SAÚDE

Mais Médicos abre 35 vagas na Região Metropolitana

Interessados precisam se inscrever até amanhã, dia 8; Campinas conta com 100 profissionais vinculados ao programa e terá mais 13

Bruno Luporini/[email protected]
07/05/2025 às 10:44.
Atualizado em 07/05/2025 às 11:25
De acordo com o Ministério da Saúde, os profissionais farão parte das equipes de Saúde da Família, que oferecem atendimento e acompanhamento mais próximos da população (Fernanda Sunega)

De acordo com o Ministério da Saúde, os profissionais farão parte das equipes de Saúde da Família, que oferecem atendimento e acompanhamento mais próximos da população (Fernanda Sunega)

A cidade de Campinas vai receber mais 13 médicos da família por meio do programa Mais Médicos. Os profissionais serão selecionados através de um edital aberto pelo Governo Federal na última segunda-feira, dia 5, e que será encerrado amanhã, dia 8. São 35 vagas em oito cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Os profissionais atuarão no atendimento à população em Unidades Básicas de Saúde (UBS), classificado como atendimento primário, realizado por médicos generalistas. Na RMC, as 35 vagas foram distribuídas entre as cidades de Americana (3), Artur Nogueira (2), Campinas (13), Hortolândia (7), Indaiatuba (2), Monte Mor (2), Pedreira (1) e Valinhos (5).

Atualmente, 100 profissionais vinculados ao Mais Médicos atuam em Campinas. A Secretaria de Saúde de Campinas analisou que o trabalho de profissionais do Mais Médicos é importante para complementar e qualificar a assistência das equipes de Estratégia da Saúde da Família dos Centros de Saúde (CSs). O município aderiu ao programa em 2013.

O total de vagas foi determinado pelo Ministério da Saúde. Os locais de atuação são definidos pela Secretaria de Saúde, com base em fatores como vulnerabilidade social da região e demanda de pacientes. A Saúde municipal afirmou que a data de apresentação dos profissionais ainda será definida pelo ministério.

O presidente do Conselho Municipal de Saúde de Campinas (CMS), Paulo Mariante, afirmou que as 13 vagas para Campinas são importantes, mas ressaltou que o Mais Médicos deveria ser um programa transitório. O ideal, segundo Mariante, é que a rede primária de atenção à Saúde fosse totalmente composta por um quadro de médicos concursados. “Tanto em Campinas quanto no Brasil, o Mais Médicos ajuda a resolver um problema imediato de atendimento primário, mas não deve ser encarado como uma solução definitiva.”

Mariante ainda afirmou que a chegada desses novos médicos não pode ser motivo para a Prefeitura não fazer a sua parte na composição do quadro dos profissionais da saúde. “Hoje não temos todas as equipes completas. Além dos médicos, temos a falta de profissionais no quadro de enfermagem, técnicos e outros profissionais que precisam ser efetivados pela Prefeitura para compor as equipes.” A composição mínima para a implementação de uma equipe de Saúde da Família (eSF) deve prever um médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou médico de Família e Comunidade; enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família; auxiliar ou técnico de enfermagem; e agentes comunitários de saúde.

Atualmente, de acordo com a Saúde de Campinas, o quadro de profissionais da pasta reúne aprovados em concursos e profissionais do Mais Médicos Campineiro. Desde 2021 foram contratados 634 médicos e 1.491 profissionais para outros cargos da Saúde.

ATENÇÃO PRIMÁRIA E INSCRIÇÕES

De acordo com o Ministério da Saúde, os profissionais farão parte das equipes de Saúde da Família, que oferecem atendimento e acompanhamento mais próximos da população. Eles encaminham, quando necessário, os pacientes a consultas com especialistas. Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, existe uma importante conexão entre o Mais Médicos, o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde e o esforço contínuo em acelerar o atendimento especializado no Sistema Único de Saúde (SUS). “A atuação integrada desses profissionais vai facilitar o acesso à média e alta complexidade para todos os cidadãos”.

