Profissionais de saúde da Rede de Atenção Básica recebem orientações e treinamento para o atendimento dos casos suspeitos de monkeypox (Justino Lucente/CCS)
Na segunda-feira (22), o primeiro Centro de Atendimento e Testagem para Monkeypox (CAT-MPX) de Piracicaba começou a funcionar no Centro de Referência da Atenção Básica (Crab) Vila Cristina. A iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem a finalidade de diagnosticar precocemente a doença e bloquear a cadeia de transmissão do vírus na cidade, por meio do acolhimento, atendimento, notificação, testagem e, principalmente, avaliação médica.
O funcionamento ocorre em horário especial e diferenciado da rotina, das 17h às 20h30. "Além da Covid-19, também estamos atentos aos casos da monkeypox. Nossas equipes estão organizadas e alinhadas para melhor atender a população, seguindo-se todas as orientações vindas do Estado e do Ministério da Saúde", afirmou Filemon Silvano, secretário da Pasta.
Segundo Tatiana Bonini, coordenadora de enfermagem do Departamento de Atenção Básica (DAB), esta será a principal porta de entrada para o atendimento de pessoas com sintomas suspeitos para monkeypox (varíola símia). Além disso, as unidades de saúde realizarão o monitoramento telefônico diário das pessoas com sintomas suspeitos e de seus familiares.
Karina Corrêa Contiero, enfermeira do Centro de Vigilância em Saúde (Cevisa), reforça que a ideia do CAT-MPX é a de que os casos que apresentem lesões de pele ou mucosas e/ou outros sintomas característicos da doença "procurem o atendimento neste local, que contará com uma equipe multidisciplinar, dotada de médico, enfermeiros, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde, voltados exclusivamente ao monkeypox".
Nesta semana, a SMS concluiu a capacitação de 240 profissionais de saúde para o atendimento de casos suspeitos da doença. O treinamento foi realizado com profissionais da rede de Atenção Básica - médico clínico geral, enfermeiros, ginecologistas, pediatras e dentistas - e teve entre os assuntos abordados: o fluxo de atendimento, avaliação clínica, sintomas da doença com diagnósticos diferenciais, coleta dos exames, notificação, agilidade de diagnóstico, acondicionamento das amostras e sinais de alerta e monitoramento dos casos suspeitos e contactantes familiares. A ação foi desenvolvida pelos departamentos de Atenção Básica (DAB) e de Vigilância Epidemiológica e do Centro de Doenças Infectocontagiosas (Cedic).
Karina enfatiza que a proposta da capacitação atende ao cenário atual. "Estamos preparados para lançar mão de outras estratégias caso haja o aumento expressivo de novos casos. Sendo assim, a capacitação prepara a rede de assistência a atender e monitorar os casos suspeitos e confirmados, a fim de realizar o diagnóstico o mais precocemente possível, reduzindo assim a cadeia de transmissão", destaca.
Até às 12h da última sexta-feira, Piracicaba contava oito casos confirmados e 20 suspeitos (aguardando confirmação laboratorial). Entre osconfirmados estão uma criança de um ano e sete homens com idade de 23, 24, 26, 27, 29, 35 e 38 anos, seguindo a mesma tendência apresentada no cenário mundial quanto ao perfil mais comum, ou seja, a maioria adultos do sexo masculino com idade inferior a 40 anos.
