EM CAMPINAS

Casos e mortes por covid-19 voltam a crescer

Outubro teve 60% mais confirmações da doença do que setembro; número de óbitos subiu de três para 14

Isadora Stentzler/ [email protected]
12/11/2023 às 19:27.
Atualizado em 12/11/2023 às 19:27
A médica infectologista do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) revelou que casos mais graves foram em pessoas com comorbidades e não vacinadas; imunizante contra a covid-19 está disponível em todos os centros de saúde de Campinas (Kamá Ribeiro)

A médica infectologista do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) revelou que casos mais graves foram em pessoas com comorbidades e não vacinadas; imunizante contra a covid-19 está disponível em todos os centros de saúde de Campinas (Kamá Ribeiro)

Campinas registra uma escalada de casos e óbitos por covid-19. O mês de outubro fechou com 14 mortes pela doença e um aumento de 60% nas notificações, totalizando 2,9 mil casos, 64 deles na forma grave. Para se ter uma ideia do crescimento, setembro teve apenas três mortes pela doença e 1.812 casos confirmados, 60 graves. Adicionalmente, a vacinação que ajuda a evitar casos graves e óbitos pela doença permanece estagnada. O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) reforça que a dose bivalente deve ser tomada pela população para evitar um avanço dos casos mais delicados.

De acordo com os dados, as notificações vêm em ritmo de escalada desde julho deste ano. Na época, o município registrou 22 casos graves e 458 casos leves da doença, totalizando 480 notificações no período de 2 a 30 de julho. O mês também fechou com seis óbitos pela doença.

Em agosto também foram seis mortes, mas com um aumento nos casos totais, com 969 registros entre os dias 6 e 27 do mês. 30 dessas confirmações foram da forma grave da doença. Já em setembro, o município teve um salto de quase 100% dos casos, com 1.812 notificações entre os dias 3 e 24 do mês. Dessas, 60 foram graves, o dobro dos casos registrados no mês anterior.

O mês de outubro terminou com um alerta para a explosão de novos casos e de óbitos. Entre o dia 1º e o dia 29 do mês foram 2,9 mil notificações, com 64 delas sendo para casos graves. O número de mortes saltou 366,6%, passando de três em setembro para 14 em outubro.

O mês teve ainda 13 surtos de covid-19 em 10 escolas públicas e particulares na cidade. A Secretaria de Saúde considera que há um surto nos locais em que há ao menos duas pessoas positivadas. Dez desses surtos foram encerrados e três estão sendo monitorados nesta primeira metade de novembro.

A primeira Semana Epidemiológica do mês, iniciada no dia 5 e com término neste sábado, dia 11, também já apresenta um caso grave da doença e 51 casos leves. Como a Semana Epidemiológica ainda não acabou, os dados ainda serão atualizados e podem apresentar mais um avanço progressivo da doença neste fim de ano.

Segundo a médica infectologista do Devisa, Valéria Almeida, esse aumento de casos está diretamente relacionado à maior circulação do vírus. Já a elevação dos casos graves e óbitos e atribuída à não vacinação da população. A procura pelas doses de reforço e a bivalente – que protege contra a variante Ômicron, que tem cepas em circulação no município – está em baixa.

Ao todo, a Secretaria de Saúde aplicou mais de 3,3 milhões de doses em moradores de Campinas. Considerando a população a partir de seis meses de idade, 85,5% estão com a cobertura vacinal adequada. Entretanto, considerando a primeira dose de reforço na população a partir de cinco anos o índice cai para 61%. A situação é pior em relação ao reforço com a vacina bivalente. Apenas 22,1% da população maior de idade recebeu o imunizante.

No recorte por faixa etária, 14% da população com idades entre 18 e 59 anos recebeu a bivalente. Já quando analisada a população acima dos 60 anos, o índice é de 63%. De acordo com Valéria, o percentual pode parecer alto, mas esse é um público que pode desenvolver a covid-19 de forma mais severa, por isso a procura deveria ser maior.

“A gente tem vacina disponível que pode proteger contra formas graves da doença”, frisa a médica. “Diferentemente do começo da pandemia, o que a gente percebe agora é que os casos que evoluíram para a forma grave compreendem pessoas com risco para adoecer, ou porque possuem comorbidades ou porque são pessoas que não estão vacinadas. Isso porque a vacina protege contra a forma grave da doença. Quando o vírus começa a circular, pessoas vacinadas ficam apenas com quadro gripal, mas aquelas pessoas com risco acabam adoecendo.”

O alerta para a necessidade da vacinação é dado num período em que devem aumentar as reuniões familiares e de confraternização devido às festas de fim de ano, o que pode propiciar o aumento da circulação do vírus.

Devido a isso, Valéria reforça que as pessoas precisam relembrar os cuidados básicos para lidar com a doença, além de continuar levando a sério a covid-19. “É importante que as pessoas tenham consciência de que elas podem representar risco para outras pessoas”, enfatiza a médica.

Ela elencou alguns cuidados que devem prevalecer, como a lavagem das mãos, vacinação e testagem. Pessoas que apresentem sintomas gripais devem fazer o teste para covid-19. Em caso positivo, precisam se isolar por sete dias e evitar o contato com pessoas que podem desenvolver a forma grave, como idosos, gestantes e pessoas com comorbidades. Após o sétimo dia o paciente pode retornar ao convívio social, mas com uso de máscara até o décimo dia.

A vacina está disponível em todos os postos de saúde e todas as pessoas acima dos 18 anos já podem solicitar a vacina bivalente, basta levar documento com foto e carteira de vacinação.

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