A Administração informou ainda que há servidores em férias, portanto, nem toda ausência foi motivada por problemas de saúde. (Rovena Rosa/ Agência Brasil)
A cada quatro servidores que atuam na Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar e na Secretaria Municipal de Saúde, um está afastado. A Prefeitura de Campinas divulgou que dos 5.903 profissionais da Saúde, 1.621 estão afastados (ou 27,4%), sendo a maioria por apresentar sintomas respiratórios. A Administração informou ainda que há servidores em férias, portanto, nem toda ausência foi motivada por problemas de saúde. Muitos trabalhadores estavam com o recesso em atraso por causa da alta demanda de atendimento na pandemia.
No dia 8 de junho, a Secretaria de Saúde informou que 293 servidores estavam afastados, enquanto a Rede Mário Gatti comunicou 107 afastamentos. Em menos de um mês, portanto, cresceu mais de 300% o total de profissionais da saúde afastados. A Secretaria não divulgou números detalhados, por exemplo, quantos estão fora por sintomas respiratórios e em período de férias.
Recentemente, o Conselho Municipal de Saúde (CMS) coletou informações sobre os afastamentos e resultados dos testes para a detecção da covid-19 diretamente junto aos profissionais. Apurou-se que, do dia 9 de maio a 9 de junho, 103 profissionais de Centros de Saúde de Campinas e outros três de serviços de saúde mental tinham sido afastados por suspeita de covid-19, sendo que 83 casos foram confirmados na época.
O CS São Quirino foi o mais afetado, segundo levantamento do Conselho, com 30 funcionários afastados no período de um mês, o equivalente a 28,3%. A Pasta de Saúde contestou a informação.
Alta procura
Além do afastamento de 27,4% dos quadros que atuam na Pasta e na autarquia, outra preocupação é com o crescimento de pessoas com sintomas respiratórios que buscam atendimento. O recrudescimento da pandemia de covid-19 e a incidência de outras doenças respiratórias, tradicionais nesta época do ano, vêm causando sobrecarga nos CSs, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e prontos-socorros municipais, de acordo com a Administração.
Nos números divulgados na quarta-feira (6), a Prefeitura calculou o aumento em 23,5% nos atendimentos ocorridos na semana de 19 a 25 de junho em comparação ao período de 12 a 18. Foram 14.028 pacientes com sintomas respiratórios que procuraram as unidades de saúde da rede municipal contra 11.354 uma semana antes. Na comparação com a semana de 15 a 21 de maio, quando houve 7.653 atendimentos, a alta foi de 83,3%.
A Secretaria de Saúde assegurou, no comunicado, que "a assistência está garantida e reforça que é imprescindível que a população complete o seu ciclo vacinal contra a covid-19 e se vacine contra a gripe. As duas vacinas estão disponíveis para toda a população em 65 centros de saúde". A imunização não acontece apenas nos CSs Joaquim Egídio e Boa Esperança.
Um dos grupos prioritários para receber a vacina contra a Influenza, 61% dos trabalhadores de saúde - incluindo da rede privada - tinham recebido o imunizante até o dia 24 de junho, quando a campanha de vacinação passou a atingir toda a população. Foram 32.117 doses aplicadas.