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HC da Unicamp anuncia mutirão para atender paciente com câncer

Meta é reduzir a demanda daqueles que aguardam encaminhamento na fila do CROSS

Ronnie Romanini/ [email protected]
06/12/2022 às 06:12.
Atualizado em 06/12/2022 às 06:12
Os oncologistas do próprio Hospital de Clínicas da Unicamp realizarão os atendimentos; os procedimentos a serem adotados serão definidos em discussões junto a uma equipe multidisciplinar de especialistas (Divulgação)

Os oncologistas do próprio Hospital de Clínicas da Unicamp realizarão os atendimentos; os procedimentos a serem adotados serão definidos em discussões junto a uma equipe multidisciplinar de especialistas (Divulgação)

O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp vai realizar, no dia 17 de dezembro, um mutirão para atender pacientes diagnosticados com câncer e que aguardam encaminhamento pela Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (CROSS). O anúncio foi feito pela superintendente do HC, Elaine de Ataíde, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas (CD-RMC), realizada na metrópole. A iniciativa é tida como inovadora no Estado de São Paulo e pretende atender e cuidar dos pacientes que estão há mais tempo aguardando na fila. 

Serão os oncologistas do próprio HC que farão o atendimento. A equipe será multidisciplinar, com um médico oncologista cuidando do atendimento geral e discussões com os profissionais das demais especialidades envolvidas para a definição sobre se o caso é de procedimento cirúrgico, quimioterapia ou radioterapia, por exemplo. A expectativa é a de receber, no mínimo, 150 pacientes. São 116 já selecionados e a infraestrutura está sendo preparada para examinar e avaliar até 200 pessoas. 

"O propósito é o de agilizar o atendimento desses pacientes que já estavam diagnosticados com neoplasia e precisam se consultar com oncologistas para que iniciem o tratamento adequado ou realizem cirurgia. Com a pandemia, esses diagnósticos cresceram e com patologias mais avançadas. Importante lembrar que esta é uma lista viva, que muda todo dia, porque entram novos pacientes com diagnóstico de neoplasia, enquanto outros saem porque foram encaminhados", detalhou Elaine.

Pacientes de ao menos 34 cidades participarão do mutirão. O HC receberá mais de 20 deles oriundos de Amparo. Americana, Indaiatuba e Socorro são outros municípios com um número expressivo em relação aos demais. As neoplasias mais frequentes entre esses pacientes são as de tórax, cabeça e pescoço e de pele. A prioridade está sendo dada para quem tem mais de 30 dias na fila. Elaine explicou que, por lei, o período não pode ser maior do que 60 dias entre o diagnóstico e o início do tratamento oncológico.

A superintendente do HC afirmou que a primeira estratégia é verificar se os pacientes estão corretamente estadiados, ou seja, com a avaliação do grau de disseminação do tumor em dia, atualizada, para se definir se o caso é de indicação cirúrgica, radioterapia ou de tratamento por quimioterapia - os quais serão realizados no próprio HC. 

Caso seja constatada uma grande demanda por procedimentos cirúrgicos, a ideia é a de que ocorra um novo mutirão, de cirurgias, para aumentar a celeridade dos procedimentos. Ela citou o Mutirão de Cirurgias do governo estadual como modelo possível. 

Depois, em um próximo passo, a ideia é ampliar, dentro do HC,as vagas para novos casos. Embora isso ainda dependa de diálogos com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a ideia é evitar que a lista de pacientes se avolume ao longo do tempo. 

"Pretendemos aumentar a oferta de vagas a partir de janeiro, a fim de que os pacientes possam ser atendidos e a lista se reduza. Temos a capacidade de dobrar os nossos atendimentos e tratamentos de quimioterapia. Inicialmente, conseguimos, em parceria com a Secretaria, uma verba de R$ 10 milhões para iniciar esse movimento. No entanto, pretendemos discutir junto à nova gestão, que começa em janeiro, sobre o aumento da nossa capacidade de atendimento para receber essa demanda cada vez mais crescente, provavelmente pelo represamento durante a pandemia, com pacientes sem acompanhamento e diagnóstico."

A capacidade atual de quimioterapia é de mil por mês. Com o dobro, seriam dois mil pacientes. A expectativa do hospital é a de realizar os procedimentos por mais tempo, por meio da ampliação dos turnos, ainda durante este mês. “Desenhamos um esquema interno para aumentar os turnos de quimioterapia, que serão realizados das 7h às 19h, inclusive aos sábados. Para radioterapia, a nossa previsão é a de aumentar também os turnos e ampliar o horário até às 22h. Hoje, dispomos de 14 cadeiras de quimioterapia e vamos passar para 20, talvez em janeiro."

O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), anfitrião do encontro, elogiou a ação proposta pela Unicamp, assim como o prefeito de Jaguariúna - e presidente do CD-RMC - Gustavo Reis, que parabenizou a superintendente do HC e também a própria universidade pela iniciativa. "Vai oferecer mais dignidade e qualidade no atendimento aos pacientes com câncer da nossa região", comemorou Reis. "Vai ajudar muito as cidades", concluiu o prefeito de Campinas.

O prefeito de Campinas, Dário Saadi, e o de Jaguariúna, Gustavo Reis, elogiaram a iniciativa da universidade (Divulgação)

O prefeito de Campinas, Dário Saadi, e o de Jaguariúna, Gustavo Reis, elogiaram a iniciativa da universidade (Divulgação)

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