EPIDEMIA

Após receber imunizantes, cidades da RMC iniciam vacinação contra a dengue

Doses começam a ser aplicadas hoje em Jaguariúna e Nova Odessa; amanhã é a vez de Campinas e Valinhos

Eliane Santos/ [email protected]
10/04/2024 às 09:04.
Atualizado em 10/04/2024 às 09:04
Doses destinadas a 19 cidades da RMC, com exceção de Engenheiro Coelho, chegaram ontem em Campinas; região tem 63 mil casos confirmados da doença e 13 vítimas fatais (Alessandro Torres)

Doses destinadas a 19 cidades da RMC, com exceção de Engenheiro Coelho, chegaram ontem em Campinas; região tem 63 mil casos confirmados da doença e 13 vítimas fatais (Alessandro Torres)

As prefeituras da Região Metropolitana de Campinas (RMC) receberam nesta terça-feira (9) as doses da vacina contra a dengue. O imunizante chegou ao final da manhã no Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE), em Campinas, e horas depois teve inicio a distribuição para as 19 cidades da região que foram contempladas na atualização da lista, feita pelo Ministério da Saúde, de municípios prioritários para a vacinação.

Segundo a diretora técnica do GVE do Departamento Regional de Saúde (DRS-7), Márcia Pacóla, apenas Pedreira agendou a retirada para esta quarta-feira. Com a chegada, as cidades darão início ao esquema vacinal. Campinas e Valinhos anunciaram o começo da campanha para quinta-feira, dia 11. Já Nova Odessa e Jaguariúna começam a vacinar a partir das 13h desta quarta-feira (10).

No total, o Ministério da Saúde (MS) destinou 52.857 doses para a RMC, sendo 18.063 apenas para Campinas. A metrópole atingiu 45.149 casos da doença nesta terça-feira, quando houve 1.105 notificações a mais em relação ao total de segunda-feira, dia que o município superou a segunda pior epidemia desde 1998, o início da série histórica na cidade. O número de óbitos se manteve em oito.

As vacinas foram entregues durante toda a tarde de terça-feira (9), após passarem por uma espécie de inspeção e estabilização da temperatura. Márcia explicou que o imunizante precisa estar com temperatura entre 2ºC e 8ºC graus. Caso cheguem ao destino com algum tipo de variação, as vacinas precisam ser isoladas e novamente analisadas para possível utilização ou descarte. 

A distribuição da vacina na RMC ficou definida da seguinte forma pelo Ministério as Saúde: Paulínia com 2.077 doses; Hortolândia, 4.298; Santa Bárbara, 2.959; Americana, 3.650; Sumaré, 5.334; Valinhos, 1.943; Indaiatuba, 4.310; Nova Odessa, 1.079; Cosmópolis, 1.083; Artur Nogueira, 971; Santo Antonio de Posse, 407; Jaguariúna, 985; Pedreira, 668; Itatiba, 1.928; Monte Mor, 1.321; Vinhedo, 1.284; Holambra, 263; e Morungaba, 234. A única cidade fora da relação é Engenheiro Coelho, que pertence ao DRS de Piracicaba. 

Em Campinas, embora o MS recomende aplicar a primeira dose em crianças de 10 a 11 anos, a Secretaria Municipal de Saúde anunciou o público-alvo entre 10 e 14 anos. As doses destinadas serão suficientes para imunizar 19% do público-alvo, estimado em 91.224. A vacina será dada em duas doses, com intervalo de três meses.

“Vale ressaltar que a faixa etária da estratégia incorporada ao PNI (Plano Nacional de Imunização) é de 10 a 14 anos, contudo com o objetivo de ampliar o número de municípios e o acesso da população-alvo a receberem a primeira dose (D1) no menor tempo possível e diante do número limitado de doses disponíveis no momento, recomendamos que a vacinação seja iniciada pela administração de D1 para a idade de 10 e 11 anos”, informa a nota técnica 39 do MS, recomendação feita também pelo Estado de São Paulo.

A Pasta de Campinas justificou sua decisão em nota. “A Secretaria de Saúde de Campinas informa que a vacina contra a dengue está indicada para crianças e adolescentes de 10 anos a 14 anos, 11 meses e 29 dias de idade. O esquema vacinal recomendado corresponde à administração de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. A operacionalização da campanha é uma decisão de cada município que visa maior efetividade para atingir este público-alvo. Portanto, Campinas optou por não restringir a faixa etária no início da campanha para que a comunicação com a população fique mais clara e seja abrangida a totalidade do público-alvo durante a vigência desta campanha.”