As oportunidades são para médicos formados no Brasil com registro no CRM, médicos brasileiros formados no exterior e médicos estrangeiros habilitados. Para esses dois últimos perfis, é obrigatória a aprovação no Módulo de Acolhimento e Avaliação (MAAv), que consiste em um treinamento específico para atuação em situações de urgência, emergência e enfrentamento de doenças prevalentes nas regiões de trabalho. As inscrições foram abertas ontem e vão até amanhã, quinta-feira, dia 8. Os médicos interessados podem se inscrever através do Sistema de Gerenciamento de Programas, disponível no site: https://maismedicos.saude.gov.br/loginExt.php.

No Brasil serão distribuídas 3.066 vagas em 1.620 municípios e 108 a vinte e seis Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). De acordo com o Governo Federal, a prioridade do Mais Médicos é atender as regiões que apresentam estado de vulnerabilidade social e com menor número de profissionais. As vagas contemplam, em sua maioria, municípios de pequeno porte (75,1%), médio porte (11,1%) e grande porte (13,8%).

NA PRÁTICA

A médica Maria Izabel ingressou no programa em 2023. ela já atuava na área de medicina da família e comunidade há um ano. Ela atende no Centro de Saúde Jardim Bassoli e vê o programa como um grande avanço para o acesso da população à saúde, “uma vez que a maioria das vagas é ofertada, principalmente, em áreas mais afastadas e com maior vulnerabilidade social”. Maria Izabel considerou que o trabalho em áreas mais vulneráveis revela as dificuldades da população mais carente, como maior dificuldade de acesso ao transporte, a locais para prática de atividade física e à alimentação mais saudável. Maria Izabel afirmou que a medicina da família consegue solucionar mais de 80% das demandas de um paciente, porque o acompanhamento do médico leva em consideração os aspectos familiares, sociais e econômicos. “A necessidade de um seguimento com especialista fica restrita a casos mais graves.”

MONTE MOR

Monte Mor receberá dois profissionais do programa. Para o secretário de Saúde, Wagner Tegon, as duas vagas são bemvindas, uma vez que a Prefeitura está em processo de recadastramentos de todos os profissionais da Saúde, com o objetivo de reformular as equipes de Saúde da Família, ou seja, esses dois novos profissionais beneficiarão nesta reformulação. “É garantir um melhor atendimento à população que depende da rede pública de saúde."

CAPACITAÇÃO

A Secretaria de Saúde de Campinas informou que, desde ontem, um grupo de 50 médicos angolanos foi integrado em um programa de capacitação no SUS Municipal, com duração de cinco meses. Os profissionais serão distribuídos entre 25 centros de saúde (CSs), com o objetivo de vivenciar na prática o modelo brasileiro de atenção primária à saúde, uma vez que os profissionais estão em processo de formação em medicina geral e da família. Foram selecionadas as seguintes unidades básicas para o programa de capacitação: Rosália, Santa Bárbara, San Martin, Cássio, San Diego, Nova América, Campo Belo, Oziel, 31 de Março, São Quirino, Conceição, Carlos Gomes, Santa Odila, Sousas, Esmeraldina, São Vicente, Rossin, Lisa, Bassoli, Campina Grande, Santo Antônio, DIC I, DIC VI, São Cristóvão e Tancredão. Os médicos serão acompanhados em cada CS por dois profissionais das unidades escolhidas. Marcelle Regina Silva Benatti, diretora do Departamento de Ensino Pesquisa e Saúde Digital (DEPS) de Campinas, destacou que “este intercâmbio de experiências também enriquece a bagagem cultural dos profissionais de saúde locais e é uma oportunidade para expandir conhecimentos, aprimorar habilidades pelo ensino e desenvolver uma compreensão ainda mais ampla sobre a importância da área de saúde.”

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