PREVENÇÃO

Campinas reforça vacinação contra a meningite e gripe

Saúde destaca a importância da imunização na cidade visando preservar vidas

Bianca Velloso/ [email protected]
25/04/2023 às 09:14.
Atualizado em 25/04/2023 às 09:14
Primeira dose da vacina contra a meningite é aplicada a partir dos três meses de idade; já a imunização contra a gripe neste momento está sendo realizada no público infantil dos seis meses aos 5 anos de vida (Rodrigo Zanotto)

Primeira dose da vacina contra a meningite é aplicada a partir dos três meses de idade; já a imunização contra a gripe neste momento está sendo realizada no público infantil dos seis meses aos 5 anos de vida (Rodrigo Zanotto)

O Dia Mundial de Combate à Meningite foi celebrado na segunda-feira (24) e tem o objetivo de destacar a importância da imunização contra a doença, que ocorre o ano todo. A meningite é uma doença que provoca inflamação no cérebro e na medula espinhal, podendo levar o paciente a óbito. A transmissão ocorre por meio de tosse, espirros e contato próximo com uma pessoa infectada. Em 2022, a cobertura vacinal de meningite foi de 92,1% em Campinas, segundo dados da Secretaria de Saúde de Campinas. A cidade ficou ligeiramente abaixo da meta de 95%.

O esquema vacinal consiste em três doses, a primeira deve ser aplicada aos três meses de vida, a segunda aos cinco meses e a dose de reforço aos 12 meses de vida. A vacina meningocócica C (conjugada), faz parte da imunização de rotina e está disponível em todos os centros de saúde de Campinas. Desde julho de 2021 a vacinação está disponível em todo o País para crianças de até 10 anos que perderam a oportunidade de receber as doses na idade indicada. O imunizante também é indicado para profissionais de saúde, mesmo que já estejam com o ciclo completo.

A vacina meningocócica ACWY está na rotina de vacinação dos adolescentes de 11 e 12 anos desde 2020. No entanto, até junho deste ano, pessoas com 13 e 14 anos também poderão receber a dose.

A infectologista Raquel Stucchi, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), destaca que o grupo mais atingido pela doença são as crianças, em razão de contato próximo e de ficarem por muito tempo em ambientes fechados, como as salas de aula. A médica disse que no inverno a transmissão aumenta, porque as pessoas passam a ficar em ambientes fechados e com pouca ventilação natural. Essa é uma doença endêmica, isto é, os casos são esperados ao longo do ano todo. “A meningite é uma doença extremamente grave. Em alguns casos, mesmo com o diagnóstico precoce e tratamento iniciado precocemente, a evolução pode não ser favorável e, em menos de 24 horas, o paciente pode morrer. Por isso, a vacinação é o passo mais importante para o controle da meningite”, alertou. O tratamento da doença é feito com medicamento introduzido diretamente na veia do paciente.

Os sintomas de meningite são cansaço, febre alta, dor de cabeça forte, rigidez na nuca, náuseas, vômitos, abatimento geral, entre outros. No caso de crianças menores de 1 ano, os pais ou cuidadores devem observar a moleira do bebê, caso ela esteja inchada e a criança chore de forma persistente, pode ser suspeita de meningite. Com a suspeita da doença, a pessoa deve procurar imediatamente atendimento médico. “A suspeita clínica de meningite é feita pelas queixas do paciente. Pode ser febre, muita dor de cabeça e podem aparecer manchas vermelhas no corpo. As crianças podem ficar agitadas, ou confusas. Os adultos podem também ficar confusos ou, até mesmo, sonolentos”, explicou a infectologista Raquel. O diagnóstico é feito através de um exame de coleta do líquido que envolve as meninges, ou seja, as membranas do cérebro. "Devido à gravidade, evolução rápida e potencial de causar epidemias, a doença meningocócica é tida como um problema de saúde pública. A vacina é uma das principais formas de prevenção da doença", afirmou a coordenadora do Programa de Imunização de Campinas, Chaúla Vizelli.

Gripe

Outra vacina importante que está com baixa adesão entre as crianças é a da gripe. Segundo o balanço mais recente da Secretaria de Saúde de Campinas, em dez dias de campanha, que teve início no dia 10 de abril, foram aplicadas 47.135 doses da vacina contra a gripe. O grupo que menos compareceu aos postos de saúde nesse intervalo até o dia 20 de abril para receber a dose, foi de crianças com idade entre 6 meses e 5 anos, no qual foram aplicadas 3.628 doses. Em Campinas, há 78.413 pessoas nessa faixa etária. Apenas 5% delas receberam o imunizante.

A vacina está disponível em todos os centros de saúde e pode ser tomada junto com outros imunizantes. A campanha vai até o dia 31 de maio. A coordenadora do Programa de Imunização de Campinas, Chaúla Vizelli, chamou atenção para a baixa cobertura vacinal nesse público. “A cobertura de crianças está baixa. É muito importante que os pais vacinem os filhos e evitem casos mais sérios”. Depois das crianças, vem as gestantes. Das cerca de 10 mil mulheres esperando filhos em Campinas atualmente, apenas 679 se dirigiram a um dos postos de saúde para receber a vacina contra a gripe.

O bom exemplo está ficando por conta dos idosos. Eles são o público que responde pela melhor cobertura vacinal até o momento. Foram aplicadas 36.746 doses, o que corresponde a 25% do grupo composto por 146.517 pessoas. Em segundo lugar estão as puérperas, mulheres que estão no período pós-parto. Segundo o balanço, foram aplicadas 198 doses em um grupo de 1.543 pessoas, ou seja, 13% foram vacinadas. Por fim, os trabalhadores da área da saúde estão em terceiro lugar na lista de maiores coberturas vacinais. Foram aplicadas 6.064 doses. Esse número representa 12% dos 52 mil trabalhadores.

Campanha 2023

Todos os 63 centros de saúde de Campinas estão aplicando a vacina da gripe. Para receber a dose, basta apresentar documento oficial com foto e a carteira de vacinação, caso tenha. A vacina disponível neste ano protege contra as gripes A (H1N1 e H3N2) e B/Victoria.

Os grupos prioritários dessa campanha são idosos a partir de 60 anos, crianças de seis meses a cinco anos, população indígena, pessoas com comorbidades, trabalhadores da saúde, gestantes, puérperas, professores, quilombolas, profissionais das forças de segurança e salvamento, profissionais das Forças Armadas, pessoas com deficiência permanente e caminhoneiros.

A categoria dos trabalhadores da área de saúde compreende pessoas que atuam em cuidados domiciliares e aqueles que trabalham nos serviços, mas que não prestam serviços diretos de assistência à saúde das pessoas, como, por exemplo, recepcionistas e seguranças. Em qualquer dos grupos, é necessário apresentar algum documento que comprove atuação em uma dos campos de trabalho.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por