DOENÇA AVANÇA

Campinas dobra os casos de monkeypox em dois dias

Entre quinta-feira e sexta, mais 6 infecções foram confirmadas pela Secretaria da Saúde

Ronnie Romanini/ [email protected]
30/07/2022 às 08:53.
Atualizado em 30/07/2022 às 08:53
Até quinta-feira, o Brasil contabilizava quase mil pessoas confirmadas com a doença, sendo São Paulo, disparadamente, o estado com mais casos: 744 (Divulgação OMS)

Até quinta-feira, o Brasil contabilizava quase mil pessoas confirmadas com a doença, sendo São Paulo, disparadamente, o estado com mais casos: 744 (Divulgação OMS)

Em dois dias, Campinas praticamente dobrou o número de casos de monkeypox, a popularmente conhecida como Varíola dos Macacos. Entre quinta-feira e sexta-feira, mais seis infecções foram confirmadas. Ao todo, 13 pessoas já tiveram o diagnóstico positivo para a doença na cidade. Na quinta-feira, a Secretaria de Saúde divulgou a primeira contaminação em uma mulher. A paciente tem 37 anos e o caso é considerado autóctone.

Ainda no mesmo dia, outro caso foi confirmado. Na sexta-feira (29), mais quatro. A idade dos 13 que pegaram a doença em Campinas varia entre 23 e 41 anos. Três deles foram liberados do isolamento, enquanto os demais estão sendo acompanhados, não apresentam gravidade e têm boa evolução, de acordo com a Secretaria. A Pasta ainda informou que faz busca ativa e monitora não apenas os pacientes como também os contactantes.

Ao todo, são 30 as notificações registradas pelo Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), duas de pacientes de outras cidades. Além dos 13 confirmados, o município descartou dez casos e cinco permanecem em investigação.

Quem suspeita ter a doença pode procurar um Centro de Saúde, prontos-socorros, unidades de pronto atendimento ou o Centro de Referência em IST, HIV/Aids e Hepatites Virais.

A doença é transmitida por contato direto ou indireto com as lesões de pele, contato próximo por tempo prolongado ou por vias sexual e respiratórias. É importante frisar que a relação sexual é uma relação de contato próximo, íntimo, portanto a transmissão também ocorre. No entanto, monkeypox não é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) e o sexo não é a única maneira de transmiti-la.A transmissão pode acontecer também por meio de secreções respiratórias e contato com objetos, tecidos - como roupas, toalhas - e superfícies utilizadas pelo doente. O sintoma principal é a aparição de lesões - semelhantes a espinhas, bolhas - que podem surgir no rosto, dentro da boca e em outras partes do corpo, como ânus, genitália, peito, pés e mãos.

Outros sintomas que podem acompanhar as feridas são: febre; dores de cabeça e musculares; cansaço; calafrio; e caroço no pescoço, axilas e virilhas. As pessoas que apresentarem um desses sintomas devem procurar um serviço médico e permanecer em isolamento. 

RMC 

A Região Metropolitana de Campinas agora acumula 19 casos. O primeiro foi notificado em Vinhedo, ainda no dia 11 de junho. Indaiatuba registrou dois casos também em junho. Os outros três casos na região foram registrados em Santa Bárbara d'Oeste, Americana e Paulínia. Em relação ao de Paulínia, a doença foi detectada por diagnóstico laboratorial no dia 26 (terça-feira). Trata-se de um homem de 27 anos, que apresenta quadro estável. Ele está sendo acompanhado por um serviço de saúde da rede privada de Campinas e também pelas autoridades sanitárias de Paulínia.

Em Americana, o primeiro caso foi confirmado na última quarta-feira, também em um homem de 27 anos. Ele não tem histórico de viagem para o exterior ou contato com viajantes. De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura da cidade, o paciente está estável e em isolamento domiciliar, com a Vigilância Epidemiológica e o Serviço de Assistência Especializada em Infectologia (SAE) monitorando o caso.

Na sexta-feira, o Brasil registrou o primeiro óbito em decorrência da monkeypox. A vítima era de Minas Gerais. O Ministério da Saúde informou que o homem de 41 anos possuía outras doenças que agravaram o seu quadro. Ele estava hospitalizado em um hospital de Belo Horizonte e sofreu um choque séptico, agravado pela monkeypox, sendo esta a causa da morte.

Até quinta, o país contabilizava quase mil confirmados com a doença. São Paulo é disparado o estado com mais casos, 744. Na sexta-feira (29), a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que o total de casos confirmados subiu para 818. Três crianças estão entre os novos contaminados, duas de 6 anos e uma de 4 anos -, todas da capital.

Ainda há outros três adolescentes, dois de 14 anos e um de 13, sendo dois da cidade de São Paulo e um de Osasco. Todos estão em isolamento domiciliar, com estado clínico bom e acompanhados pelas vigilâncias municipais e a estadual.

Centro de Operação 

Começou na sexta-feira (29) a funcionar o Centro de Operação de Emergências (COE), criado pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de acompanhar a situação epidemiológica da monkeypox no Brasil e elaborar um plano de vacinação contra a doença. A Pasta informou ter iniciado tratativas com fabricantes de vacinas para adquirir imunizante contra a doença. A estimativa é a de que as vacinas cheguem ainda neste ano, com a previsão de que 50 mil doses destinadas ao Brasil, segundo solicitação feita à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

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