Os animais que não tiveram contato com pessoas e animais de estimação podem ser levados ao Bosque dos Jequitibás e à Mata Santa Genebra (Rodrigo Zanotto)
A Secretaria de Saúde de Campinas criou dois pontos para receber morcegos mortos que não tiveram contato com pessoas ou animais domésticos – cães e gatos – com objetivo de aprimorar a vigilância e prevenção à raiva, e evitar descarte inadequado. As estruturas definidas após parcerias ficam na Mata Santa Genebra e no Bosque dos Jequitibás.
A raiva é uma doença letal em praticamente 100% dos casos, inclusive nos humanos. Em Campinas, o último caso da doença em seres humanos aconteceu em 1981. Entre 2014 e 2024, o município registrou três casos em animais domésticos, sendo dois em gatos (2014 e 2016) e um em cachorro (2015). Todos foram infectados por morcegos.
Este ano, até agora, o município contabiliza cinco morcegos positivados para a raiva, sendo a última captura realizada no dia 30 de abril. Eles foram encontrados no Bosque de Barão Geraldo (2), no Jardim Leonor (1), na Vila Costa e Silva (1) e em São Pedro de Viracopos (1). A vacinação contra a raiva é realizada por agendamento na Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ). O atendimento acontece de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 16h. A marcação do horário deve ser feita pelos telefones (19) 2515-7047 e 3245-1219.
Ao se deparar com um morcego, com ou sem vida, a orientação é que a pessoa que o encontrou não encoste diretamente nele. O animal morto deve ser colocado em recipiente com tampa ou sacola plástica e ser levado aos pontos para recepção após contatar a UVZ.
A instituição mantém o trabalho de recolhimento dos morcegos vivos ou mortos, com atenção para comportamentos suspeitos, quando necessário. A UVZ atende de segunda a sextafeira pelo telefone (19) 2515-7044. Já nos demais períodos, o contato deve ser realizado com a Defesa Civil, pelo número 199.
A abertura dos pontos de recolhimento permite elevar e agilizar a vigilância pela UVZ, assim como facilitar a entrega de morcegos encontrados sem vida para a população. Vale lembrar que é crime ambiental matálos ou agredi-los.
A raiva é uma doença viral que acomete mamíferos, incluindo seres humanos. É transmitida pela saliva de animais contaminados, como cães, gatos, morcegos, macacos, gambás, bois e cabras. O vírus chega ao sistema nervoso por meio de mordidas, arranhaduras ou lambeduras de feridas. Em caso de morcegos, o contato direto, ou seja, pegar ou encostar no animal, também pode ser uma forma de contaminação.
Os animais infectados apresentam dificuldade de engolir, salivação, falta de coordenação motora e podem apresentar agressividade. Nos humanos, os sintomas também são agitação, sensibilidade a estímulos, como luz, som, movimentos, seguidos de espasmos musculares e convulsões. A raiva é extremamente grave e letal.
É necessário procurar atendimento em caso de sintomas ou se sofrer lambedura, arranhão ou mordida de mamíferos. No caso dos morcegos, qualquer contato direto demanda a necessidade de procurar uma unidade de saúde. Para cães e gatos que apresentarem sinais da doença, ou que tiverem contato com animais silvestres (morcegos, quatis, macacos, gambás), os responsáveis devem levá-los diretamente a um veterinário.
ITATIBA
Em Itatiba, cidade que compõe a Região Metropolitana de Campinas (RMC), a Prefeitura de Itatiba, por meio do Centro de Controle de Zoonoses e Endemias (CCZE) da Secretaria de Saúde, confirmou que foi detectado um morcego infectado com o vírus da raiva. É o primeiro caso detectado em 2024 pelo Programa de Vigilância da Raiva do município.
O caso foi registrado no Condomínio Ville de Chamonix I, e na última segunda- feira, 1º de julho, a equipe do CCZE realizou orientações à administradora do local e levou material informativo para ser divulgado aos moradores. Dois gatos tiveram contato direto com o morcego infectado. Eles receberam vacinas e estão sendo monitorados. Nenhuma pessoa foi contaminada.
O Programa de Vigilância da Raiva deve ser informado quando um morcego for encontrado em situações atípicas, como caído no chão, dentro das residências, nos quintais e até voando durante o dia – já que o normal é voar à noite, uma vez que o morcego é um animal com hábitos noturnos.
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