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Região de Campinas pretende zerar 71.456 cirurgias eletivas até outubro

Mutirão em Campinas teve 120 pessoas da região agendadas para atendimento

Edimarcio A. Monteiro/ [email protected]
07/08/2022 às 10:57.
Atualizado em 07/08/2022 às 10:57
Pacientes foram atendidos em vários guichês no programa Mutirão de Cirurgias no AME de Campinas (Dominique Torquato)

Pacientes foram atendidos em vários guichês no programa Mutirão de Cirurgias no AME de Campinas (Dominique Torquato)

A Secretaria Estadual de Saúde pretende zerar em 75 dias a fila de 540 mil pacientes no Estado que tiveram o processo de cirurgia eletiva suspenso desde 2020 por causa da pandemia de covid-19, dos quais 71.456 são de 42 municípios da região de Campinas. O prazo foi anunciado no sábado (6) pelo secretário-executivo de Saúde, Eduardo Ribeiro, ao acompanhar mobilização coletiva realizada no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Campinas. A ação se repetiu em outros 41 AMEs paulistas, 22 hospitais e envolveu mil profissionais de saúde para atender 7,5 mil pacientes.

Em Campinas, 120 pessoas da região foram chamadas para participar do mutirão. De acordo com Ribeiro, esse sábado foi o primeiro dia da mobilização de grande porte, que se repetirá aos finais de semana até o final de outubro. A ação será feita em conjunto com o atendimento diário nas AMEs e hospitais. Para a região, o secretário-executivo anunciou também mutirões itinerantes nos municípios realizados pelo Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

"O governo vai realizar uma mega-ação de avaliação pré-operatória para o Mutirão de Cirurgias para que todos os pacientes sejam atendidos", afirma Ribeiro. De acordo com ele, o atendimento é para analisar cada caso e encaminhar as pessoas para a continuidade do tratamento ou realização imediata da cirurgia, se for o caso.

O programa Mutirão de Cirurgias, lançado em maio, diminuiu em 15% a fila de espera por cirurgias eletivas na Regional de Saúde de Campinas. O represamento ocorreu em virtude do cancelamento das operações quando os hospitais passaram a priorizar o atendimento das vítimas de covid-19.

À espera

No AME do município, o mutirão priorizou sete especialidades, entre elas oftalmologia, cirurgia geral, urologia, ginecologia e ortopedia. Um dos pacientes atendidos foi o aposentado Vital Costa, de 83 anos, que aguarda desde 2020 para realizar a cirurgia de catarata. A demora em realizar a cirurgia fez a doença avançar e a visão piorar. "Eu perdi um pouco mais a visão", disse. Na consulta, foram solicitados exames médicos preparatórios para que Costa passe por cirurgia.

Já o caminhoneiro Sérgio Bezerra de Oliveira, morador de Sumaré que acompanhava o sogro, reclamou que teve uma cirurgia no intestino cancelada no final de 2021 e não teve mais informações sobre o caso. "O cancelamento foi por causa de um aparelho que quebrou, o fibroscópio, e dizem que não tem dinheiro para fazer a manutenção. Eu acho que deveria ter sido encaminhado para outro hospital", reclamou.

Ao ser questionada sobre o caso do caminhoneiro, a diretora do Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-7), Fernanda Penatti Vasconcelos, procurou o paciente, garantiu a ele que a área de saúde de Sumaré iria procurá-lo e ela acompanharia pessoalmente o encaminhamento. "Não podemos perder nenhum caso", afirmou. Ela disse que essa busca ativa faz parte do mutirão e que os municípios têm que procurar todos os pacientes para que a fila de espera acabe e se volte a ter o fluxo normal de atendimento.

Vacinação

A Campanha de Multivacinação e Contra a Poliomielite terá início amanhã (8). Crianças e adolescentes de até 15 anos podem atualizar a caderneta de vacinação, e quem tem até 5 anos idade pode tomar a vacina contra a pólio. No Estado de São Paulo, onde o público-alvo é formado por 9,1 milhões de pessoas, 4.470 postos de vacinação funcionarão até 9 de setembro.

A campanha inclui a vacina BCG, contra a tuberculose, imunizantes contra as hepatites A e B, poliomielite e rotavírus, a pentavalente - contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e doenças invasivas causadas pelo hemófilo b - e também doses contra caxumba, febre amarela, sarampo, caxumba, rubéola, varicela e HPV. Em 20 de agosto, será realizado o Dia D de Vacinação, quando postos em todos os municípios estarão abertos.

Em Campinas, as doses estarão disponíveis em 66 centros de saúde - apenas o CS Boa Esperança não aplica a vacina. Os pais precisam apresentar a carteira de vacinação e documento com foto da criança e/ou adolescente. Não há necessidade de intervalo após a vacinação contra a covid-19.

"Em todo o mundo tem sido verificada, desde o início da pandemia de covid-19, uma redução no índice de vacinação, o que ameaça trazer de volta doenças consideradas erradicadas no país, como a poliomielite. Temos doenças que podem ser prevenidas e controladas com vacinas", disse a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas, Andrea von Zuben. No caso da poliomielite a meta é vacinar 95% do público-alvo de 58.813 crianças

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