SUS MUNICIPAL

Falta de medicamentos afeta quimioterapias no Hospital Mário Gatti

Segundo a Rede, a maioria dos pacientes impactados teve apenas um ciclo de tratamento prejudicado; a expectativa é que a situação volte ao normal amanhã

Luiz Felipe Leite/[email protected]
22/05/2025 às 12:44.
Atualizado em 22/05/2025 às 14:23
De acordo com a Rede Mário Gatti, 68 dos 600 pacientes atendidos por mês na Unacon do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti utilizam os medicamentos que estão em falta (Alessandro Torres)

De acordo com a Rede Mário Gatti, 68 dos 600 pacientes atendidos por mês na Unacon do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti utilizam os medicamentos que estão em falta (Alessandro Torres)

A população de Campinas que depende do Sistema Único de Saúde (SUS) voltou a ter problemas nesta semana. A Rede Mario Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar confirmou ontem a falta de medicamentos utilizados em tratamentos quimioterápicos de pacientes da Unidade de Alta Complexidade de Oncologia (Unacon) do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, o que afetou o tratamento de alguns pacientes. Ao mesmo tempo, o Hospital PUCCampinas emitiu o sexto alerta no ano para falar da superlotação nos leitos via SUS do Pronto-Socorro Adulto (PS). Ontem havia 83 pessoas internadas no espaço, todos os casos de alta complexidade, em um espaço com 20 leitos. Ou seja, a superlotação chegou ao índice de 315% acima da capacidade da unidade. Como resposta, a direção do hospital pediu novamente que a população procure outras instituições de saúde da cidade.

No caso que envolve os pacientes que dependem de quimioterapia no Hospital Mário Gatti, a Rede informou que três medicamentos utilizados no tratamento estão temporariamente em falta. A justificativa é que as empresas fornecedoras não entregaram os insumos, foram notificadas e serão penalizadas. A reportagem do Correio Popular questionou a autarquia sobre quantas pessoas foram afetadas pelo desabastecimento dos produtos. A Rede respondeu que 68 dos 600 pacientes atendidos por mês na Unacon utilizam os medicamentos temporariamente em falta, mas disse que nem todos chegaram a ser impactados. “A maioria dos pacientes teve apenas um ciclo de quimioterapia afetado”, relatou. A Rede Mário Gatti complementou que conseguiu firmar um empréstimo de medicamentos com um serviço de saúde e que os tratamentos dos pacientes afetados serão normalizados até amanhã, dia 23 de maio. “Além disso, foi realizada uma compra emergencial que garante o fornecimento dos produtos para os próximos 6 meses. A entrega está prevista para a próxima segunda-feira, dia 26 de maio.” 

SUPERLOTAÇÃO NA PUC

Em relação ao novo episódio de superlotação no PS Adulto SUS no Hospital PUC-Campinas, a direção do local pediu que a população que depende do Sistema Único de Saúde procure outras instituições. O objetivo é garantir e preservar a segurança técnica assistencial no pronto-socorro e o atendimento de qualidade. Também foi solicitada à Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (Cross) e ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que aguardem a estabilização para que novos pacientes sejam encaminhados.

O Hospital PUC-Campinas explicou que solicitou o apoio necessário para que novos pacientes não sejam encaminhados à unidade. O requerimento foi direcionado à Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, e ao Departamento Regional de Saúde, que responde para a Secretaria Estadual de Saúde.

A Secretaria de Saúde de Campinas comentou que está em constante negociação para a ampliação de leitos na cidade, destacando a reivindicação ao Governo de São Paulo para a construção de um Hospital Metropolitano. Outro ponto citado pela Pasta foi o acompanhamento da reabertura de 36 leitos de enfermaria no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “A secretaria solicitou, neste momento, em razão da medida anunciada pelo Hospital PUC-Campinas, que a Cross de São Paulo reduza os encaminhamentos de pacientes de outras cidades da região para Campinas”, pontuou.

No HC, 36 leitos da Unidade de Emergência Referenciada (UER) foram interditados para obras de climatização das enfermarias do local, iniciadas em setembro de 2024. Em reportagem publicada em 14 de maio, o Correio Popular contou que o HC não detalhou se todas as 36 unidades seguem interditadas, mas a situação impacta a UER, que sofre com constantes casos de superlotação. As intervenções para a climatização estão ocorrendo por etapas. A previsão é que as obras terminem em março de 2026.

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo foi procurada para comentar sobre a nova superlotação no Hospital PUCCampinas. Em nota, pontuou que realiza reuniões semanais com gestores locais e unidades de saúde da RMC para alinhar estratégias de mapeamento do perfil dos pacientes atendidos nas emergências. Sobre o pedido para que novos pacientes não sejam encaminhados à unidade, o Estado afirmou que monitora a situação da região, analisando o perfil dos pacientes e realizando o encaminhamento adequado considerando o caso de cada um.

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