Saúde confirma mais nove mortes causadas pela gripe e outras seis pela dengue

A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou ontem mais nove mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causadas pelo vírus influenza, da gripe, elevando para 23 o número de vítimas fatais da doença na cidade desde o início do ano. Também ontem, a Pasta divulgou mais seis óbitos por dengue no município, totalizando 17 em 2025.

No caso da doença respiratória, as 23 mortes correspondem a 76% de todos os óbitos do ano passado. Em 2024, a cidade teve 342 pessoas com a síndrome e 30 óbitos. As mortes ocorreram entre 31 de maio e 19 de junho. Entre as vítimas estão cinco homens e quatro mulheres. Todos tinham comorbidade, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde. Os homens tinham entre 53 e 93 anos, as mulheres entre 51 e 97.

Em relação à dengue, as vítimas possuíam idades entre 25 e 90 anos, sendo quatro do sexo feminino e dois do masculino. Todas tinham comorbidades. As vítimas fatais moravam em diversas regiões de Campinas, incluindo as áreas de abrangência dos centros de saúde Oziel, 31 de Março, Santos Dumont, Cássio Raposo do Amaral, São Quirino e Florence. No ano passado, pior epidemia de dengue da história do município, foram 92 óbitos confirmados.

VACINA CONTRA A GRIPE

Neste ano, a dose protege contra as gripes A (H1N1 e H3N2) e B. O imunizante pode ser administrado junto com outras vacinas do Calendário de Vacinação. No caso das crianças vacinadas pela primeira vez, é preciso tomar duas doses com intervalo de 30 dias.

Enquanto as mortes provocadas pela gripe avançam, a campanha de imunização continua abaixo da meta na cidade. Em 12 semanas da estratégia, a Saúde aplicou 311,6 mil doses da vacina. Idosos, crianças de 6 meses a 5 anos e gestantes, que são os principais públicos prioritários, receberam 145.032 doses, enquanto 166.632 foram direcionadas aos demais gruposalvo e à população em geral.

No grupo dos idosos, a campanha atingiu 53,14% do público-alvo (115.444 doses); no grupo de crianças de 6 meses a 5 anos o índice é de apenas 37,15% (26.617 doses aplicadas), e entre a gestantes 32,31% tomaram o imunizante (2.971). A estimativa é que cada grupo tenha, respectivamente, 217.232, 71.633 e 9.194 pessoas vivendo em Campinas.

Desde o início da mobilização, em 7 de abril, a Saúde realizou uma série de ações para facilitar o acesso ao imunizante fora das unidades básicas, incluindo shoppings, terminais de ônibus e supermercados da cidade. Foi realizado ainda um "Dia D" para incentivar a vacinação dos públicos prioritários na primeira quinzena de abril.

A Secretaria de Saúde reforçou a importância da vacinação contra a gripe, principalmente para grupos prioritários. Os imunizantes estão disponíveis para toda a população a partir de 6 meses nos 69 centros de saúde da cidade. Basta levar documento com foto e a caderneta de vacinação, se tiver. Não é necessário agendamento.

Além da vacinação, há outros cuidados que devem ser tomados para evitar doenças respiratórias, como lavar as mãos frequentemente e manter os ambientes arejados e a etiqueta respiratória, além de usar máscaras se tiver sintomas. O Ministério da Saúde também recomenda o uso de álcool em gel, principalmente antes de consumir algum alimento; evitar aglomerações; evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca e ter contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; cobrir o nariz e boca ao espirrar ou tossir; utilizar lenço descartável para higiene nasal; adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos e evitar sair de casa em período de transmissão da doença.

PREVENÇÃO CONTRA A DENGUE

Com ações diárias para prevenção e combate às arboviroses, a Saúde reiterou o alerta com objetivo de sensibilizar a população para tentar reduzir casos e óbitos: a melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro para o mosquito, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d'água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.

“Os casos estão diminuindo gradativamente desde maio por conta da redução das temperaturas e a continuidade das ações de enfrentamento da Prefeitura. Entretanto, os cuidados para prevenção à dengue e outras arboviroses precisam ser permanentes para manter essa tendência e ainda evitar um novo aumento nas estações mais quentes. Por isso, reforço o pedido para que a população, uma vez por semana, separe alguns minutos para verificar todos os pontos dos imóveis e elimine todo acúmulo de água que possa servir de criadouro”, explicou a coordenadora do Programa de Arboviroses de Campinas, Lillian Gonzalez Bonifácio.

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