FIM DA EXIGÊNCIA

Em agosto, estudantes de Campinas voltam às aulas livres das máscaras

Decisão foi anunciada após reunião do Comitê de enfrentamento à covid-19

Ronnie Romanini/ [email protected]
24/06/2022 às 08:56.
Atualizado em 24/06/2022 às 08:57
Alunos da rede municipal de ensino em sala de aula cumprem a exigência do uso de máscara: comitê continuará a realizar avaliações epidemiológicas (Kamá Ribeiro)

Alunos da rede municipal de ensino em sala de aula cumprem a exigência do uso de máscara: comitê continuará a realizar avaliações epidemiológicas (Kamá Ribeiro)

Campinas não vai mais exigir o uso de máscaras nas escolas a partir da volta às aulas em agosto, após o período de férias de julho. A decisão, anunciada na quinta-feira (23), foi tomada na quarta-feira pela manhã em reunião do Comitê Municipal de Enfrentamento da Pandemia de Infecção Humana pelo novo Coronavírus (covid-19). 

O motivo, de acordo com o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) é a estabilidade e até queda nos números de casos e de internação por covid-19 e por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças. Além disso, agosto é conhecido por ter, historicamente ,uma redução relevante nos casos respiratórios pelo fim do período de sazonalidade de circulação dos vírus respiratórios.

Na nota em que comunicou a decisão, a Secretaria de Saúde frisou que o Comitê continuará com as suas avaliações epidemiológicas e até agosto a decisão pode ser revertida ou validada, a depender do contexto epidemiológico. "A análise de situação epidemiológica da covid-19 e demais doenças respiratórias é realizada sistematicamente e discutida em reuniões periódicas do Comitê Municipal de Enfrentamento da Pandemia (covid-19), estrutura em que são tomadas as decisões que visam assegurar a saúde da população campineira, sempre baseadas em indicadores epidemiológicos locais, de forma técnica e científica, desde o início da pandemia, em março de 2020", explicou a diretora do Devisa, Andrea von Zuben.

Ela ainda reiterou que quem tem suspeita ou confirmação de qualquer doença respiratória deve continuar usando as máscaras. As medidas não farmacológicas e preventivas devem permanecer sendo adotadas pela população.

A infectologista da Unicamp e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Raquel Stucchi, disse que é difícil prever como estará a situação no início de agosto e que, por isso, a decisão deveria ter sido anunciada mais perto da data de liberação.

"O momento epidemiológico não mudou, pelo contrário. Nós temos mais transmissão, aumento das internações e infelizmente a cobertura vacinal segue baixa nas crianças. As subvariantes BA.4 e BA.5 transmitem ainda mais e têm aparecido com mais frequência. Alguns municípios que flexibilizaram o uso de máscaras voltaram a obrigar, então acho estranho a medida agora, talvez apenas para aquietar o coração dos que estavam insatisfeitos. Talvez seja até possível (a desobrigação), mas a decisão só poderá ser colocada em prática conforme a situação epidemiológica no fim de julho."

Cobertura vacinal 

Até o dia 20 de junho, data da última atualização do boletim semanal de imunização da Prefeitura, 45,6% da população infantil entre cinco e onze anos estão com as duas doses da vacina contra a covid-19. A primeira dose foi aplicada em 60% do grupo etário. Contra a gripe, apenas 43% das crianças entre seis meses e até cinco anos de idade foram vacinadas. Em relação à vacina contra o sarampo, o índice de imunizados da mesma faixa etária é ainda menor: 37%.

Outro dado divulgado pela Prefeitura nesta semana foi a da redução na positividade dos testes de covid-19 na semana entre os dias 5 e 11 de junho. De todos os exames realizados, 24,6% deram resultado positivo. Uma semana antes o número estava em 33,2%. Além disso, caiu o número de crianças internadas em UTI por SRAG. No boletim divulgado em 6 de junho eram 52 crianças. Uma semana depois, 42. Por fim, no dia 20, o balanço apontou 41 hospitalizações em UTI.

Flexibilização

A flexibilização do uso de máscaras em locais fechados foi anunciada pelo governo estadual em 17 de março, mantendo apenas a obrigatoriedade em meios de transporte e nos locais destinados à prestação de serviços de saúde. Na época, Campinas foi mais restritiva que o São Paulo e decretou que os espaços internos das unidades escolares deveriam continuar com a obrigação do equipamento. Até o momento, não foi divulgada nenhuma mudança em relação às unidades de saúde e nos transportes, cujo uso de máscaras permanece obrigatório.

No fim de maio, o estado de São Paulo voltou a recomendar o uso de máscaras em todos os locais fechados, mas sem caráter obrigatório. Logo após a nova orientação, prefeituras da Região Metropolitana de Campinas, como Valinhos e Jaguariúna, alteraram a determinação local. Em Valinhos, a obrigatoriedade do uso vale apenas para servidores públicos, estagiários e funcionários terceirizados da rede municipal. A máscara continua recomendada aos alunos, mas sem exigência.

Jaguariúna é outra cidade que voltou a definir a obrigatoriedade do equipamento nas escolas públicas e particulares. O prefeito, Gustavo Reis (MDB), considerou que era necessário adotar medidas de prevenção para frear a proliferação das infecções por covid-19 e também levou em conta a recomendação feita pela Secretaria Municipal de Saúde e pela equipe técnica da Vigilância Epidemiológica. A Saúde informou que continuará monitorando a evolução da pandemia na cidade para eventuais novas recomendações.

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