Cobertura vacinal da gripe segue abaixo do desejado em Campinas

A Campanha de Vacinação contra a Gripe entra nos últimos dias com uma cobertura vacinal em Campinas muito abaixo da desejada, mesmo com a prorrogação por mais um mês, anunciada no dia 31 de maio Até a quinta-feira da semana passada, dia 22, 270.325 doses haviam sido aplicadas no município e apenas o grupo de idosos se aproximava da cobertura desejada de 90%, com 74% da população estimada vacinada. Na sequência estão as puérperas (58%), trabalhadores da saúde (44%) e gestantes (34%). 

O público que mais decepciona é o das crianças. O imunizante foi aplicado em apenas 29% dos que possuem idade entre os seis meses e cinco anos. Com o final da campanha previsto para o dia 30 de junho, a Prefeitura de Campinas ainda aguarda orientações do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo para uma eventual nova prorrogação. Mesmo se não for prorrogada, a coordenadora do Programa Municipal de Imunização, Chaúla Vizelli, garantiu que há um bom número de doses disponíveis para que a vacinação continue ocorrendo. Chaúla, inclusive, apelou à sociedade, principalmente aos grupos prioritários, pedindo para que as pessoas compareçam a um Centro de Saúde e recebam a vacina

A gente não desperdiça nenhuma dose, o que estiver disponível no município continuará sendo aplicado. Vamos fazer enquanto durar os estoques, mas, no momento, temos doses suficientes para permanecer com as ações." Embora os apelos da Administração tenham os grupos prioritários como alvo, o recado vale para todos.

"A vacinação beneficia tanto o indivíduo como a coletividade. Quanto mais pessoas vacinadas, menos circulação (do vírus) a gente tem. Os grupos prioritários são importantes para nós pelo risco maior de um desfecho negativo da doença, por isso focamos mais neles."

A campanha de vacinação começa ainda antes dos meses mais frios e secos, quando as pessoas ficam mais em ambientes menos arejados, com janelas fechadas e aglomeração. Quanto antes o imunizante for aplicado, melhor para garantir a proteção durante o período em que as doenças respiratórias são mais comuns.

Desde a Semana Epidemiológica 17, finalizada no dia 29 de abril, Campinas tem por volta de cinco mil atendimentos a sintomáticos respiratórios por semana. A quinta-feira da semana passada foi o primeiro dia desde 8 de fevereiro em que menos de 30 crianças estavam internadas por síndromes respiratórias em UTIs.

Os números da Prefeitura sobre a cobertura vacinal no ano passado, consolidados em 25 de agosto, semanas após o término da campanha, mostram que a expectativa de cobertura vacinal foi atingida apenas nos idosos, com 98% de adesão dentro da população estimada. Na sequência, ficaram as puérperas (68%), Trabalhadores da Saúde (64%), Crianças (60%) e Gestantes (48%).

"A cobertura deste ano no grupo de crianças e no de gestantes chama bastante a atenção. O ano passado a cobertura em gestantes foi pequena também, mas já temos, este ano, três meses de campanha e todos os grupos prioritários nos preocupam."

A prorrogação da campanha surtiu um efeito pequeno nos grupos prioritários. De acordo com Chaúla, nas primeiras semanas da campanha a cobertura de idosos subia 10% a cada semana, entretanto, com o decorrer do tempo, essa aceleração foi se estagnando. Quem mais se beneficiou com a prorrogação foi a população geral, fora dos grupos prioritários. A ampliação para todos os públicos aconteceu em Campinas no dia 15 do mês passado.

AÇÕES

As equipes de Saúde da Prefeitura continuam realizando ações pontuais em escolas, nos próprios Centros de Saúde e também busca conscientizar a população por meio da busca ativa dos não vacinados.

"Pedimos para que as pessoas atendam aos apelos e procurem os serviços. Temos as equipes correndo atrás, fazendo ligações. A população tem que retornar as mensagens e entender os números. As equipes estão indo atrás principalmente dos grupos prioritários, como gestantes e crianças, para garantir a imunização adequada a eles."

Na última sexta, sábado e domingo, a Secretaria de Saúde realizou uma ação ofertando todas as vacinas do calendário no Shopping Parque das Bandeiras. A preocupação com a baixa cobertura vacinal não está restrita apenas à vacina contra a gripe.

Chaúla analisou que a ação foi um sucesso. Para exemplificar, ela mostrou que, no CS Santa Lúcia, unidade que mais vacinou durante a semana passada no distrito Sudoeste, região que utiliza bastante os serviços dos Centros de Saúde, foram cerca de 150 doses contra a gripe aplicadas. Na ação especial do fim de semana foram quase 500 doses do imunizante em um universo de mais de mil pessoas vacinadas.