Homem de 49 anos faleceu no dia 3 de abril; ele residia na região do São Marcos, mesmo local de outros dois casos da doença confirmados neste ano
Prefeitura informou que retirou 105 toneladas de resíduos nos bairros que fazem parte da área de referência do CS São Marcos; as mesmas recomendações de prevenção contra a dengue se aplicam à chikungunya, como eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas (Rodrigo Zanotto)
A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou ontem, terçafeira, 20 de maio, a primeira morte por chikungunya na história da cidade. Trata-se de um homem de 49 anos, residente na área de abrangência do Centro de Saúde (CS) Jardim São Marcos. A primeira vítima fatal da doença no município tinha comorbidades e apresentou os primeiros sintomas em 25 de março. Ele foi internado em um hospital da rede pública em 28 de março e morreu no dia 3 de abril.
Neste ano, Campinas registrou três casos autóctones da doença (todos na mesma região, incluindo a morte), um caso importado de fora de São Paulo e outro que não foi possível confirmar se a transmissão ocorreu dentro ou fora do município. Em 2024 foram confirmados 12 casos em residentes de Campinas: quatro autóctones, quatro importados e quatro com locais de infecção indeterminados.
Na semana passada funcionários da Secretaria de Serviços Públicos retiraram 105 toneladas de resíduos descartados irregularmente nos bairros que fazem parte da área de referência do CS Jardim São Marcos. Entre janeiro e maio, também nesta área onde ocorreram os casos, foram feitas ações de prevenção e controle da Saúde, como busca ativa de outros casos suspeitos, sensibilização de profissionais do CS para suspeita precoce e investigação adequada de todo caso suspeito, além de controle de criadouros, telagem de caixa d’água e nebulização.
ASSISTÊNCIA E DIFERENCIAÇÃO
A doença causada pelo vírus chikungunya, além de ser transmitida pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, se manifesta principalmente com febre, dor de cabeça e dor no corpo, mais frequentemente nas articulações. Em uma grande proporção dos casos, a diferenciação entre dengue e chikungunya só é possível por meio de exames laboratoriais específicos para cada doença.
A chikungunya, sobretudo em pacientes com comorbidades, pode progredir com diversas complicações, incluindo neurológicas e cardíacas, o que pode levar a formas graves e risco de morte. Pacientes com chikungunya podem evoluir com manifestações clínicas prolongadas, principalmente articulares, por períodos de semanas ou meses.
Por esse motivo, qualquer pessoa que apresente febre de início súbito acompanhada de outros sintomas, como dor de cabeça, dores musculares e articulares ou manchas no corpo, deve procurar por atendimento médico para ser avaliada como possível caso de dengue ou chikungunya.
Assim como já recomendado em relação à dengue, todo caso suspeito de chikungunya deve ser avaliado quanto à presença de possíveis sinais de alerta e o atendimento deve seguir o protocolo de classificação de risco e manejo clínico para arboviroses.
A chikungunya é doença de notificação compulsória e todo caso suspeito deve ser investigado laboratorialmente.
SINTOMAS E SINAIS DE ALARME
As seguintes manifestações clínicas podem ser chikungunya: febre, dores nas articulações, edemas nas articulações, dor nas costas, dores musculares, dor de cabeça, manchas vermelhas pelo corpo, prurido (coceira) na pele e conjuntivite. A Secretaria de Saúde também informou os sinais de alarme que devem levar à procura imediata por atendimento, como tontura, dor abdominal, vômitos, suor frio, sangramentos espontâneos, sensação de desmaio, palidez, diminuição da urina, dificuldade de respirar, manchas roxas na pele e agitação/ sonolência/confusão mental.
Por ser transmitido pelo Aedes aegypti, as mesmas recomendações de prevenção contra a dengue se aplicam à chikungunya, como eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.
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