EM BUSCA DE CRIADOUROS

Cidade com mais casos de dengue na RMC, Campinas realiza novo mutirão em 10 bairros

Município tem 25,9 mil das 69,7 mil notificações positivas em toda a região metropolitana; ação especial foi feita ontem, com foco especial na Vila 31 de Março

Bruno Luporini/bruno.luporini@rac.com.br
01/05/2025 às 12:30.
Atualizado em 01/05/2025 às 12:46

Apoio da população é essencial para o enfrentamento à dengue; dúvidas sobre a ação de vistoria dentro das residências podem ser sanadas pelo telefone 156 durante a semana e no 199 nos fins de semana e feriados (Alessandro Torres)

Cidade com mais casos confirmados de dengue da RMC, 25.918 dos 69.729, e com três óbitos registrados do total de 67, Campinas realizou ontem o 7º mutirão do ano, o segundo realizado durante a semana. As ações se concentraram na Vila 31 de Março. Além deste bairro, foram percorridas áreas do Jardim Novo Flamboyant, Jardim Flamboyant, Parque Brasília, Jardim Boa Esperança, Vila Lafayette Álvaro, Jardim Líria, Jardim Conceição, Vila Madalena e Vila Tofanello.

Embora o saldo definitivo do trabalho realizado não tenha sido finalizado até o início da noite de ontem, um dos líderes das equipes de combate à dengue informou que foram cerca de 6 mil residências visitadas, com aceitação em torno de 45%. As equipes também visitaram os denominados imóveis especiais, como supermercados, empresas e espaços culturais localizados na região.

A chefe de setor da Vigilância em Saúde da região Leste, Marina Massaro, reforçou que, mesmo que o clima esteja mais ameno com o fim do verão e início do outono, com temperaturas mais baixas, é importante dar continuidade às ações para tentar eliminar o maior número de criadouros. Ela destacou que as medidas de prevenção e combate à dengue precisam ser contínuas.

Foi o que também destacou uma moradora da Vila 31 de Março, Pâmela Vicentini, 36. “Sempre recebemos as equipes em casa, é um trabalho importante, mas depende da colaboração de todos”. Ela contou que na primeira quinzena de abril, seu filho Pedro de 10 anos, contraiu a doença. “Ele apresentou tremedeiras e uma febre muito forte, sofreu bastante”. Para Pâmela, o possível foco pode estar na casa de uma moradora que, segundo ela, não recebe os agentes de saúde. “Fiz o reporte para o agente que anotou minha solicitação para que continuem tentando vistoriar a residência”. 

Um dos líderes de equipe, identificado como Antônio, relatou que muitas pessoas ainda se recusam em receber a visita dos agentes. “Muita gente ainda critica nosso trabalho e não abre as portas. É uma questão de conscientização, pois elas podem prejudicar o bairro todo.” Durante o trabalho realizado ao longo do dia, Antônio ouviu muitas reclamações sobre a existência de pragas, como escorpiões e aranhas, principalmente em terrenos baldios fechados. Um dos agentes encontrou um escorpião próximo a um terreno que estava com mato alto. “Acionamos a Defesa Civil e também informamos a Prefeitura a respeito da situação”, disse Antônio.

Morador da região, Laércio Franco, 67, reforçou as reclamações sobre os terrenos que estão descuidados. “Faz um tempinho, uma vizinha também encontrou um escorpião. Aqui em casa aparecem muitas aranhas por causa de um terreno aqui perto que está abandonado com mato alto.” Com relação à dengue, Laércio disse que ninguém que mora em sua casa contraiu a doença neste ano, mas reforçou a necessidade da colaboração de todos para combater o mosquito. “Sempre faço meu trabalho de limpeza em casa e precisamos que todos recebam os agentes, é um benefício para a comunidade inteira.”

As visitas são feitas, principalmente, por funcionários da empresa Impacto Controle de Pragas. Os agentes usam camiseta laranja com gola careca e logo da empresa silkado, enquanto o líder da equipe veste blusa verde com as mesmas características. Todos vestem calça na cor cinza e têm crachá de identificação. Já voluntários de mutirões usam colete na cor laranja com a identificação e a frase “Campinas contra o mosquito”.

Dúvidas sobre a identidade dos participantes podem ser esclarecidas pelo telefone 156 (de segunda a sexta) ou com a Defesa Civil pelo telefone 199 (fins de semana e feriados).

BAIRROS EM ALERTA

De acordo com a Saúde, a 17ª edição do Alerta Arboviroses em 2025, publicado ontem, existem 22 bairros na cidade com alto risco de transmissão da dengue: Vila Brandina (região leste); Conjunto Residencial Parque São Bento e Jardim Florence 1 (noroeste); Jardim Eulina (norte); Residencial São José, Jardim Vista Alegre, Parque Universitário de Viracopos, Parque Dom Pedro 2, Vila Princesa, Jardim Esplanada e Jardim Adhemar de Barros (sudoeste); Parque da Figueira, Loteamento São Martinho, Vila Campos Sales, Jardim Fernanda 2, Vila Mimosa e Jardim do Lago (sul); Ponte Preta, Jardim Bom Sucesso, Jardim São Gabriel, Vila Tupi e Vila Georgina (suleste).

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