SAÚDE PÚBLICA

Prefeitura de Campinas pede ao Estado mais vagas para hemodiálise

Município conta com apenas 253 leitos, sendo que todos eles estão ocupados

Da Redação
01/12/2023 às 12:15.
Atualizado em 01/12/2023 às 12:15
O Departamento Regional de Saúde (DRS) de Campinas divulgou que, até o momento, 577 pacientes iniciaram o tratamento de hemodiálise na região este ano (Kamá Ribeiro)

O Departamento Regional de Saúde (DRS) de Campinas divulgou que, até o momento, 577 pacientes iniciaram o tratamento de hemodiálise na região este ano (Kamá Ribeiro)

A Prefeitura de Campinas solicitou na quinta-feira (30) uma audiência com o secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, para abordar a necessidade de expandir a oferta de vagas para tratamento de hemodiálise na cidade. Devido à sua complexidade, o procedimento é de responsabilidade do Estado, mas atualmente, a município dispõe de 253 vagas no Sistema Único de Saúde (SUS) municipal, por meio de convênios com o Hospital da PUC e a Beneficência Portuguesa. Todas essas vagas encontram-se completamente ocupadas, uma vez que Campinas recebe um considerável número de pacientes de outros municípios.

Em um nota, o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Campinas divulgou que, até o momento deste ano, 577 pacientes iniciaram o tratamento de hemodiálise, enquanto 1.538 pessoas estão em acompanhamento na região. O DRS reiterou seu compromisso em expandir o número de vagas para hemodiálise em sua área de atuação, destacando que atualmente dispõe de 377 poltronas para tratamento em toda a extensão de seus 44 municípios abrangidos.

O prefeito Dário Saadi expressou sua preocupação com a sobrecarga na oferta de hemodiálise em Campinas e região, ressaltando os esforços do município em expandir as vagas para atender não apenas os residentes locais, mas também pacientes de outras cidades. O prefeito destacou a importância da compreensão do Estado para resolver rapidamente essa situação, salientando que a demanda pelo tratamento aumentou significativamente após a pandemia.

A demanda pela hemodiálise experimentou um aumento substancial após a pandemia, com uma média mensal de solicitações de 28,5 entre janeiro e outubro deste ano, em comparação com 15,6 antes da crise sanitária.

Com o objetivo de evitar a descontinuidade do tratamento de hemodiálise aos pacientes, a solução adotada é hospitalizá-los, possibilitando a execução do procedimento nos leitos hospitalares. Atualmente, 18 pessoas encontram-se internadas em leitos municipais para receber o tratamento, sendo 11 pacientes de Campinas e sete de outras localidades.

Vale ressaltar que Campinas assume aproximadamente 77% do montante total de despesas na área da Saúde em seus próprios serviços. Os 20% restantes são compartilhados entre a União e o Estado.

DOENÇA RENAL CRÔNICA

As doenças renais crônicas impactam diretamente as funções dos rins, responsáveis pela filtragem do sangue, eliminação de toxinas e regulação do equilíbrio hídrico no organismo. A redução progressiva dessa capacidade torna-se preocupante, uma vez que os rins desempenham papéis vitais para a manutenção da vida e do funcionamento adequado do corpo. O tratamento imediato adotado para a doença renal crônica é a hemodiálise.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a evolução da doença renal crônica é frequentemente assintomática, resultando em diagnósticos tardios. Esta enfermidade age de maneira silenciosa, carecendo de sintomas evidentes, o que contribui para sua alta taxa de mortalidade. Os principais fatores de risco associados às doenças renais crônicas incluem diabetes, hipertensão, idade avançada, obesidade, histórico familiar da doença e tabagismo.

A detecção precoce das doenças renais é viabilizada por meio de exames de urina, análises dos rins e testes sanguíneos.

PREVENÇÃO

Conforme indicado pelo Ministério da Saúde, a prevenção das doenças crônicas está intrinsecamente ligada aos estilos de vida e condições em que as pessoas se encontram. Controlar e tratar fatores de risco como diabetes, hipertensão, obesidade, doenças cardiovasculares e tabagismo são abordagens fundamentais para prevenir enfermidades renais.

Estas condições são categorizadas como Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), representando cerca de 36 milhões de óbitos, ou 63%, globalmente. Destacam-se as doenças do sistema circulatório, diabetes, câncer e doenças respiratórias crônicas, responsáveis por 68,9% de todas as mortes no Brasil em 2016. A prevalência dessas doenças é profundamente influenciada pelos padrões de vida e condições gerais de saúde.

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