhados. Do total, 10.070 foram reencaminhados aos serviços de saúde.
A Prefeitura criou ainda o Grupo de Resposta Unificada (GRU), que envolve todas as áreas com objetivo de agilizar respostas e fiscalizações para denúncias que tratam de criadouros.
A Secretaria de Serviços Públicos intensificou o trabalho de coleta de lixo e entulhos e, com isso, passou a recolher 4 mil toneladas a mais de resíduos urbanos por mês.
Aos sábados, a Secretaria de Saúde passou a abrir mais centros de saúde ou ampliou o funcionamento das unidades com objetivo de garantir mais assistência aos pacientes.
A Secretaria de Comunicação desenvolveu uma grande campanha publicitária com peças educativas para veiculação em rádios, redes sociais, sites e emissoras de TV, além de outdoors espalhados pela cidade.
Ações em números - (atualização até 16/5)
Controle de criadouros: 571,3 mil imóveis visitados
Nebulização: cobertura de 116,8 mil imóveis
Busca ativa: 95,7 mil imóveis visitados
Avaliação de densidade larvária: 58,3 mil imóveis visitados
Pontos estratégicos e imóveis especiais: 1,8 mil imóveis visitados
Mutirões aos sábados: 68,5 mil imóveis de 109 bairros visitados
Comitê de prevenção
A Prefeitura conta com um Comitê de Prevenção e Controle de Arboviroses desde 2015, que em 2023 passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos, Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa. No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.
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