PROTEÇÃO GARANTIDA

Campanha de vacinação contra a gripe começa com boa adesão

Avaliação da Secretaria de Saúde é que o índice de comparecimento aos postos de vacinação superou as expectativas

Bruno Luporini/[email protected]
08/04/2025 às 11:18.
Atualizado em 08/04/2025 às 11:36
Como a vacina leva de duas a três semanas para atingir a proteção adequada, e no período de outono e inverno é quando a circulação do vírus da gripe é maior, a recomendação é que os públicos prioritários busquem se vacinar o quanto antes; doses estão disponíveis nos centros de saúde (Rodrigo Zanotto)

Como a vacina leva de duas a três semanas para atingir a proteção adequada, e no período de outono e inverno é quando a circulação do vírus da gripe é maior, a recomendação é que os públicos prioritários busquem se vacinar o quanto antes; doses estão disponíveis nos centros de saúde (Rodrigo Zanotto)

No primeiro dia de vacinação contra a gripe em Campinas, a Secretaria de Saúde comemorou o bom comparecimento de público nos centros de saúde (CS), afirmando que o volume superou as expectativas. Na Paróquia Divino Salvador, posto de vacinação que contou com equipes do CS Centro, mais de 350 doses de vacina contra a gripe foram aplicadas até as 16h de ontem, número considerado positivo pela Saúde. Esse número representa mais da metade do total aplicado em toda a primeira semana da campanha de 2024, quando o posto de vacinação localizado na Avenida Júlio de Mesquita imunizou 672 pessoas. No Centro de Convivência e Cultura, posto tocado pela equipe do Jardim Aurélia, foram 250 doses utilizadas até as 16h de ontem. Durante toda a primeira semana do ano passado foram 689 doses.

De acordo com Chaúla Vizelli, coordenadora do Programa de Imunização de Campinas, “o movimento de procura está bem relevante”. A Pasta espera atingir a meta de 90% do público-alvo prioritário, composto por idosos, crianças e gestantes, entre outros grupos, com cerca de 250 mil pessoas.

O médico infectologista da PUC-Campinas, André Bueno, reforçou que idosos e crianças estão mais suscetíveis a apresentar quadros mais graves da gripe, destacando que pessoas com comorbidades, “seja por alguma doença, imunossupressão ou por uso de medicamento, têm maior risco e devem se vacinar”.

A auxiliar administrativa Luiza Baison, 61, estava esperando para receber a dose contra a gripe no Centro de Convivência do Aurélia. “O objetivo é evitar, no caso de contrair a doença, que os quadros mais graves se desenvolvam.” Luiza contou que anualmente comparece para se vacinar no início da campanha, especialmente por sofrer de hipertensão. “Por isso vou todos os anos ao cardiologista”, acrescentou.

AUMENTO DA PROCURA

Em relação a uma procura mais intensa pelas vacinas, a coordenadora Chaúla Vizelli explicou que é uma consequência de vários fatores, como a maior divulgação das informações referentes à importância da vacinação e a apresentação à população dos prejuízos que uma pessoa que não se vacinou pode ter. Ela projetou que a meta para o público com 60 anos ou mais deve ser superada neste ano. “Em 2024 não chegamos nem na metade da meta e sempre foi o público que mais aderiu às estratégias de vacinação”, revelou. Chaúla informou que os grupos compostos por crianças e idosos são os mais sensíveis, por terem o sistema imunológico menos eficiente, o que traz um risco maior de desenvolvimento de quadros mais graves. “No caso das gestantes, para além da proteção delas, há a proteção do bebê.” 

André Bueno acrescentou outro fator para o aumento atual da procura pelas doses. Ele citou que no período da pandemia muita desinformação a respeito das vacinas foi disseminada. “O que causou um estrago na cobertura vacinal brasileira, que historicamente sempre apresentou bons resultados.” Bueno considerou que os discursos antivacina se abrandaram com o passar do tempo. “A tendência é voltarmos a ter uma boa cobertura, com as carteiras de vacinação atualizadas.”

O período de outono e inverno é quando a circulação do vírus da gripe é maior, “pois são meses mais frios com o tempo mais seco”, salientou Chaúla. De acordo com ela, a vacina leva de duas a três semanas para atingir a proteção adequada no organismo. Por isso, receber as doses o quanto antes é ideal para que a pessoa esteja com a “proteção ideal” no período de alta do contágio.

A cirurgiã-dentista, Tatiana Richs, 39, contou que a mãe a informou sobre o início do período de vacinação. “Aproveitei que hoje é meu dia de folga e vim para me vacinar.” Tatiana contou que estava feliz e disse que também já está vacinada contra a covid-19 e a febre amarela. “É muito importante se vacinar. Quando chegar o período mais frio, já estarei com a imunização completa.”

A coordenadora do Programa de Imunização reforçou que não existe contraindicação para uma pessoa receber doses de mais de uma vacina de uma vez. “Muito pelo contrário. Nós otimizamos a vida da pessoa, que se desloca para um centro de saúde uma única vez e já sai com o esquema de vacinas completo”, ressaltou Chaúla. Esse foi o caso do aposentado Flávio Mendes, 64. Ele foi até o Centro de Convivência no Jd. Aurélia para tomar a vacina contra a gripe. “Estão dando as outras vacinas também?”, questionou o homem no local. Ele ficou positivamente surpreso ele com a oportunidade de atualizar seu esquema de imunização. “Vou aproveitar, pois tenho diabetes e pressão alta. Não posso ficar sem a vacina, principalmente a da febre amarela”, pontuou. 

SOBRE A VACINA

O primeiro lote recebido pela Prefeitura contém 27,9 mil doses de vacinas contra a gripe, porém, na semana passada, o Estado forneceu mais 90 mil doses e todas já estão à disposição da população. Além das vacinas contra a gripe, os centros de saúde aproveitam a oportunidade para reforçar o quadro vacinal da população, especialmente com as vacinas contra a covid-19 e a febre amarela.

Os imunizantes são direcionados para os seguintes públicos: idosos com 60 anos ou mais, crianças de seis meses a 5 anos, gestantes, puérperas, pessoas com deficiências crônicas, povos indígenas, quilombolas, pessoas em situação de rua, trabalhadores da saúde e educação, profissionais das forças de segurança e salvamento, profissionais das forças armadas, pessoas com deficiência permanente, caminhoneiros e trabalhadores de transporte coletivo, trabalhadores portuários, trabalhadores dos Correios, população e funcionários do sistema de privação de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas, entre 12 e 21 anos.

Neste ano, a dose contra a gripe passou a fazer parte do Calendário Nacional de Vacinação para crianças de seis meses a cinco anos. Vale destacar que no caso de crianças imunizadas pela primeira vez, é preciso tomar duas doses, com intervalo de 30 dias. As salas de vacinação funcionam conforme horário de cada CS. Endereços e contatos estão disponíveis na página: https://vacina.campinas.sp. gov.br. De acordo com a Saúde, não é preciso agendamento para receber a vacina contra a gripe. Basta levar documento com foto e, se houver, a caderneta de vacinação.

Chaúla Vizelli reforçou que a vacina protege contra os principais vírus da gripe em circulação como influenza A (H1N1), influenza A (H3N2) e influenza B. Como apelo para que a população se imunize para evitar complicações que podem resultar em internações ou morte, ela garantiu que “a vacina é segura e ajuda a preservar vidas, sendo a melhor forma de evitar sintomas graves e óbitos, além de reduzir a possibilidade de transmissão viral”.

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