Febre maculosa leva Saúde a isolar áreas do Pq. das Águas

A Secretaria Municipal de Saúde anunciou que optou por isolar a área das ilhas e trilhas do Parque das Águas, localizado no Parque Jambeiro. O parque foi reaberto há dez dias após ter ficado fechado por oito meses. Essa medida faz parte das ações adotadas pela Prefeitura de Campinas em resposta ao surto de febre maculosa na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, com o objetivo de reforçar a prevenção e conscientização da população. Novas placas, cartazes e totens informativos também estão sendo instalados em outros parques de Campinas, bem como em estabelecimentos de saúde.

Segundo a Secretaria, o isolamento das áreas tem como objetivo evitar a circulação de pessoas em locais onde há maior risco da presença do carrapato-estrela, que é o transmissor da febre maculosa. Nos últimos dias, não foram confirmados novos casos relacionados aos eventos ocorridos na Fazenda Santa Margarida nos dias 27 de maio e 3 de junho. No entanto, estão sendo investigados mais casos suspeitos de pessoas que estiveram no local. A Prefeitura de Hortolândia está acompanhando a evolução clínica de cinco moradores que participaram recentemente de eventos na Fazenda Santa Margarida. Além disso, há dois casos associados a eventos na Fazenda Santa Margarida em Itupeva e um caso em Americana. A cidade de Santa Isabel também está investigando quatro notificações suspeitas de febre maculosa, cujos pacientes estavam envolvidos em um evento na Fazenda Santa Margarida.

Jundiaí também está investigando duas notificações suspeitas de pessoas que estiveram em festas na Fazenda, assim como Paulínia, que confirmou um caso suspeito de febre maculosa com vínculo epidemiológico com um dos eventos na área afetada. Até o momento do fechamento desta matéria, não foi confirmada a informação de que a Prefeitura de Mogi Guaçu está investigando um caso relacionado a um dos dois eventos realizados em Joaquim Egídio.

SITE INFORMATIVO

A Prefeitura de Campinas lançou um site informativo sobre a febre maculosa, com o intuito de concentrar todas as informações necessárias para a população, gestores e profissionais de saúde. O site inclui uma seção especial destinada aos gestores e profissionais de serviços particulares e do SUS municipal, contendo uma videoaula com orientações para o reconhecimento precoce e tratamento adequado de casos de febre maculosa, bem como uma nota técnica com instruções sobre o uso de antibióticos específicos para o tratamento de casos suspeitos. Para a população em geral, o site oferece respostas para perguntas frequentes, incluindo orientações sobre a correta remoção de carrapatos e precauções a serem tomadas em áreas consideradas de risco. 

Apenas 1% dos carrapatos encontrados na natureza estão infectados com a bactéria que causa a febre maculosa. Caso você encontre um carrapato no corpo, é importante fazer a remoção correta. O método ideal é utilizar uma pinça, segurando o carrapato firmemente e fazendo movimentos circulares delicados, com cuidado para não esmagá-lo.

Para aqueles que visitam áreas consideradas de risco, é recomendado prestar atenção à vestimenta, dando preferência a roupas longas, fechadas e de cores claras, a fim de facilitar a identificação e remoção cuidadosa dos carrapatos.

Mesmo que não haja evidências de picadas, é necessário ficar atento aos sintomas, como febre, dor de cabeça, dor no corpo, vômitos, diarreia, mal-estar, pontos e manchas vermelhas pelo corpo, após ter frequentado uma área de risco de dois a 14 dias antes. Caso esses sintomas ocorram, é importante procurar um serviço de saúde e informar sobre a presença na área e os sintomas. A febre maculosa é tratável, mas as chances de cura são muito maiores se o tratamento for iniciado em até 72 horas após o início dos sintomas, quando a pessoa não apresenta sintomas graves e tem maiores chances de se recuperar completamente. Após esse período, as chances de óbito aumentam significativamente. Em média, 60% dos casos de febre maculosa resultam em óbito no Estado de São Paulo.

Campinas é um município que apresenta características ambientais propícias para a ocorrência da febre maculosa, como a presença de muitos cursos d'água e áreas verdes abundantes. O maior risco de contrair a febre maculosa ocorre em áreas onde o carrapato-estrela pode ser encontrado, como matas, pastos, beiras de rios e lagos, bem como locais com presença de capivaras e/ou cavalos, especialmente durante atividades que envolvem contato com a vegetação, como pesca, manejo da vegetação e piqueniques, entre outras.