EPIDEMIA

Estado destina R$ 25,5 milhões para combate à dengue na região

Campinas receberá cerca de R$ 6,1 milhões e o restante será dividido entre as outras 41 cidades do DRS-7

Da Redação
25/01/2025 às 12:50.
Atualizado em 25/01/2025 às 16:45
População deve contribuir com a prevenção e combate à dengue eliminando qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouros e autorizando a entrada dos agentes de saúde para vistoriar a residência (Kamá Ribeiro)

População deve contribuir com a prevenção e combate à dengue eliminando qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouros e autorizando a entrada dos agentes de saúde para vistoriar a residência (Kamá Ribeiro)

O Governo de São Paulo anunciou que as 42 cidades do Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-7) receberão, ao todo, R$ 25,5 milhões para o enfrentamento da dengue. Esse montante representa 11% do total de R$ 228 milhões do IGM SUS Paulista que será enviado aos 645 municípios. De acordo com o governo estadual, Campinas receberá cerca de R$ 6,1 milhões. Procurada, a Prefeitura informou que ainda não recebeu nada oficial sobre o repasse divulgado pelo governo estadual.

Durante o evento que contou com o anúncio, realizado anteontem no Palácio dos Bandeirantes, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) também assinou o decreto de criação do Centro de Operações de Emergências (COE) de combate ao Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, chikungunya e Zika.

Para coordenar estratégias e ações de combate ao mosquito, bem como apoiar as regiões no planejamento estratégico, o COE é formado pela Secretaria de Estado da Saúde, Casa Civil, Casa Militar/ Defesa Civil, Secretaria de Comunicação, Secretaria da Segurança Pública, Secretaria da Educação, Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Secretaria de Desenvolvimento Social, além do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo e Exército como convidados.

“O enfrentamento da dengue é uma ação conjunta entre o Estado e municípios. Desde o ano passado, adotamos uma série de medidas de combate à doença. Além da antecipação do valor recorde do IGM SUS Paulista, vamos adquirir outros 100 novos equipamentos de nebulização portátil, alcançando um total de 730 unidades, e mais dez máquinas pesadas, elevando para 55 equipamentos acoplados às viaturas”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva

SOROTIPO 3

O sorotipo 3 da dengue estava com baixa predominância desde 2016, e foi reintroduzido no Estado de São Paulo em 2023, sendo identificado pelo monitoramento das unidades sentinelas para arboviroses. As autoridades reforçam a importância dos cuidados no combate ao mosquito transmissor, destacando que, devido a não circulação prolongada desse sorotipo por um período, grande parte da população encontra-se vulnerável à infecção.

Desde o ano passado, o Governo de São Paulo investiu mais de R$ 225 milhões no combate à dengue. Os valores são referentes à antecipação de R$ 205 milhões do IGM SUS Paulista, à aquisição de 6 mil litros de adulticida (inseticida usado no combate a formas adultas do mosquito Aedes aegypti), que teve investimento total de R$ 4,3 milhões, e ao investimento de R$ 9,7 milhões em medicamentos e insumos para o combate à doença. Além disso, foram transferidos R$ 5,1 milhões para os municípios adquirirem repelentes específicos para a população gestante.

Também foram incorporados 133 equipamentos de nebulização portátil e mais seis de nebulização ambiental, que são acoplados nas viaturas. Toda a rede de leitos hospitalares foi monitorada para atender aos casos graves e de alta complexidade da doença. O Estado de São Paulo registrou 31 municípios em estado de emergência, 25.650 casos de dengue e seis óbitos confirmados, até esta quinta-feira.

MUTIRÃO EM CAMPINAS

A Secretaria de Saúde de Campinas realiza hoje, a partir das 8h, o 1º mutirão municipal de 2025 para prevenção e combate à dengue. A ação começa às 8h e cinco bairros terão imóveis visitados para controle de criadouros do mosquito Aedes aegypti e orientações aos moradores. A lista abrange as seguintes áreas: Vila Padre Anchieta, Jardim Nova Aparecida, Vila Renascença, Parque Maria Helena e Vila Penteado.

O trabalho reúne pelo menos 100 agentes da Saúde e funcionários da Impacto Controle de Pragas, que estarão divididos em 14 equipes. Três grupos iniciam as atividades a partir de encontro no Centro de Educação Infantil (CEI) Jorge Leme, que fica na Rua Papa São Nicolau, 199, na Vila Padre Anchieta. Outros 11 irão diretamente para os demais bairros. O encerramento do mutirão será às 12h.

Desde 1º de janeiro deste ano Campinas registra 120 casos de dengue e nenhuma morte. Os dados foram atualizados pela Secretaria de Saúde dia 20. O balanço de ações realizadas no mutirão deve ser divulgado na segunda-feira, 27 de janeiro. A Administração repetirá a estratégia de usar um drone para localizar grandes criadouros como piscinas e caixas d’água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono. Caso sejam constatados no sobrevoo pontos com descarte irregular de materiais, a Secretaria de Serviços Públicos será acionada.

Os trabalhadores da Impacto usam camiseta laranja com gola careca e logo da empresa silkado, enquanto o líder da equipe veste blusa verde com as mesmas características. Todos vestem calça cinza e têm crachá. Já os agentes de saúde usam identificação da Prefeitura. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo 199, da Defesa Civil. O mutirão é multissetorial e conta com apoio de profissionais das secretarias de Serviços Públicos, Habitação, Educação, Assistência Social e Trabalho e Renda, Clima, além da Guarda, Defesa Civil, Sanasa e Emdec.

A melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados. A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. A população não deve banalizar os sintomas nem realizar automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação.

Quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.

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