Hipertensão é fator de risco para doenças cardiovasculares

No Dia Mundial da Hipertensão, celebrado neste 17 de maio, a Secretaria Municipal de Saúde divulgou dados que mostram a importância de estar atento à hipertensão arterial, principal fator de risco para as doenças cardiovasculares. Das 9.132 mortes registradas em Campinas no ano passado, 2.540 foram em decorrência de doenças do aparelho circulatório, o equivalente a 27,8%. Em 2012, 10 anos antes, foram 2.031 mortes causadas pelas doenças cardiovasculares, 30% de todos os óbitos naquele ano.

A estimativa em Campinas é que uma a cada quatro pessoas com mais de 20 anos de idade possua hipertensão, ou seja, 23%. É um número que aumenta com a idade, podendo chegar a 2/3 (ou 65%) da população maior de 60 anos. Pelo fato de ser uma doença silenciosa é bastante expressiva a quantidade de pessoas que não sabem que estão hipertensas.

"O principal risco para as doenças cardiovasculares é a hipertensão arterial. Se conseguirmos modificar (a situação da doença), nós vamos conseguir obter bons resultados em relação ao que temos hoje de mortalidade em Campinas. Muitos não sabem que têm hipertensão arterial, é uma doença silenciosa. Então, precisamos fazer o diagnóstico - e quanto mais precoce o diagnóstico, adequado o tratamento e mudanças nos hábitos, mais vamos conseguir influenciar nas consequências dos pacientes da população de Campinas", informou a enfermeira do Núcleo de Vigilância das Violências, Acidentes e Doenças não-transmissíveis da Secretaria de Saúde, Ana Paula Crivelaro.

Pensando em conscientizar a população sobre a importância da prevenção através da mudança de hábitos não saudáveis, a Prefeitura de Campinas, a Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) e universidades farão em parceria no próximo domingo, dia 21, uma ação social no portão 7 da Lagoa do Taquaral, das 7h às 13h.

Ao todo, cinco estações serão montadas para atender às pessoas que passarem pelo local. Na primeira estação, o visitante participará de práticas integrativas para o controle do estresse. Na segunda, serão realizadas as medidas antropométricas, ou seja, de altura, peso, circunferência abdominal e Índice de Massa Corporal (IMC). Na terceira estação, será feito o exame de ponta de dedo, que vai medir glicemia, colesterol e triglicérides. Na quarta, enquanto a pessoa descansa para a aferição da pressão arterial, será feita uma entrevista sobre hábito alimentar, exercício físico, consumo de álcool, hábito de fumar e qualidade do sono, com diversas orientações acerca desses temas. Na última estação, todos passarão pela aferição da pressão arterial.

Após passar pelas estações, e de acordo com o que for detectado, os pacientes receberão orientações e informações sobre a prevenção e como controlar a hipertensão arterial e outras doenças cardiovasculares.

"Se faz extremamente necessário para a população com hipertensão manter o controle do peso e mudar ou melhorar alguns hábitos alimentares, por exemplo, conhecer a ingestão correta de sal que devemos ter no dia a dia e reduzir a quantidade. Também é importante praticar atividade física regularmente, poder aproveitar momentos de lazer com a família e consigo mesmo - porque isso reduz o stress, o que é importantíssimo para o controle da hipertensão. E abandonar mesmo o uso do cigarro, moderar o consumo de álcool e evitar alimentos gordurosos e ultraprocessados."

Ela destacou que pessoas que não têm o hábito de fazer atividade física e pretendem mudar drasticamente essa situação devem realizar um atendimento com um profissional de saúde para receber as orientações sobre quais são as melhores atividades de acordo com o perfil individual. Mesmo assim, é possível conseguir melhorias a partir de pequenas mudanças, como fazer atividades ao ar livre e estar em contato com a natureza.

A atenção é especial para os idosos. Além de a doença ter maior incidência nesta população, muitas vezes a hipertensão está associada a outras doenças. O diagnóstico precoce, seja nos idosos ou em adultos mais jovens, pode ajudar a evitar a mortalidade precoce e uma redução da qualidade de vida da população.

Ana Paula Crivelaro ainda lembrou que aferir a pressão ainda é uma das melhores formas de se obter um diagnóstico, mas é preciso ter cautela com o uso individual, dentro de casa. A manipulação incorreta do aparelho automático para aferir a pressão pode gerar resultados enganosos, por isso é importante o acompanhamento de um profissional.

"A melhor forma é estar cada vez mais próximo das unidades e profissionais de saúde para que eles consigam identificar a doença nos momentos mais oportunos. Não é apenas com uma medida aleatória de alteração de pressão que se tem esse diagnóstico. É preciso fazer o acompanhamento, ter esse vínculo, o envolvimento com a unidade e com a equipe para o diagnóstico correto da hipertensão. É algo que vai acontecer no domingo, no evento. Estaremos lá para poder fazer a identificação de alguns casos, mas o foco principal são as ações de prevenção e de bem-estar", completou a enfermeira da Secretaria de Saúde, relembrando que manter hábitos saudáveis é a melhor forma de evitar a hipertensão arterial, que pode ser entendida como o aumento da pressão que o sangue faz nas paredes dos vasos sanguíneos. Muitos pacientes não apresentam sintomas. No entanto, um caso de alta pressão arterial não tratado adequadamente pode trazer sérios riscos à saúde, afetando órgãos importantes como cérebro, coração e rim, provocando doenças como insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal.