CAMPANHA DE IMUNIZAÇÃO

Campinas aguarda doses para iniciar vacinação contra MPox

Secretaria de Saúde de SP ainda não definiu esquema de distribuição da vacina

Bianca Velloso/ [email protected]
15/03/2023 às 08:24.
Atualizado em 15/03/2023 às 08:24
O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas afirmou que aguarda as orientações oficiais sobre a vacinação contra MPox (Divulgação)

O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas afirmou que aguarda as orientações oficiais sobre a vacinação contra MPox (Divulgação)

Apesar de o Ministério da Saúde ter liberado o começo da vacinação contra a MPox na segunda-feira (13), Campinas ainda não recebeu as doses e aguarda orientações sobre a campanha de imunização. As doses que possivelmente podem ser destinadas à metrópole, caso ela seja contemplada, já chegaram no Estado. São Paulo recebeu 3,8 mil doses, mas o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) segue reunida para avaliar quando essas doses chegarão aos postos de saúde, bem como quais cidades irão recebe-las. Questionada, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) não informou o motivo das reuniões estarem sendo feitas somente após o recebimento das doses, atrasando o início da vacinação no Estado, que já começou em âmbito nacional.

Em nota, a SES se limitou a confirmar o recebimento de 3,8 mil doses de imunizantes contra a Mpox na segunda-feira (13). "O Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) planeja a melhor estratégia e logística para imunização da população elegível", explicou. Essas reuniões estão sendo feitas para determinar se todos os municípios irão receber a vacina.

O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas afirmou que aguarda as orientações oficiais sobre a vacinação contra MPox. Vale destacar que, entre junho e dezembro de 2022 foram registrados 97 casos de MPox, apenas uma pessoa segue em isolamento. Já em 2023, foi confirmado apenas um caso. 

O público-alvo dessa fase inicial da vacinação, cuja campanha começou na segunda-feira pelo Ministério da Saúde, é composto por pessoas portadoras do vírus HIV, um grupo que apresenta risco para formas graves da doença, e profissionais de laboratórios que tenham contato com o vírus causador da MPox.

A vacinação para esses grupos é dividida em duas categorias. Pré-exposição ao vírus e pós-exposição. No caso da préexposição ao vírus, é um método para reduzir riscos de adquirir a infecção, por isso esse grupo contempla quem é portador de HIV e profissionais de laboratórios. A intenção é evitar que essa população contraia o vírus causador da MPox.

Já a pós-exposição, significa que a pessoa já teve contato direto com fluidos e/ou secreções de pessoas que testaram positivo para a doença, portanto tiveram a doença. A vacina desempenharia um papel de evitar novas contaminações. 

Isso significa que, independentemente do fato de a pessoa ter contraído ou não o vírus da MPox, ele deve se vacinar, caso seja parte de um dos grupos citados. Ao todo, o Brasil conta com 47 mil doses disponíveis no Programa Nacional de Imunizações (PNI) para a população. O esquema vacinal consiste em duas doses. Esse imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em agosto do ano passado e recebeu o nome de Jynneos/Imvanex. 

Vale lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou em novembro do ano passado que a doença deixaria de chamar varíola dos macacos, ou monkeypox, e passaria a se chamar Mpox. Essa foi uma tentativa de reduzir os ataques aos animais. A doença está associada ao animal, porque esse tipo de vírus foi identificado pela primeira vez nos macacos.

A doença 

Causada pelo vírus Monkeypox, a doença foi descrita pela primeira vez em 1958 e a vacina só foi autorizada para uso em 2022, ao menos no Brasil. A transmissão da doença pode ocorrer por meio do contato com animal ou humano infectado, também com material que contenha o vírus. Entre humanos, a transmissão ocorre principalmente por meio de contato com secreções respiratórias, lesões na pele de pessoas infectadas ou objetos contaminados. 

Os efeitos colaterais são erupções na pele, que geralmente se desenvolvem na região do rosto e se espalham para outras partes do corpo, incluindo órgãos genitais. Essas erupções podem ser similares com varicela ou sífilis, até virar uma crosta que cai. Nesse momento, em que a crosta cai, a pessoa deixa de infectar outras. Entre as sintomas, estão: erupção cutânea ou lesões de pele; adenomegalia/linfonodos inchados (ínguas); febre; dores no corpo; dor de cabeça; calafrio; e fraqueza. 

Caso apresente algum sintoma, a pessoa deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para avaliação, segundo recomendação do Ministério da Saúde. É necessário informar se a pessoa teve contato próximo com alguém com suspeita ou que tenha confirmado a doença. Além disso, caso seja possível, é recomendado o isolamento. 

O diagnóstico da MPox é feito através de exames laboratoriais, via testes moleculares e sequenciamento genético. Esses testes são realizados somente em pacientes suspeitos, que terão uma amostra de secreção coletada nas áreas com lesões.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por