SPIKEVAX

Cidades começam a receber vacina atualizada contra a covid-19

Região de Saúde de Campinas terá 51,5 mil doses da vacina contra a subvariante Ômicron XBB.1.5, com 11,8 mil unidades do imunizante já entregues

Eliane Santos/[email protected]
23/05/2024 às 07:38.
Atualizado em 23/05/2024 às 07:38
Quem não faz parte de nenhum grupo prioritário apenas poderá receber a dose do novo imunizante se nunca tiver sido vacinado contra a covid-19; Prefeitura disponibiliza todas as informações no site portal.campinas.sp.gov.br/sites/vacina (Divulgação)

Quem não faz parte de nenhum grupo prioritário apenas poderá receber a dose do novo imunizante se nunca tiver sido vacinado contra a covid-19; Prefeitura disponibiliza todas as informações no site portal.campinas.sp.gov.br/sites/vacina (Divulgação)

O Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) do Departamento Regional de Saúde (DRS-7) de Campinas dá inicio hoje à distribuição do primeiro lote da vacina Spikevax, da farmacêutica Moderna, aos 42 municípios que integram a região. Dos 51.580 imunizantes destinados à região, 11.825 chegaram ontem e já poderão ser utilizados na campanha contra a covid-19, inclusive para o reforço contra a doença direcionado aos grupos considerados prioritários. A imunização com a dose da Moderna foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano. Esta versão monovalente está atualizada para proteger contra a subvariante Ômicron XBB. 1.5, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a cepa com maior capacidade de transmissão até o momento.

Parte da Região Metropolitana de Campinas (RMC) estava sem vacina contra a doença há mais de um mês. Em Campinas, que recebeu 4.745 doses, a vacina estará disponível nos 68 centros de saúde a partir de amanhã, sexta-feira, segundo informações divulgadas pela assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde. O Estado de São Paulo recebeu do Ministério da Saúde mais de 519 mil doses da vacina monovalente, que começaram a ser distribuídas ontem. Segundo a diretora do GVE Campinas, Márcia Pacóla, as doses restantes devem ser enviadas na próxima semana. No entanto, até o momento, não há uma data definida para o envio.

PÚBLICO-ALVO

O público prioritário abrange crianças entre 6 meses a 4 anos, pessoas com 60 anos ou mais, gestantes, puérperas, imunocomprometidos e pessoas a partir de 5 anos com comorbidades. As estratégias de vacinação ficam a cargo de cada município. Em Campinas, a Secretaria de Saúde inicia amanhã a aplicação da nova vacina contra covid- 19 em crianças de 6 meses a 4 anos e em pessoas a partir de 5 anos que pertençam aos grupos prioritários. Os endereços dos centros de saúde e horários das salas da vacinação em cada unidade estão disponíveis na página: portal.campinas.sp.gov.br/sites/vacina.

Para receber a dose não é preciso agendamento. Basta apresentar documento de identificação com foto e carteira de vacinação (se tiver). Os grupos prioritários para a Spikevax são pessoas com 5 anos ou mais e que tenham maior vulnerabilidade ou condição que aumenta o risco para formas graves da doença, independente do número de doses prévias. A lista inclui pessoas de 60 anos ou mais, pessoas vivendo em instituições de longa permanência (ILPI e RI) e os trabalhadores desses locais, pessoas imunocomprometidas, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência permanente, pessoas com comorbidades, pessoas privadas de liberdade (maiores de 18 anos), funcionários do sistema de privação de liberdade, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas e pessoas em situação de rua.

A recomendação é de uma dose semestral para as pessoas a partir de 60 anos, gestantes, puérperas e imunocomprometidas, e de uma dose anual para os demais grupos prioritários. Quem já recebeu outra vacina contra covid-19 em 2024 e faz parte dos grupos prioritários precisa de nova dose da vacina XBB, respeitando o intervalo de pelo menos três meses do imunizante anterior.

Em relação às crianças de seis meses a quatro anos de idade, as que nunca receberam alguma dose de vacina contra a covid-19 devem receber duas doses, com intervalo de quatro semanas. As que foram imunizadas de forma incompleta - com vacinas originais da covid-19, Corona- Vac e Pfizer baby - precisam completar o esquema. As que receberam três doses das vacinas covid-19 originais têm receber apenas uma dose da fabricante moderna. E as imunocomprometidas que nunca se vacinaram necessitam receber o esquema primário de três doses da vacina Spikevax.
Já os adultos que estão fora dos grupos prioritários somente poderão se vacinar com a Spikevax no caso de nunca terem recebido dose de qualquer vacina contra a covid-19.

ORIENTAÇÕES

A coordenadora do Programa de Imunização em Campinas, Chaúla Vizelli, destacou que pessoas com sintomas gripais ou que foram diagnosticadas com covid-19 precisam esperar pelo menos quatro semanas para receber a nova vacina. A vacina contra gripe, destinada para pessoas a partir de 6 meses, pode ser aplicada de forma simultânea. Já a aplicação de vacina contra a dengue, neste momento direcionada para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, exige um intervalo de ao menos 24 horas.
Desde o início deste ano, a imunização contra a covid- 19 foi incluída no calendário vacinal das crianças menores de 5 anos e na estratégia de vacinação anual para os grupos prioritários. As doses de reforço são atualizadas para ampliarem a proteção do sistema imunológico, induzindo respostas mais eficazes dos anticorpos contra as mutações altamente circulantes, segundo nota divulgada pela Saúde estadual.

FALTA NA RMC

Levantamento realizado pela reportagem do Correio Popular, e publicado na última sexta- feira, revelou que pelo menos 13 das 20 cidades que compõem a Região Metropolitana de Campinas (RMC) estavam com escassez do imunizante bivalente contra a covid- 19 em suas unidades básicas de saúde. O desabastecimento tem deixado algumas dessas localidades sem a capacidade de imunizar adultos desde o início de abril. Tanto os municípios quanto o governo estadual atribuem a situação ao atraso no envio de novas doses ao Ministério da Saúde. Das que responderam ao contato do jornal na reportagem publicada na semana passada, Americana, Cosmópolis, Campinas, Hortolândia, Itatiba, Jaguariúna, Morungaba, Paulínia, Santa Bárbara d'Oeste, Santo Antônio de Posse, Sumaré, Valinhos e Vinhedo confirmaram a falta de imunizantes.

Em resposta à solicitação da reportagem, o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do estado informou na semana passada que recebeu menos doses do que solicitou ao Ministério da Saúde nos meses de fevereiro, março e abril. Questionado, o Ministério da Saúde declarou, na ocasião, ter iniciado, na semana do dia 6 de maio, as primeiras distribuições da vacina atualizada contra a covid-19, sendo que em São Paulo, as doses foram entregues na terça- feira (14), destinadas à imunização dos grupos prioritários. Agora, elas começam a chegar aos municípios.

Ainda de acordo com o comunicado oficial divulgado pelo Ministério de Saúde à época, "os pedidos de envio de doses das vacinas contra a covid-19 são realizados pelos gestores locais, de acordo com a demanda de cada estado. Após a solicitação, o Ministério da Saúde avalia criteriosamente as doses a serem distribuídas, levando em conta a demanda específica de cada solicitante, os grupos prioritários estabelecidos e o estoque disponível no momento da autorização".

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