NOVIDADE

Primeiro mutirão contra a dengue realizado em dia útil tem saldo positivo

Equipes da Prefeitura visitaram 7,1 mil imóveis e conseguiram melhorar a média de adesão da população ao trabalho dos agentes

Bruno Luporini/[email protected]
29/03/2025 às 08:50.
Atualizado em 29/03/2025 às 13:21
Na ação de ontem, os agentes de saúde deram sequência às vistorias nos bairros com o objetivo de eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue (Rodrigo Zanotto)

Na ação de ontem, os agentes de saúde deram sequência às vistorias nos bairros com o objetivo de eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue (Rodrigo Zanotto)

Equipes da Prefeitura realizaram ontem o 1º mutirão de combate à dengue em um dia útil, com o objetivo de melhorar os índices de aceitação da população para a recepção dos agentes, que na média dos últimos mutirões ficou em torno de 50%, e dobrar a área de cobertura. Ao todo, 7.175 imóveis foram visitados. Cerca de 45% das residências estavam fechadas, desocupadas ou não houve permissão dos moradores para que a vistoria fosse realizada, índice melhor que a média. Nesse último caso, foram apenas 321 recusas, aproximadamente 4,5% do total de casas.

O quinto mutirão realizado pelo poder público em 2025, o primeiro em dia de semana, percorreu nove bairros de Campinas: Núcleo Residencial Gênesis, Núcleo Residencial Getúlio Vargas, Núcleo Residencial Parque Dom Bosco, Parque São Quirino, Jardim Santana, Vila Nogueira, Cafézinho, Jardim Nilópolis e Capadócia. A reportagem acompanhou uma equipe que estava na região do Jardim Santana. A percepção dos agentes nessa primeira força-tarefa em dia útil foi que a população pareceu mais receptiva na comparação com os mutirões que normalmente ocorrem aos sábados, algo que os números divulgados ao final do dia corroboraram.

A moradora do Jardim Santana, Shirlei Giungi, 67, tinha acabado de receber a visita de dois agentes de saúde quando conversou com o Correio Popular. Ela considerou a vistoria “importantíssima” e disse que o cuidado com a própria casa também é um cuidado com a vizinhança. “O problema da dengue afeta todas as pessoas da rua, então todos somos responsáveis”, destacou.

Shirlei comentou que percebe que algumas pessoas do bairro ficam receosas com as visitas por terem medo de tomarem alguma multa, algo que não acontece, ou por ter vergonha, por exemplo, da desorganização do quintal e da residência. “Tem que receber os agentes. Se eu estou com problemas no quintal, é melhor receber a orientação correta para resolver a situação”, opinou. Ela contou que pegou dengue há cerca de um ano, fato que reforçou seus cuidados para combater os criadouros. “Nunca mais quero pegar, foram 14 dias de muito sofrimento”.

Aproximadamente 160 agentes participaram da ação. Um deles foi o supervisor de arboviroses, Gabriel Belucci. Para ele, a vantagem do mutirão é que as pessoas ficam mais receptivas às equipes, isso porque elas podem observar a grande mobilização com o número elevado de pessoas, o que as tranquiliza e minimiza o receio. Belucci lembrou que em um dos mutirões estava com uma equipe na região do Parque Residencial Shalon quando visitou a casa de um homem. “Ele tinha uma horta muito bem cuidada no quintal, mas a caixa d’água utilizada para a irrigação estava repleta de larvas.”

Belucci contou que o morador não fazia ideia de que aquelas larvas virariam o mosquito transmissor da dengue. A opção utilizada para resolver a situação foi esvaziar toda a água, pois aplicar o larvicida geraria risco às plantas da horta. Após ser devidamente higienizada, a caixa d’água ganhou uma tela de proteção e foi fechada. “Esse tipo de ação é fundamental para a conscientização das pessoas”, exaltou. Até a manhã de ontem, Campinas acumulava 12.817 casos confirmados de dengue, com dois óbitos.

MUTIRÃO EM DIA ÚTIL

Assessora técnica do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Priscilla Pegoraro destacou que a expectativa com a novidade é aumentar a capacidade de visitas, a cobertura territorial e abranger o maior número possível de imóveis. “Esperamos que as pessoas se conscientizem e abram suas casas para os agentes para que juntos consigamos enfrentar essa situação delicada que é a dengue em Campinas.”

Com relação ao trabalho que busca diminuir a resistência de parte dos moradores, a assessora técnica explicou que as ações de educação em saúde são trabalhadas com o foco nos agentes comunitários, “pois eles já têm um vínculo melhor com a população local”. Além disso, antes das ações começarem, um carro de som da Defesa Civil passa pelo bairro avisando sobre o mutirão. Ela também destacou a importância do mecanismo de checagem. “Se a pessoa quiser fazer uma checagem de segurança, de que o agente que está na porta dela de fato é da Saúde, ela pode ligar para o 156, passar o nome do colaborador e constatar que a ação é segura.”

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