Todos os 68 centros de saúde de Campinas iniciarão a aplicação do imunizante na quinta-feira (11). Não será necessário fazer agendamento e as salas de vacinação funcionam conforme horário de cada unidade. A Secretaria de Saúde orienta a apresentação de documento de identidade com foto e a caderneta de vacinação, se tiver.

VACINAÇÃO NA RMC

Em Cosmópolis, assim como Campinas, a faixa etária vacina será de 10 a 14 anos. Segundo a assessoria de imprensa da cidade, o imunizante deve ser distribuído ainda nesta quarta-feira (10) nas unidades de saúde com o informe técnico e as orientações. “Nessa primeira etapa serão vacinadas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos”, enfatiza o comunicado. Valinhos também começa a vacinar a mesma faixa de público na quinta-feira. Neste caso, o imunizante será aplicado de segunda a sexta-feira, das 9h às 11h e das 13 às 15h, em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), com exceção da Vila Santana, que não tem intervalo para almoço, e nas unidade do Jardim São Marcos, Paraíso e Bom Retiro, cujo horário é das 9h às 18h. 

Em Nova Odessa, a Secretaria Municipal de Saúde começa nesta quarta-feira (10) a vacinação das crianças de 10 e 11 anos, seguindo a recomendação do Ministério da Saúde. As doses estarão disponíveis nas sete UBSs (Unidades Básicas de Saúde), a partir das 13h. Jaguariúna segue o exemplo e inicia a campanha pára crianças com idade entre 10 e 11 anos nesta quarta. Todas as UBSs que contam com sala de vacina farão a aplicação a partir das 13h. Já nos demais dias a vacinação ocorrerá no horário de funcionamento habitual de cada UBS. Não há necessidade de agendamento.

O Correio Popular entrou em contato com outras cidades da RMC sobre o inicio da campanha, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. A Região Metropolitana de Campinas (RMC) acumula 13 óbitos por dengue e chegou, na terça-feira (9), ao número de 63.308 casos confirmados. A RMC entrou na lista dos 50 novos municípios contemplados pelo Ministério da Saúde no mês passado. Na primeira etapa de distribuição anunciada pelo MS, 521 cidades foram selecionadas para aplicar o imunizante. Na ocasião, a medida atingiu apenas cidades com mais de 100 mil habitantes e os municípios vizinhos com casos de dengue tipo 2. 

10º MUTIRÃO

No último mutirão contra dengue em Campinas, realizado no sábado, foram visitados 3,9 mil imóveis e removidos 940 toneladas de resíduos. A mobilização ocorreu o Jardim Carlos Lourenço e mais seis regiões. Os bairros percorridos foram os jardins Andorinha, Itatiaia, Carlos Lourenço, New York, Santa Eudóxia, São Fernando e Vila Orozimbo Maia. Nesta ação mais recente foram visitados 3.945 imóveis e 50,5% foram trabalhados com remoção de criadouros do mosquito e orientação aos moradores. Já a outra parte estava inacessível por estar fechada, desocupada ou em virtude do impedimento dos moradores. Considerando-se todos os mutirões de 2024, pelo menos 41,4 mil imóveis já foram visitados. 

O mutirão de sábado reuniu voluntários e agentes da Saúde, incluindo os trabalhadores da empresa terceirizada Impacto Controle de Pragas, que atuam nas visitas aos imóveis para orientação dos moradores sobre como fazer a limpeza correta e eliminação de criadouros. Além disso, funcionários de Serviços Públicos atuaram para remoção de 940 toneladas de resíduos, incluindo cata-treco. 55 bocas de lobo passaram por limpeza durante o trabalho.

A Administração repetiu a estratégia de usar drones para localizar grandes criadouros do Aedes aegypti como piscinas e caixas d'água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono. O trabalho foi multissetorial e contou com apoio de profissionais das secretarias de Habitação, Educação, Gestão de Pessoas, Assistência Social, Trabalho e Renda, Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Esportes e Lazer, além da Guarda, Defesa Civil, Sanasa, Emdec, Ouvidoria, Ceasa e Camprev.

ORIENTAÇÕES 

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por