MONKEYPOX

Campinas chega a 65 casos, um aumento de 51% em duas semanas

A boa notícia é que o vírus que está em circulação no país é menos agressivo

Ronnie Romanini/ [email protected]
06/09/2022 às 09:48.
Atualizado em 06/09/2022 às 09:48
Profissionais da rede pública de saúde da capital paulista passam por treinamento relacionado à monkeypox no Instituto de Infectologia Emílio Ribas (Adriana Toffetti/Estadão Conteúdo)

Profissionais da rede pública de saúde da capital paulista passam por treinamento relacionado à monkeypox no Instituto de Infectologia Emílio Ribas (Adriana Toffetti/Estadão Conteúdo)

Campinas atingiu na segunda-feira (5) 65 casos de monkeypox. A informação foi confirmada tanto pela Secretaria Municipal de Saúde quanto pela Pasta Estadual. Isso significa que, em duas semanas, o aumento no número de casos foi de 51%, uma vez que, no dia 22 de agosto, eram 43 pacientes diagnosticados com a doença. A faixa etária continua praticamente a mesma, a diferença é que há duas semanas as idades oscilavam entre 22 e 57 anos e, agora, entre 21 e 57. Vinte e oito contaminados foram liberados do isolamento, enquanto os demais seguem com boa evolução, sem gravidade e acompanhados ambulatorialmente. 

Embora não considere que o ritmo de contaminação esteja abaixo do esperado, a infectologista da Unicamp, Raquel Stucchi, acredita que a população está mais atenta às orientações recebidas, o que pode explicar uma certa redução no número de novos casos. Mesmo assim, ela considera que as informações prestadas à população poderiam ser mais efetivas, principalmente para os profissionais de saúde. 

"Tivemos, no início, um aumento diário no número de casos diagnosticados. Acredito que muitos casos não foram confirmados por falta de orientação adequada, tanto para as pessoas com lesões procurarem serviços para diagnóstico quanto para os profissionais da área da saúde estarem atentos ao diagnóstico da monkeypox (...). O Estado de São Paulo lidera em números de casos com mais da metade das confirmações no país, muito por falta de orientação adequada - e já existia orientação, porque começamos a ter casos no Brasil um mês depois dos Estados Unidos e Europa. Nos últimos dias, com os números mostrando uma redução de novas contaminações, isso, possivelmente, está relacionado a uma atenção maior da população pelas orientações recebidas".

Casos no Estado

São Paulo tem em todo o Estado 3.182 casos confirmados da monkeypox. A Região Metropolitana de Campinas acumula 108 casos, em 13 cidades: Americana (5), Campinas (65), Hortolândia (2), Indaiatuba (2), Jaguariúna (2), Monte Mor (1), Nova Odessa (2), Paulínia (4), Pedreira (1), Santa Bárbara d'Oeste (9), Sumaré (9), Valinhos (3) e Vinhedo (2).

Campinas, inclusive, é a segunda cidade do Estado de São Paulo com mais casos, atrás apenas da capital, que soma 2.306 confirmações, 72,5% de todos os diagnósticos realizados no Estado. Atrás de Campinas estão as cidades de Santo André (56) e Osasco (55).

A boa notícia é que o tipo de vírus que está em circulação no Brasil, oriundo do Oeste do continente africano, tem a característica de causar uma doença menos agressiva. "A monkeypox é uma doença, na maior parte das vezes, leve e não exige internação. As pessoas no Brasil e no exterior foram internadas mais para o controle da dor, porque as lesões são extremamente dolorosas em alguns lugares. Na boca - dificultando a alimentação -, no pênis, em que o edema peniano também causa muita dor e dificuldade para urinar, e as lesões perianais também costumam ser bastante dolorosas".

Se é leve na maioria dos casos, o vírus pode causar uma certa gravidade em alguns pacientes, como os imunossuprimidos, as gestantes e crianças abaixo de oito anos de idade, por isso é importante atentar-se aos sinais. 

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